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Chapter 48 - The Last

"Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito." - via: Machado de Assis

Mellody

"Mellody? A minha mãe diz que já está a vir para te ajudar a preparar a Ceia de Natal." - Harry apareceu atrás de mim na cozinha com um enorme sorriso. - "A Gemma vem depois com o Ashton."

"A minha mãe vem mais daqui a pouco com as sobremesas. Estou para ver a cara dela quando vir a tua mãe! Elas davam-se tão bem!" - exclamei com um sorriso a preencher a minha cara de um lado ao outro. Quando Harry me alcançou, deixou os seus braços descansarem na minha cintura assim como a sua cabeça no meu ombro.

"Convidas-te a Wilma? E o John?" - questionou e eu abanei positivamente a cabeça. - "Só espero que ela não se importe do Louis vir..."

"Ela não vai, não te preocupes. Pelos vistos, o John vai cuidar muito bem dela..." - abafei a minha voz no seu peito. Ele cheirava incrivelmente bem. Era como ter um cheiro natalício misturado ao seu.

"Ele não era ga-" - interrompio.

"É complicado." - ri. - "Ele pensava que sim até descubrir que se tinha apaixonado pela Wilma." - afastei-me logo que ouvi a campainha tocar. - "Eu vou!" - Harry gargalhou ao reparar na minha felicidade.

"És assim todos os Natais? Parece que daqui a uns tempos vou ter uma mulher e dois filhos a correrem pela casa enquanto gritam que é Natal." - o meu coração derreteu completamente ao imaginar uma coisas dessas.

"FELIZ NATAL, MEUS AMORES! ONDE ESTÁ A SUSAN?" - Anne apareceu em casa a gritar enquanto estendia os braços no ar com sacas de comida.

Era o que eu dizia. Estas mulheres amavam-se.

"Olá, Anne." - ri, deixando um curto abraço à senhora. - "A minha mãe vem mais daqui a pouco. Ainda é surpresa, ela não sabe que o Harry é teu filho, se soubesse, em cinco minutos já estava cá!"

"Muito bem, mãos ao trabalho?" - perguntou e eu assenti. Antes de começarmos a fazer o jantar, Anne foi rapidamente cumprimentar o Harry e ainda lhe fez umas perguntas devido a todas aquelas ligaduras. - "É bacalhau no forno, certo?"

"Sim, sim!" - sorri. E assim começamos a fazer a ceia de Natal. Ao longo do tempo, iam chegando os convidados e um dos primeiros foi a minha mãe, resumindo, foram choros, risos e abraços pelo reencontro daquelas duas. O meu pai ficou ainda mais satisfeito por reparar que Harry era filho de Anne. As horas foram passando e batiam exatamente 10 am no relógio. A ceia tinha começado. Várias conversas se cruzavam à mesa. Levantei-me e fui até à árvore de Natal que tivera feito juntamente com o Harry, avistei toda a gente e sorri ao ver John com o braço por cima dos ombros de Wilma, os meus pais a falarem alegremente com os pais de Harry, o Louis que estava a comer enquanto falava com John, Gemma e Ashton... Eu sentia-me tão feliz e sortuda que podia jurar que se este fosse o fim, eu estaria bem e em paz.

Foi então que calaram-se todos e o Harry veio até mim com um olhar preocupado.

"Está tudo bem?" - a sua mão veio até à minha face e foi ai que dei conta das lágrimas que escorriam da mesma.

"Sim..." - sorri, fungando o nariz. - "Só estou feliz por vos ter encontrado a todos." - murmurei. - "Por te ter na minha vida." - ouviu-se uns anw e Harry gargalhou, deixando-me um beijo na testa. Ele não sabia se quer o que a minha vida tinha mudado por tê-lo conhecido.

"Pois... Eu e o Ashton temos uma novidade para dar. Acho que é a melhor altura." - ambos levantaram-se e Gemma soltou um suspiro bem longo antes de falar. - "Nós descubrimos há um tempo que..." - falou, pousando as mãos na sua barriga. - "Digamos que... eu e o Ashton vamos ter a nossa própria família a partir de agora." - notava-se perfeitamente a sua voz entalada e nervosa. As lágrimas já lhe estavam a cair como a muita gente naquela sala. Todos levantaram-se e bateram palmas, indo até Gemma e Ashton festejando a futura chegada do novo membro da família. Harry caminhou até mim e pousou as suas mãos na minha cintura.

"Eu quero, Harry..." - podia ser a maior loucura até por só namorar com Harry há alguns meses, mas era a mais pura loucura que eu queria. - "Eu quero tanto... Eu quero-te junto a mim para todo o sempre, eu estou tao apaixonada, Harry..." - as suas mãos vieram até à minha cara e lá deixaram pequenas carícias.

"Eu também estou apaixonado por ti, Mellody." - e os seus lábios viajaram até aos meus e depositaram lá um beijo. Abracei o seu corpo e vi Gemma aproximar-se juntamente com Ashton.

"Parabéns aos dois, espero que a vossa família seja muito feliz." - sorri, abraçando um e outro.

"Nós temos uma prenda para vocês." - estenderam um pequeno embrulho. Olhei para Harry e pegámos ambos nele. Abrimo-lo e deparámo-nos com um quadro onde estávamos os quatro presentes e continha uma frase em baixo.

Queremos que ambos tenham um papel importante na vida do nosso filho.

"Aceitam ser os padrinhos?" - olhei emocionada para Harry que já tinha pequenas gotas a desbrotar dos seus olhos.

"Claro!" - avançámos, partilhando os quatro um abraço. - "ABRAÇO EM FAMÍLIA! VENHAM TODOS!" - Harry gritou e assim juntaram-se todos em meio de lágrimas e sorrisos.

E foi ai que dei conta que foi preciso a minha vida ter corrido mal para estar, por fim, ali. Com todas aquelas pessoas fantásticas.

Talvez as coisas más venham por algo bom, diziam eles... bem, eu posso confirmar essa teoria.

Cada vez há mais pessoas que se entregam ao bullying de braços abertos. Vocês têm de vos impor, de lutar pela vossa liberdade, ou, como nesta história foi possível ver, talvez uma pessoa mude completamente o vosso destino e vos faça abrir os olhos como o Harry fez à Mellody.
Não escrevi esta obra com 48 capítulos para me tornar "famosa", para ter leituras ou comentários até porque não é da minhas melhores obras, reconheço isso. Criei-a principalmente para vos abrir os olhos a um dos problemas mais comuns desta sociedade.

Por favor, não tenham medo de dizer não ou já chega!

Com muito amor,
Sofia'