Ir para casa depois de dormir na casa de Jessica era algo normal até hoje. Parecia que o caminho ficou mais longo e Roberto estava dirigindo a 10 Km/h quando estava a 60. Meu coração batia mais rápido que um baterista de uma banda de rock e isso me dava medo. Jessica tentava me acalmar quando via que eu ficava nervosa e logo dava minha bombinha de ar, por conta da asma.
Quando Roberto estacionou o carro em frente a minha casa eu gelei, mas ao mesmo tempo sabia que era o certo a se fazer. Saímos do carro e entramos na minha casa. Eu tinha a sensação que eu era uma ovelha e estava indo a caminho do matadouro. Meus pais estavam sentados no sofá da sala e quando me viram correram em minha direção e me abraçaram. Eu retribui, mas sabendo o que viria depois.
- Preciso conversar com vocês. - Eu disse e eles se afastaram se olhando. Como se estivessem tentando imaginar o que eu iria dizer.
Nos sentamos no sofá e Roberto e Jessica se sentaram ao meu lado. Eu sabia o que dizer, mas naquela hora as palavras tinham sumido da minha boca.
- Eu vou em busca dos meus pais biológicos. - A expressão no rosto da minha mãe foi de tristeza e a do meu pai era ilegível. - Quero descobrir porque fizeram tudo aquilo comigo. Preciso de respostas e só eles podem me dar. Eu vou o mais breve possível, só assim voltarei o mais rápido também. - Eu disse e meu pai abaixou a cabeça.
- Você não vai. - Ele disse e olhou novamente para mim. Ele nunca tinha me olhando assim. Seu olhar era uma mistura de tristeza, raiva e autoridade. - Eu não vou deixar.
- Eu não pedi sua autorização pai.
- Mas você é minha filha e eu não vou deixar você ir em busca de algo em vão. Você vai ficar em casa e isso não se discute mais. - Ele estava prestes a se levantar, quando eu respondi.
- É um direito meu, não seu. - Respondi me levantando e ele ficou na minha frente. - Eu vou e pronto. Eu só quero descobrir coisas que eu não sei e nem vocês. Eu vou pai, e você não pode me impedir. Vocês vão continuar sendo meus pais, mas agora eu preciso ir e eu vou. - Seu olhar autoritário se direcionou para a minha mãe. E ela respirou fundo se levantando.
- Minha filha. - Ela veio até mim e segurou meu rosto com suas mãos macias. - Minha filha, nós não podemos te impedir. Não somos seus pais biológicos e você tem o direito de conhecer eles, mas devo te avisar que isso vai te machucar. Não vai fazer bem a você. Se as respostas que procura serem ruins, já pensou em como vai ficar? A decepção será maior. Já pensou nisso?
- Eu preciso de respostas sejam elas boas ou ruins. Mas eu preciso. - Eu disse e ela concordou olhando para o meu pai.
- James não podemos a impedir. - Ele olhou pra ela surpreso e depois para mim.
- O que você está dizendo Tish? - Ele olhou rígido pra ela. - Quer que ela vá por esse mundo a fora sem nossa proteção?
- Ela não precisa de nossa proteção agora meu amor. - Ela respondeu. - Olha para ela e veja a menina que criamos que agora quer voar.
- Faça o que você quiser. - Ele disse grosso para minha mãe. - Vá procurar seus pais biológicos que não se importam com você.
- Pai eu... - Eu disse com lágrimas nos olhos.
- Não me chame assim! - Ele gritou. - Se você se importa mais com eles que conosco então vá! Vá em busca do seu pai. - Ele subiu as escadas e eu sentei no sofá chorando pelas palavras dele.
Jessica me abraçou e lágrimas silenciosas caiam de meus olhos. Minha mãe se aproximou de mim.
- Ele só disse aquilo porque está com medo. Está com medo de perder a princesinha dele. - Ela disse ajoelhada na minha frente.
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Em Busca De Respostas *Até 16/09/2017* [Concluído]
Storie d'amorePLÁGIO É CRIME. Violar direito autoral da pena de detenção, de 3 meses à 1 ano, ou multa. Art. 3° da Lei n° 9.610/98. ** OBRA REGISTRADA NA BIBLIOTECA NACIONAL ** Danielle tem apenas 17 anos e tem uma bagagem extensa de experiências adquiri...