Capítulo 15

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  Eu interrompo o beijo e falo:

- A Taylor vai nos escutar.

- Aaron vai cuidar dela - ele fala.

Eu sorrio e ele me beija satisfeito. Tirando a sua calça rapidamente e deitando sobre mim novamente, sua boca explora a minha com desejo. Ele tira a minha blusa devagar, mas o celular do Will toca, ele não atende de imediato, depois de uma pausa o celular começa a tocar de novo.

- Não vai atender? - eu pergunto entre nosso beijo.

- Deixa tocar.

Ele estava traçando um caminho de beijos pelo meu pescoço quando o som invade o ambiente de novo. Ele fecha os olhos e suspira em frustração, ele pega o celular e atende.

- Sim...Não, eu não estou em casa...O que?...Segure Ella em casa, não a deixe sair estou chegando em poucos minutos.

Ele desliga e coloca o celular ao lado da cama, seus olhos estão sobre mim agora e vejo a confusão e o desespero em sua face. Será por causa dessa tal de Ella?

- Eu tenho que ir, minha irmã precisa de mim, desculpa...

Então Ella é irmã de Will?

- Tudo bem, eu entendo.

Eu sento na cama para vê-lo vestir a calça e pegar o celular. Ele vira para me olhar e vem em minha direção, seus lábios encostam nos meus e depois ele beija a minha testa.

- Desculpa, mesmo. Ligo para você amanhã, boa noite.

Eu concordo e ele sai.
Estou sozinha em meu quarto agora, não queria que Will tivesse ido, eu o queria aqui, mas ele precisa ajudar a sua irmã e como eu poderia me opor a isso? Ela é a sua família.
Eu levanto e vou para o banheiro tomar um banho gelado para poder acalmar meu corpo e abaixar a adrenalina que ainda corre pelas minhas veias.
Visto um moletom e uma camiseta, organizo as roupas novas no meu closet e decido fazer alguns desenhos que a tempos eu não pratico.

...

   Eu estou indo comprar alguns materiais que eu sempre deixo como reserva para os meus desenhos, a papelaria está à uma guadra e tenho a sensação de está sendo seguida, mas toda vez que eu olho para trás não vejo ninguém. O que está acontecendo? Quando finalmente eu chego à papelaria me sinto mais segura, é horrível a sensação de estar sendo seguida, parece que quanto mais você anda maior é a sensação de mais perto da suposta pessoa. Enfim, compro o material necessário e volto para casa com passos mais longos e rápidos.

  São 20 horas da noite de sábado, não estou afim de ficar em casa e assistir tv, preciso sair e beber um pouquinho talvez. Tomo um banho rápido e visto um cropped branco e uma saia rosa, dou uma arrumada no cabelo e faço uma maquiagem moderada, afinal, é só um ou dois drinks; calço uma sandália, pego a minha bolsa e sigo para pegar um táxi.
Acabo de chegar em uma das melhores casas noturnas da Califórnia, The Angel Delight. A música pulsa em meus ouvidos e aos poucos a minha visão vai se ajustando aos jogos de luzes. Vou até o bar para pegar um drink de frutas e vou dançar um pouco.
Depois de 5 drinks e várias músicas, estou exausta e vou para um lugar onde têm reservados para que eu possa sentar, mas um aperto em meu braço me faz parar, um homem alto, de camisa branca e terno e com cara de poucos amigos está segurando o meu braço, impedindo que eu me mova.

- Vamos conversar lá fora.

Ele me puxa para fora da casa noturna, é inevitável que eu não o acompanhe, ele tem o dobro do meu peso e da minha altura e lutar é meramente burrice. Ele me levou para uma área pouco movimentada, o sentimento de pânico está crescendo dentro de mim à cada passo que damos. Ao parar, ele olha para mim.

- Eu só vou falar uma vez e espero que você compreenda bem e tenho certeza que vai, você não é burra ruivinha, foi o que vi a manhã inteira.

A manhã inteira? Então, era por isso a sensação de estar sendo perseguida. Mas por quê?

- Meu chefe mandou você ficar bem longe do filho dele, o menino Will não tem tempo para se divertir com você, então, se afaste imediatamente.

Quase não acreditei no que eu ouvi, se não fosse pela situação eu começaria a me debater de tanto rir, mas também lembrei da sensação de perigo quando estou com Will.

- E se eu não me afastar?

Ele riu com ironia e depois olhou seriamente para mim.

- Ruivinha, não queira brincar com meu chefe, você não sabe onde está se metendo.

Ele larga o meu braço e sai andando sem olhar para trás.
Eu volto correndo para o bar e pego a minha bolsa que deixei lá, não quero ficar aqui mais nenhum segundo, preciso ir para casa e pensar no que fazer daqui por diante.

Narrado por Will

  Foi difícil deixar a doce Melyssa em sua cama, mas recebi uma ligação da Rose, a governanta da minha casa, e falou que meu pai e Ella haviam brigado feio e Ella estava preste a sair de casa. Não posso deixar que ela vá embora assim, preciso impedi-la, sempre a protegir do nosso pai e do mundo, na verdade nosso pai acha que nos protege, ele apenas recusou a nos dar uma infância e nos aprisionava em casa, ele dizia que foi por conta do seu reinado, mas eu não acredito nisso. E Ella? Bom, Ella sempre foi deixada de lado por nossos pais, eles não sentem obrigação de cuidar dela, como eles dizem: "Ella foi um acidente". E eu desde muito pequeno tratei de cuidar e proteger aquela pequena menina loira, de olhos azuis tristes e solitários e que vivia encolhida pelos cantos. Nunca entendi o porquê deles descuidarem de Ella, mas vai entender gente má e esnobe que nem meus pais.
Quando passo pelo portão da mansão e chego à poucos metros de casa, vejo Rose sentada nos degraus que dá acesso a porta da frente. Estaciono o carro e saio correndo ao encontro dela.

- Como está Ella? - pergunto subindo dois degraus por vez.

- Ela está no quarto arrumando as malas, senhor.

- Obrigado por me ligar Rose.

- De nada senhor.

Subo as escadas que dão acesso aos quarto e abro a porta do quarto de Ella, a qual estava colocando suas roupas em uma enorme mala.

- O que você está fazendo Ella?

Ela olha para mim e vem em minha direção para me abraçar.

- Will! Eu estou arrumando as minha coisas, não aguento mais aquele maldito homem que eu chamo de pai. - ela fala em prantos

Eu acaricio os seus cabelos tentando acalmá-la.

- Você não vai a lugar nenhum, eu não vou deixar.

- Eu não quero mais ficar aqui Will. Não quero!

- Calma Ella, eu vou falar com nosso pai e tudo vai se resolver, ok?

- Certo.

E dou um beijo em sua testa e vou para o escritório do meu pai.
Eu abro a porta de uma vez e a atenção do meu pai que estava em alguns papéis, agora está em mim acompanhado de uma olhar furioso.

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