Imaginária (Conto)

Perdidas

A noite estava fria e ventava, um anúncio de tempestade aproximava.

As pequenas saíram do esconderijo provisório para se aventurar atrás de água e comida.

- Venha Any tem uma casa que vai ter muitas coisas para nós.

- Meu nome... não gosto que me chame assim - retrucou Hellein.

Há cabana vamos dizer assim, estava em ruínas, tinha uma porta e uma janela e as madeiras quase todas apodrecidas.

Hellein adentrou o casebre seguida pela outra menina, somente um colchão velho e rasgado e uma mesa sem cadeiras jazia ali.

- Meu Deus o que é isso e cadê a comida e à água?

- Não acredito que você sente fome - respondeu a ruivinha - não é só você que tem um alçapão na casa da árvore eu também tenho.

A menina puxou o colchão velho e rasgado e mostrou o quadrado de madeira com um enorme cadeado enferrujado.

Do bolso do vestido a menina tirou um molho de chaves contendo seis, e destravou o cadeado.

Uma escada de madeira sumia no escuro do porão, uma altura de cinco metros.

As meninas então desceram a ruivinha foi na frente, logo o escuro se tornou claro e a mais horripilante cena Hellein viu.

Muitas correntes dependuradas pelas vigas do teto, uma cama feita de tijolos e várias roupas, brinquedos e todo tipo de acessórios, amontoados num canto se misturando à ossos e crânios humanos.

- Você matou todas essas pessoas? - perguntou Hellein.

- Eu! não sei.

- Mas por que?

- Eu sou doente, por isso estou com você, ninguém mais vai te ver Any, só eu.

- Não me chame de Any e pára você está me assustando.

E Hellein deitará na cama com a amiga abraçando-a e ouvindo o barulho da chuva que rangiam lá em cima as madeiras.

Vários pacotes de bolacha e garrafinhas de água estavam em baixo das roupas, trazido pela ruiva da cozinha do orfanato, a semana que tinha sumido.

Mas Hellein não comeu nem bebeu, o incrível que não sentia fome e nem sede, pensará que já estivesse ali antes, talvez sofreu uma pancada na cabeça no acidente, se lembrava aos poucos, mas agora queria estar no aconchegante quarto branco.