Capítulo 31° - "Casa comigo?"

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UM MÊS

Eu estava me acostumando com o hospital. A maioria das pessoas me tratavam bem, não sei se era por pena ou por gostarem de mim mesmo. Me sentia cada vez mais acolhida e menos sozinha. Mamãe vinha me visitar todos os dias, conversava comigo e com o neném. Dylan era sempre compreensivo. Cada dia mais ele deixava de trabalhar e vinha ficar comigo. Falava com a minha barriga, mesmo com só um grãozinho dentro dela.

Perdia e ganhava peso, e o Leandro disse que, no momento, não afetava o bebê, só a mim.

DOIS MESES

Olhei minha barriga em frente ao espelho do banheiro. Levantei a blusa, e ainda não se mostrava visível que eu estava grávida. Nem eu achava isso.

Dylan me roubou um beijo e sorriu.

- Então, topa sair hoje? - Propôs, me segurando pela cintura.

- Não sei se posso sair do hospital. - Fiz uma careta. Eu tinha que pedir permissão para sair.

- Eu falei com a sua mãe e ela conversou com o pessoal. E eles liberaram, porém só hoje. - Exclamou chateado, e logo sorriu de novo. - Vá se arrumar.

- Para onde vamos? - Perguntei, me interessando para onde ele me levaria.

- Surpresa. - Deu um beijo na minha testa e na minha barriga. Ele saiu porta á fora, me deixando sozinha no quarto, meia confusa.

Ele não deu sinais para onde íamos, ou que roupa eu usava.

Fui até minha mala e vasculhei o que tinham trago para mim.

Não precisava tomar banho, pois eu já tinha tomado um pouco antes com a ajuda da enfermeira.

Peguei uma calça jeans, uma blusa vermelha, junto à uma jaqueta de couro que eu gostava. Um salto baixo coloquei no pé. Amarrei meu cabelo em um alto rabo de cavalo. A maquiagem, bem, não tinham colocado dentro da mala, então resolvi ficar sem.

Abri a porta do quarto, pondo só a cabeça para fora para ver senão tinha ninguém.

Primeiro eu pus um pé para fora, depois o outro. Vai que Dylan mentiu, dizendo que tinham me liberado. Nunca se sabe.

Meu corpo todo já estava fora do quarto, então fechei a porta atrás de mim e caminhei.

Eu só não sabia para onde seguir. Segurei a barra de ferro, onde continha meu soro.

- Allyssa? - Uma das enfermeiras parou na minha frente.

- Sim?

- Senhor Dylan pediu para que me acompanhasse. - Dylan, eu te mato. Pensei em pensamento.

Minhas pernas estavam moles, enquanto meu coração batia forte.

Segui a enfermeira até a parte detrás do hospital. Sem dúvidas, era o lugar mais bonito daqui. Um jardim extenso se encontrava ali. Fazia dias que eu não respirava o ar, sem ser do ar-condicionado do quarto.

- Okay, o que viemos fazer aqui? - Perguntei, parando na frente da enfermeira.

Ela saiu sem dizer nada.

O lugar estava frio, por estar escurecendo.

Dylan, me da um sinal.

Tamparam meus olhos e eu me assustei. Será que era Mathias?

- Não me machuque, por favor.

- Calma, sou eu. - Murmurou baixinho ao pé do meu ouvido.

Me virei para abraçá-lo. Senti o cheiro de seu perfume impregnar meus narizes, e segura eu estava em seus braços.

- Então o que vamos fazer aqui? - Sustentei meu corpo de um lado só, olhando ao redor e depois para ele.

- Jantar. - Antes de mais nada, luzes se acendaram nas árvores e no belo jardim florido, uma música de fundo tocava, deixando o ambiente mais fofo. Meus olhos brilharam ao ver uma mesa no centro daquela cena toda.

- Um jantar a luz de velas? - Balançou a cabeça, sorrindo.

Pegou minha mão e me puxou até a mesa. Arrastou a cadeira e eu me sentei, agradecendo.

Ele se sentou, pegou na minha mão e acariciou a palma com o polegar. Sorri em meio ao carinho.

- Sabe, te amo tanto. - Meu sorriso se alargou mais ainda.

- Eu também te amo tanto.

- Bom, vamos comer? - Disse que sim. Ao ver os pratos chegarem, fiz careta.

- Me diz que esse macarrão não é do hospital. - Sussurei para ele.

- Dei meu máximo na cozinha. - Comentou baixo.

Soltei uma risada.

- Você que fez? A cara parece está boa. - Zoei com a cara dele.

- Parece? - Enrolou seu macarrão no garfo e experimentou. - Eu acho que não. - Ri da sua careta, ao provar sua comida.

Fiz um suspense na hora de colocar o macarrão na boca.

- Come logo, mulher. - Resmungou.

- Tá, tá. - Provei um pouco do macarrão e mastiguei. De boca cheia, eu ri. - Está ótima.

- Que nojenta. - Dylan gargalhou, quando eu abri a boca, amostrando a comida mastigada.

- Que você ama. - Dei língua para ele.

- Verdade.

Nós comemos entre conversas, brincadeiras e risadas. Me sentia tão bem com Dylan. Ele me fazia esquecer todos os problemas atuais.

Gostava de degustar cada pedacinho ao lado dele. Cada minuto e hora. Gostava da maneira que ele ria e do jeito amoroso que ele me encarava, como se quisesse decifrar o que eu pensava ou imaginava.

- Espero que não se importe, mas... - Não entendi o que quis dizer. Logo meu semblante de confusão, foi trocado por de surpresa. Dylan me puxou para ficar em pé. - Eu sei que você não esperava por isso, talvez nem eu, porém quero passar cada dia ao seu lado, cada noite; minuto, hora e segundo. Eu te amo, Ally, e eu lhe provo, quantas vezes você quiser que eu prove, que meu amor por você é eterno e sempre será. Até depois da morte. - Eu chorava, com a mão na boca, ouvindo cada detalhe de suas palavras. - Quero ser feliz ao seu lado. Vamos esquecer o passado e viver o hoje, o depois e o que virá. Quero cuidar de você e do nosso filho. Quero estar ao seu lado para sempre, mesmo que isso, signifique estar longe de você ás vezes. Porém saiba que independente do que acontecer entre nós dois, eu vou estar aqui. Não importa a situação. Sempre estarei. - Soltei uma fungada, respirando fundo. - Sei que nosso pedido de namoro não foi um dos melhores, mas estou tendo a chance de começar de novo... - Ri em meio as lágrimas, me lembrando que ele havia me pedido em namoro virtualmente. Se agachou na minha frente e sorriu. Abriu uma caixa pequena azul de veludo, onde continua um anel cheio de pedras brilhantes em volta

- Você... Você aceita se casar comigo?

A parte que eu não esperava, mas ansiava por acontecer, tinha chegado.

Ele me pediu em casamento.

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A Gravidez - Volume 2Onde histórias criam vida. Descubra agora