Chapter Eight

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Pensei não sei quantas milhões de vezes em abrir os olhos. Com os olhos cerrados eu me sentei na cama. Calma. Abri um olho e não vi nada, suspirei aliviada e agradeci a Deus por não haver nenhum ser desagradável me olhando. Mas quando abri o outro olho eu vi a menina sentada ao meu lado de cabeça baixa.

- Saia sua horrorosa, imunda! - falei com forças e então nada mais havia em cima da cama, nem o Harry.

Senti uma certa pena da garota, afinal ninguém gostaria de ser xingada desses nomes que eu disse.
Quando ia descer a escada e ouvi um barulho estranho acima de mim. Olhei para o teto querendo saber se havia ou não havia um sótão em cima dessa casa. Dei meia volta e corri pelo corredor. Vi uma porta bem no fundo e me encaminhei até ela. Era a última porta do corredor. Dei uma olhada no longo patamar escurecido verificando se não havia nada me seguindo ou me olhando.
Quando ia abri a porta vi que a mesma já estava fora das dobradiças.

Então apenas a empurrei para o lado para poder ganhar mais alguns centímetros e passar pelo pequeno espaço. Meu Deus como sou curiosa. Passo pela porta quebrada e contemplo uma escadaria em espiral que parecia ser grande. Comecei a subir os degraus da escada estreita nunca tirando o olhar do que pode haver lá em cima.
Eu infelizmente não sei o que me espera lá em cima, mas posso sentir que não é coisa boa. Mas mesmo assim continuava a subir cada degrauzinho vermelho com cuidado e atenção.

Bem no topo pude ver uma porta de Carvalho escuro. Ouvi algo ser arranhado. Corri escada acima e fiquei defronte para porta de Carvalho e girei a maçaneta que tinha uma cobra bem pequena com os olhos vermelhos que brilhavam no escuro. Quando empurrei a porta eu vi sangue no chão. Fiquei boquiaberta com a cena. Entrei no sótão empoeirado e sujo. Olhei em volta caminhando sem olhar para o chão até que senti meu pé afundar em algo molhado e gosmento.

Fiz uma cara de nojo sem antes mesmo de olhar para a coisa que pisei. Baixei meu olhar dando um salto e vários passos para trás. Parecia um rim. Eu pisei em outra coisa só que agora mais dura e sólida. Olhei para trás e vi um corpo deitado de bruços cortado bem na região onde o rim fica. Quando vi a roupa percebi que era um dos policiais de ontem à noite. Meus olhos correram pelo local com vários respingos de sangue pelas paredes.

Fui adiante agora não tirando os olhos do chão. Vi uma poça de sangue vermelho vivo bem no meio sótão. Girei nos calcanhares e vi algo parado na escuridão. Não podia ver seus olhos mas podia sentir seu olhar pesar sobre mim. Estremeci da cabeça aos pés. Seus braços estavam cruzados acima do peito e seu corpo estava preguiçosamente apoiado na parede de tijolos. Vi seus dentes brilhando na escuridão, e como brilhavam. Ele deu um passo em frente e a luz que entrava pela pequena janela redonda no teto caído do sótão iluminando seu rosto pálido como a neve.

Dei um curto suspiro acompanhado por um passo atrás. Em volta dos lábios do jovem rapaz havia tanto sangue que chegava a cair no chão. Mas seus dentes se mantiveram limpinhos. Quando ele me viu sorriu mais radiante e seus olhos azuis violetas se tornaram um vermelho escuro e assombroso. Seus cabelos eram loiros claro mas a raiz parecia ser castanha clara. Engoli em seco quando ele "andou" até mim e ficou diante do meu rosto que estava pálido. Meu corpo estava tão rígido que não movia nem o dedo mindinho do pé.
Minhas respiração bateu contra seu rosto sem expressão alguma.

- Olá - ele surpreendentemente falou com um sotaque irlandês.

- O-o-olá, como vai? Bem eu acho, bom, e-e-eu já estava de saída, não precisa nem se preocupar, tchau! - eu saio correndo em direção da porta mas num fechar e abrir de olhos ele já estava diante da porta fechando-a bem.

PSYCHOTIC - H.S ✔️ [EDITANDO]. Onde histórias criam vida. Descubra agora