Chapter Six.

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Abri meus olhos com uma lentidão tão incrível que pensei que minhas pálpebras estavam coladas uma na outra. Quando abri os olhos era como não ter abrido os olhos pois o quarto do Harry estava mergulhado numa escuridão tenebrosa. Puxei meus pulsos da cabeceira, mas nada aconteceu.

Comecei a mexer a cabeça tentando tirar o pano da minha boca. O pano atado nos meus lábios baixou e ficou na altura do meu pescoço. Virei a cabeça erguendo meu corpo e cravando os dentes no pano que prendia meus pulsos fortemente. Consegui puxá-lo depois de minutos de luta. Com uma mão desamarrei o outro pedaço de pano, desajeitada.

Esfreguei os dois pulsos plenamente aliviada por estarem livres. Quando ia dobrar os joelhos para desamarrar os meus calcanhares a dor das duas pernas, tanto quanto da barriga retornaram. Gritando de tanta dor me curvei para arrancá-los num só puxão.

E quando isso aconteceu deitei minha cabeça no colchão. Fiquei olhando para o teto com o peito subindo e descendo continuamente. Sentei-me na cama. Pousei os pés no chão respirando fundo. Com grande impulso consegui ficar de pé mas prestes a cair no chão.
Eu não parava de grunhir de tanta dor, e meus gemidos falhos podiam ser ouvido por cada extremidade daquela casa.

Andei possivelmente na direção da penteadeira eu procurei uma gaveta abrindo-a e agora passei a procurar um toco de vela e um fósforo. Por sorte havia achado, quando já tinha perdido minhas esperanças de que tivesse as duas coisas que eu mais precisava neste exato momento, em mãos.

Apressei-me a voltar para o pé da cama me sentando rapidamente ainda gemendo de dor. Passo o fósforo pela parede atrás da cama mas não acende. Faço outra tentativa; e se acende; rapidamente coloco o toco de vela em cima do foguinho. O toco se acendeu brilhando nem a metade do quarto. A vela ficou sobre as horríveis feridas nas minhas pernas me dando arrepios.

Tudo que houve hoje à tarde surgiu diante de meus olhos. Com a mão trêmula e os olhos cerrados eu a poisei sobre minha coxa. Logo em seguida sobre a outra coxa. E por último minha mão passou pela minha barriga. Abri os olhos surpreendida. Não havia mais nenhuma ferida ali. Minhas pernas estavam lisas tanto quanto minha barriga. O sangue já não tomava mais conta do meu corpo. Já podia me sentir bem melhor. Era como se o sangue todo que eu perdi tivesse retomado ao meu corpo novamente, como se nada tivessem acontecido.

Mas ainda havia lembranças que tentava não lembrar. Me levantei agora sem nenhuma dificuldade. Ainda com o toco da vela procurei uma bandeja para não queimar meus dedos. Quando achei-a eu suspirei tristemente. Olhei para porta caminhando até a mesma e passando por ela. Virei no corredor silencioso e escuro. Comecei a caminhar com passos hesitantes e lentos pelo corredor.

Desci uma escadaria com os degraus que não davam para confiar. Cheguei à um patamar com um corredor estreito que resolvi então explorá-lo. Começo a dar passos calmos pelo corredor coberto por um tapete longo e bordado, enquanto andava apreciava o tapete. Aposto que a mãe do Harry tinha um com gosto para arquitetura, para mobiliar a casa desta maneira. Com um sorriso sonhador voltei a olhar para frente dando um passo para trás.

Ergui o toco da vela que iluminou a minha frente me deixando em pânico. Mãos, mãos grandes saiam de dentro da parede, e se mexiam tentando pegar algo. E logo adiante tinha uma mulher parada defronte para as mãos. Ela usava um vestido até os calcanhares, seus cabelos grandes e bem penteados. Não consegui distinguir seu rosto pois era coberto pela escuridão que ali havia. As mãos se moviam desesperadamente. A mulher deu um passo à frente e o toco da vela se apagou. Merda!

Não podia ver mais nada além da escuridão. Senti uma mão na minha cabeça, uma mão leve e cuidadosa. Agora sem hesitar girei nos calcanhares e comecei a correr depressa pelo corredor estreito desta vez nem
comtemplando mais a tapeçaria da Sra. Styles. Quando cheguei ao topo da escadaria pulei vários degraus e passei pelos patamares nem olhando os outros corredores. Meus pés tocaram o primeiro andar e um alívio percorreu-me.

PSYCHOTIC - H.S ✔️ [EDITANDO]. Onde histórias criam vida. Descubra agora