Chapter Seven

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Quando abri os meus olhos fitei logo de primeira uma mulher com a cara sarnenta e os cabelos maltratados com um aspecto assustador, igual à de filmes de terror, completamente assustadores. Fechei meus olhos e soltei o grito. "Vá embora, vá embora" ouvia um grito desesperado dentro da minha cabeça. Ouvi a porta se escancarar com um estrondo e som de passos inquietos, pesadíssimos e apressados.

- Saia! - ordenou a voz autoritária. - Pode abrir os olhos!

Abri os olhos mais uma vez agora fitando apenas o teto preto.

- Se não der ordem à eles nenhum deles nunca vão deixá-la. Se eu não chegasse à tempo ela começaria a berrar no seu ouvido e dar gargalhadas!

- Como sabe que ela faz isso? - perguntei saindo de cima da cama.

- Já sofri muito com ela, na minha infância, ela visitava-me durante as noites e as manhãs - me levanto e começo em espreguiçar diante de Harry.

- Ela me dá calafrios - fiz uma tremedeira com o corpo.

- Pois sim. Quando ela a visitar insulte-a que ela lhe deixará em paz na hora. E vamos combinar ela não é lá muito bonita!

- Com certeza, ela também vive aqui?

- Hum, acho que sim, não sei muito bem direito. Nunca perguntei para ela.

- OK, OK, não quero mais falar sobre isso, se possível quero até esquecer do que houve - fiz meu caminho para porta atravessando a mesma.

- Fui à cidade; nossa você não faz nem noção do quão difícil foi me disfarçar, para andar ao lado desses humanos nojentos...

- Ah o outro fala como se nunca tivesse sido um humano, ou como se não fosse um! - me virei observando-o desafiadora.

- Eu não, já fui, não sou mais - revirei os olhos descendo as escadas.

- Não é o que parece. Pelo que eu vejo, graças aos meus olhos com dons, tem um ser humano na minha presença!

- Não, tem um demônio na sua presença.

- Não faz isso, me dá medo - choraminguei indo para cozinha.

- O medo não é nada. É só algo que serve para aumentar a atenção, serve como uma forma de proteção para os humanos. Não fique com medo, baby, afinal não existe razão para temer...

- Como consegue? Como consegue ser tão frio?

- Sempre fui, e você vai pegar isso com o tempo. Pelo menos isso é o que esperamos...

- Sai para lá - sacudi as mãos na sua direção.

- Vá tomar o café da manhã! - ele me dá um empurrão fazendo-me se encostar no balcão frio.

- Hum... Doritos! Brigado, Harry! - gritei rasgando o saco e enfiando um bocado de salgadinhos na boca.

Ele apenas assentiu com a cabeça e saiu pela porta dos fundos em silêncio. Não entendi o porque dele não ter falado nada. Dei de ombros e saboreei o Doritos. Procurei por um pano e quando achei abri a torneira da onde eu esperava sair água potável e transparente, saiu um líquido escuro, viscoso e nojento. Deixei a torneira aberta por uns longos minutos. Quando vi que água voltou a ser água– literalmente – molhei o pano e abri os armários e comecei a limpá-los por dentro.

PSYCHOTIC - H.S ✔️ [EDITANDO]. Onde histórias criam vida. Descubra agora