Capítulo 6

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Capítulo 6

"- Onde você estava durante o apagão?"

"- Em casa." respondeu Jeremy na gravação.

"- Fazendo o que exatamente?"- Indagou o investigador.

Patrick apertava o controle remoto que estava em sua mão, enquanto assistia os depoimentos dos vizinhos de Geovanna.

"- Cuidando dos serviços domésticos."- Sebastian respondia as perguntas com calma, de um jeito natural e simpático que pertencia só à ele.

"- Você já teve algum contato com Geovanna?"

"- Nada além do superficial. Mas de longe se notava que ela era uma garotinha adorável, e nem imagino quem seria monstruoso o suficiente a ponto de fazer tal barbaridade com ela."

O delegado apertou o botão de repetir, e aquela cena foi reproduzida várias vezes. Patrick segurava o botão de volume, aumentando-o cada vez mais.

"- Nada além do superficial, mas de longe se notava que ela era uma garotinha adorável, e nem imagino quem seria monstruoso o suficiente a ponto de fazer tal barbaridade com ela..."- Patrick olhou no fundo dos olhos de seu marido na gravação. O conhecia muito bem, e sabia claramente o que aquela expressão queria dizer.

Apertou outro botão, dando zoom naqueles olhos verdes.

Jeremy surgiu do lado da TV, alguns minutos depois, e passou a encará-lo com uma expressão que só Patrick compreendia. O delegado retribuiu o olhar. Enquanto isto a gravação repetia na televisão.

"Nada além do superficial....eu nem imagino quem seria monstruoso.....garotinha adorável.....tal barbaridade.....ela....monstruoso....superficial...."

...

- Mas que maravilha! - Disse Jeremy ao descobrir que o caso de Amélia já estava concluído e ela poderia ir para a adoção. Linda estava apreensiva em relação aos seus futuros novos pais, que não tardaram a aparecer, e a menina não parecia nem um pouco feliz com isto.

Sebastian a visitava sempre que possível, e os dois passavam horas juntos, o que serviu para ampliar a admiração que ela tinha por ele.

Enquanto isto no escritório, os investigadores encontraram veneno num prato de comida que estava na cena do crime, e Scarlet se responsabilizou por este ato. Ela queria assassinar seu marido, Roger Martinez, que recentemente estava sendo procurado pela justiça. A polícia agora acreditava na hipótese de encontrar este homem morto, por conta do veneno, e Scarlet parecia dizer a verdade quando afirmava não saber de seu paradeiro. Patrick estava irritado com aquela situação, principalmente depois que os investigadores descobriram que havia uma grande chance do homem acusado ainda estar vivo, pois o veneno tinha efeito muito lento.

...

- Jeremy, eu vou ficar até mais tarde no trabalho- disse Patrick com uma voz cansada do outro lado da linha.

- Que horas você chega?- Sebastian estava decepcionado com aquela notícia, pois o aguardava ansiosamente e detestava dormir sozinho.

- Não vou demorar muito, só algumas horas a mais, é provável que eu chegue umas duas da madrugada. Então, não me espera acordado.

O caso Geovanna não estava recebendo tanta atenção quanto antigamente, pois os policiais não achavam o tal de Roger Martinez em lugar algum. E agora o delegado havia deixado este caso de lado para tratar de outro mais urgente.

Sebastian suspirou ao desligar o celular. Depois foi para o banho, vestiu um pijama limpo e foi para cama.

A época do ano era de verão, por isto chovia quase todos os dias, ás vezes muito forte, como naquela noite.

As leis de suplício e obsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora