Capítulo 11

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Acordei assustado, era 4 da manhã e alguém bater na sua porta essa hora não era coisa boa. E a pessoa parecia desesperada porque não largava a campainha. Como meu prédio não tinha portaria e eu estava cheio de sono, nem perguntei quem era, só apertei o botão liberando a porta. Logo ouço os murros na porta. Coloquei uma cueca e fui abrir a porta. Quando a abri eu quase tive um ataque cardíaco:

- Digão?!

Ele me olhava sério, quase com raiva no olhar. Estava do mesmo jeito que eu lembrava exceto pelo cabelo que estava grande e estava encharcado devido a chuva fina que caia. Não sei por que, mas não fiquei feliz em vê-lo, fiquei com medo. Ele pediu para eu entrar em contato, mas eu, covarde não o tinha feito, ele teria toda a legitimidade pra me bater ali. Então só fiquei esperando ele falar.

- Preciso me entocar, dá pra ser aqui?

- Como você me achou? E se entocar por quê? – ele se enfureceu.

- Esquece! Foi mau bater aqui essa hora... – ele virou e foi embora.

Eu fiquei tão perplexo por ele ter aparecido lá que nem tive reação para impedi-lo. Quando dei por mim ele já tinha passado da porta. Nem coloquei uma roupa, sai de cueca mesmo correndo atrás dele. O vi debaixo de uma árvore, olhando para os lados. A chuva caia gelada pra caralho, ele deveria estar congelando.

- Rodrigo!! – mas ele me ignorou, ou não ouviu. Então eu corri e o alcancei, pegando em seu braço – Vamos lá pra casa, desculpa, eu estou meio fora de mim. Vamos comigo, vem!

Ele não falou nada, só me seguiu. Lá em cima peguei uma toalha e o encaminhei para o banheiro, para que tomasse um banho quente. Separei algumas roupas e fiquei esperando na sala, ele sair. Quando ele aparece quase tive um troço, estava só enrolando na toalha. Entreguei a roupa pra ele e o safado se trocou ali mesmo. Retirou a toalha e logo vi sua rola repousando sobre o saco grande, com pelos bem aparados e tudo rodeado por sua pele cor de caramelo. Tinha uma tatuagem nova, um revolver na virilha, ficou mais gostoso ainda. Não consegui conter uma ereção. Ele colocou a cueca e o shorts, mas não a camiseta.

- Tem alguma coisa pra comer? To cheio de fome.

- Vou esquentar.

Ele sentou a mesa e começou a comer. Não me atrevia a falar nada com ele, tinha medo de sua reação, também não o agarraria, não sabia se ele queria. Eu fiquei olhando ele comer e ele desviando o olhar. Era como se eu não tivesse acordado de um sonho meu.

Depois que ele acabou, eu recolhi o prato e ele voltou pra sala. Lá, enquanto lavava a louça, não pensava em outra coisa, senão como poderia ter ele nos meus braços de novo. Mas eu teria que saber se ele me queria ainda, afinal já havia se passado mais de um ano.

Voltei pra sala e ele estava dormindo no sofá. Não pude deixar de contemplar aquele corpo que eu tanto desejava. Ajoelhei ali, bem perto dele e me contive a só olhá-lo. Peguei meu celular e o fotografei, nunca mais queria ficar sem olhar pra ele. Por fim, eu fui ao meu quarto e preparei a minha cama pra ele. Voltei a sala, o acordei e o mandei deitar lá. Ele, igual a um zumbi do The Walking Dead, vou marchando até o quarto e se jogou na cama, dormindo logo em seguida.

Já eu, não consegui pregar o olho, tinha medo de ser mais um sonho e se eu dormisse, acordasse para a dura realidade de não poder vê-lo novamente. Mas se fosse realmente um sonho, eu iria à penitenciária de qualquer jeito.

Logo o sol invadiu a janela e eu a fechei para que ele dormisse melhor. Fui para a cozinha e comecei a preparar o café da manhã para nós. Comi e comecei a trabalhar, porque era óbvio que eu não iria pro escritório com ele lá, tínhamos que conversar.

Prisioneiro da paixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora