Cena 11 - Contra tudo e contra todos

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O barulho de botas chocando-se contra o chão ecoava pelo corredor. O chão, as paredes e portas daquele lugar eram brancos e as luzes de neon no teto agora revelavam tudo ao redor, diferente de minutos atrás, nos quais que as trevas consumiam todas as coisas. Os três soldados corriam em formação, Chris seguindo na frente acompanhado de Barry e Jill na retaguarda. Estranhamente o corredor parecia vazio e aquilo era ainda mais assustador do que antes, sem todos aqueles monstros perambulando por toda parte, onde haviam se metido?

—Onde se meteram todos? Parece que esse lugar está deserto, será que aquelas coisas ficaram presas em alguma sala ou setor com as portas trancadas? Se for o caso é melhor nos apressarmos porque quando escaparem haverá centenas deles de uma vez! – gritava Jill.

—Por aqui! – gritou Chris apontando para uma curva no corredor onde uma placa dizia "Elevador em manutenção" – Esse elevador provavelmente deve estar com as portas fechadas, nenhum daqueles monstros deve ter caído pelo poço. Se abrirmos as portas podemos descer até o primeiro andar. Continuem correndo!

Barry imaginou por um instante que finalmente estavam perto de uma saída daquele lugar. Como estariam as coisas lá fora? Desde que chegara ali aquela manhã horas atrás que não tinha notícias do lado de fora. Wesker teria escapado? Não o havia encontrado mais e aquilo lhe parecia um sinal de que o capitão havia resolvido as coisas. Não via a hora de sair logo daquele prédio e ir se encontrar com sua família.

* * *

O sujeito baixou a cabeça e torceu os lábios praguejando consigo mesmo em pensamento quando os viu. Aquilo não deveria estar acontecendo. Barry não apenas mostrara-se incapaz de parar Chris e Jill como ainda estava com eles. Era incrível como algumas pessoas tinham o dom de decepcionar – pensou Wesker – aquilo teria repercussões.

—Capitão! – gritou Chris ao vê-lo ali. Não estava surpreso por vê-lo, mas as condições eram claramente estranhas – Aqui deveria ter um elevador fora de funcionamento. O que é isso? – indagou olhando o enorme tubo de vidro com o líquido verde atrás do líder da equipe.

Wesker colocou as mãos na cintura e encarou os subordinados.

—Vocês realmente sobreviveram. Devo admitir que estou perplexo. Esse lugar tornou-se um inferno e mesmo assim vocês conseguiram resistir aos obstáculos. Fazem jus ao nome que os S.T.A.R.S. carregam. Infelizmente creio que não sairão vivos daqui e sendo assim, acho que lhes devo algumas explicações, afinal, homens mortos não falam para sair espalhando...

Chris e Jill olharam um para o outro e então para o sujeito que retirou os óculos escuros. Os olhos brilhavam em vermelho como se houvesse uma pequena chama brilhando dentro de cada um. Sem pensar Chris apontou com a escopeta para o antigo chefe da equipe tática.

—Jill, cuidado! Ele está infectado! Mantenha distância! – gritou para a companheira.

—Infectado? – Wesker riu e virou-se de costas para os outros presentes sem se importar com a arma que lhe era apontada. Abriu os braços como quem mostra as coisas ao redor e continuou a falar – Como você pode me comparar a um desses vermes? Não sou uma dessas vítimas ocasionais. Não fui infectado no acidente. Eu sou um escolhido, o primeiro de uma nova geração de seres humanos melhorados pela ciência. Vocês deveriam me idolatrar.

—Idolatrar? Como um deus? – bradou Chris ainda apontando a arma – Você se acha um deus, mas é só um homem. Não diga que está por trás disso, você armou para nós? Para a Equipe Bravo? Eles estão mortos, todos eles. E Joseph também, como pode ser capaz disso?

—Não sou o responsável por isso. Pelo contrário, fui encarregado de resolver as coisas, mas como puderam ver, já estava tudo fora de controle. Os responsáveis eventualmente serão punidos, mas agora é impossível evitar as consequências. No entanto, não é bom para a corporação se saírem daqui espalhando sobre o que viram, não posso permitir isso.

Resident Evil: Primeira AçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora