Cena 03 - Conspirações

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28 de Julho de 2015, 4:00hs AM.

O sujeito estava sentado na grande cadeira esculpida à mão em madeira colonial atrás de sua também majestosa mesa. Olhava para as diversas cabeças de animais nas paredes de seu escritório, bem como os inúmeros troféus de caça. Tudo conquistado com muita determinação de sua pessoa. Afagava o bigode com o indicador e polegar da mão esquerda enquanto ouvia as queixas ao telefone. Não acreditava que haviam surgido falhas em seus esquemas.

—Entendo – disse ele respondendo ao sujeito do outro lado da linha – Foi uma infelicidade o pedido de socorro que levou a equipe Bravo até o cais de Liberty Island. Não me comunicaram sobre o que ocorria e a equipe partiu sem meu conhecimento. Espero que não tenham acessado nada extremamente confidencial. Irei cuidar dos envolvidos em breve, acidentes acontecem todo dia nesse tipo de trabalho, entende? Quanto a esse Billy, se ele estiver em Manhattan ou nas ilhas vizinhas tenha certeza de que o encontraremos e cuidaremos disso também. Eu assumo a partir daqui, apenas se certifique de não deixar pistas sobre nosso negócio, Sr. Birkin.

Brian colocou o telefone no gancho e olhou para a foto da esposa e da filha em um canto da mesa. Apenas algo grave o tiraria do calor e do conforto de sua cama para trazê-lo até ali em plenas quatro horas da manhã. E agora haviam alguns membros dos S.T.A.R.S. que tinham visto coisas que não deviam ver e sabiam coisas que não deviam saber. Teriam visto seu nome em algum documento? Nunca gostara dessa equipe especial de apoio tático desde sua criação. Precisava saber exatamente os membros presentes no incidente daquela madrugada e cuidar disso o quanto antes. Estava já abrindo sua caixa de charutos cubanos quando o telefone tocou novamente. Duas ligações na mesma madrugada? Parecia que esse seria um daqueles dias em que as coisas só iriam dar errado.

—Como é? – berrou ele ao atender – O Banco Central está sendo roubado? – o sujeito se sentiu em um pesadelo que apenas ficava pior. Depois de alguns segundos voltou a falar com mais calma – Irei assumir esse caso pessoalmente, mantenha as linhas livres e entre em contato com os S.T.A.R.S. imediatamente. Veja se a equipe Bravo está disponível, eu os quero dentro daquele prédio o quanto antes.

Com sorte mataria dois coelhos com uma só paulada antes daquele dia terminar – pensou.

* * *

28 de Julho de 2015, 6:05hs AM.

A van branca com adesivo de letras azuis anunciando uma lavanderia estacionou bem ao lado de uma pequena porta que dava acesso à entrada de serviço do majestoso prédio do Banco Central em Manhattan. Ao abrir suas portas traseiras os soldados da equipe Bravo desceram com as armas em punhos. A van era apenas uma fachada para colocá-los dentro de áreas sem levantar suspeitas no caso de missões sigilosas. Ao descerem do veículo a pequena porta diante dos mesmos abriu-se com um rangido. Um sujeito surgiu dizendo que o caminho estava limpo e os mesmos adentraram rapidamente antes que pudessem ser vistos por alguém na rua. Os olhos do líder da equipe, Enrico Marini e do homem que os esperava se encontraram quase soltando raios. Brian era visto como um homem casca grossa, do tipo grosso e que não tolerava falhas. Era o homem por trás de todas as atividades policiais naquele setor da velha Nova York.

—Eu sei que acabaram de passar por uma situação complicada, mas não tive opções senão chamá-los – disse o delegado – Não preciso repetir as informações que já lhes passaram, temos uma ocorrência com reféns importantes e não podemos deixar que esse caso vase na mídia. Precisamos entrar, resolver e sair rapidamente. Tudo tem que ser resolvido antes que se deem conta do perigo em questão. Após sairmos daqui o café da manhã é por minha conta.

—Acredite – disse Enrico – O senhor não faz ideia do que acabamos de enfrentar. E o pior é que descobrimos coisas que ninguém imagina. Se estivermos corretos naquilo que deduzimos a Umbrella é muito mais do que aparenta e não posso deixar de pensar no quanto eles controlam desse prédio, você sabe assim como nós quem são os maiores acionistas do Banco Central.

Resident Evil: Primeira AçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora