Fui até à cozinha e tirei algumas medições para construir novas bancadas e mais algumas coisas. Dirigi-me ao quarto para ir buscar as minhas ferramentas e voltei para o andar debaixo onde comecei a trabalhar nas bancadas. À minha volta estava um barulho desgraçado, parecia que estava a decorrer uma discussão. Sai da cozinha, onde estava sozinho, e caminhei até à sala onde se encontrava o Kakuzu, o Hidan, o Itachi, a Konan e o Pain. O Itachi estava encostado à parede calado a apreciar a confusão. Tss, o Itachi é tão parecido comigo no que se toca a estas coisas. Ainda me lembro quando fazia par de trabalho com ele, era tão mais calmo do que com o Deidara. Cada um de nós ficava em silêncio a pensar nas suas coisas sem nos chatearmos, mas depois veio o Kisame que ficou com o Itachi e eu vi-me obrigado a procurar outro parceiro e foi aí que conheci o idiota do Deidara. Tão irritante com as suas manias de explodir com tudo e nunca se cala! Mas porque é que estou a pensar nisto agora? Voltei à realidade, à discussão que estava a decorrer:
-O que é que se está a passar aqui?-indaguei- Não consigo trabalhar com este barulho.
-O Kakuzu está a fazer uma birra- respondeu Konan.
-Nós queríamos ir a uma aldeia próxima comprar comida mas o Kakuzu recusa-se a dar-nos dinheiro.- esclareceu Hidan.
-Mas o objetivo é não dar nas vistas e fingir que não existimos. Se andarmos a passear numa aldeia vamos chamar a atenção.-defendi.
-Vêm!-exclamou Kakuzu- Nós temos que permanecer escondidos por isso não me peçam dinheiro para ir à porra das compras!
-O Sasori tem razão.-finalmente Pain falou- Devemos ir à floresta, que separa a encosta da aldeia, caçar o nosso próprio alimento. No entanto, nós somos muitos e a caça nesta região é proibida, logo, vai dar muito mais nas vistas se os animais começarem a desaparecer só que se aparecermos disfarçados a comprar alimentos na aldeia.
-Mas...- Kakuzu ia começar a falar mas Pain interrompeu-o:
-Sasori, é possível esconder pessoas dentro das tuas marionetes humanas certo?
-Sim- respondi.
-Okay, então... Konan e Itachi, vocês vão. Sasori vai buscar as marionetes e Kakuzu, confiei-te as poupanças da Akatsuki, mas agora dá-me o dinheiro.
-Mas...-Kakuzu olhou para a mala de dinheiro que trazia na mão
-É uma ordem.-afirmou Hidan com ironia na voz.
Kakuzu olhou com raiva para Hidan e retorquiu:
-Não vos vou dar nada!
-Se não for a bem vai a mal.- respondeu Pain.
-Então que seja!- desafiou Kakuzu.
-Atreves-te a desafiar um Deus?- declarou Pain.
-O único Deus é o dinheiro.- afirmou Kakuzu.
Ambos se colocaram em posição de batalha, mas antes de começarem Tobi interrompeu:
-Um Deus não deve desperdiçar a sua energia em lutas inúteis.
Tobi aproximou-se de Kakuzu, olhou-o nos olhos e Kakuzu abriu a mala tirou de lá algumas notas e colocou-as na mão de Tobi. O que é que acabou de acontecer?! Kakuzu tinha uma expressão vazia. Genjutsu? Porque é que apenas eu e o Hidan parecíamos surpreendidos com o que se sucedera? Subi ao quarto para ir buscar as marionetes para Konan e Itachi. Depois de os colocar lá dentro é explicar como aqueles corpos funcionavam, eles partiram e eu regressei à cozinha. Ainda não tinha consigo tirar da cabeça o que havia acontecido. O Tobi é o membro mais irritante e estúpido da Akatsuki, provavelmente também é o mais fraco. Como assim o Kakuzu deu-lhe o dinheiro e não ao Pain? Bem, já estou a pensar demais. Vou voltar a concentrar-me na minha arte.
Depois de terminar fui até à sala. A maior parte do pó já havia sido limpo e o tapete também já tinha sido tirado. Comecei a tirar medidas e dirigi-me a Pain:
-Vamos precisar de ir comprar mobília. Não consigo fazes tudo. Pelo menos camas sofás e assim pq n tenho almofadas nem lãs nem nada disso. Bancadas de madeira faço na boa mas o resto...
-Estou a ver.... Vou tratar disso, por enquanto faz os possíveis.
-Okay, mas não demores muito a tomar uma decisão.
-Eu sei.
De seguida, terminei o trabalho e fui até à cave ver se precisavam de ajuda. A fome já me estava mesmo a matar, desde manhã que não comia nada e já estava a anoitecer. Porém, Konan e Itachi ainda não tinham chegado... Não acredito que me vai fazer esperar. Odeio esperar...
-Sasori Danna, hum- cumprimentou-me Deidara quando entrei na cave.
Não tive paciência para lhe responder. Continuei a andar para o interior. A iluminação era medíocre mas já não tinha muito pó nem sujidade. Dado que o cheiro era agora de detergente e produtos de limpeza imagino que devem ter todo algum trabalho a limpá-la. Porém, fiquei muito fascinado com o tamanho da cave. Era muito maior do que eu imaginara. Um sítio perfeito para guardar e trabalhar as minhas marionetes, um sítio perfeito para criar a minha arte.
-Precisam de ajuda para alguma coisa?- perguntei.
-Se quiseres ajudar a acabar de limpar és bem-vindo.- respondeu Kisame.
Zetsu entregou-me uma esfregona e comecei a passá-la pelas zonas mais sujas do chão. Mas porque é que não trouxe uma marionete para limpar por mim? Bem agora já não vale a pena. Deidara aproximou-se de mim e começou a tentar fazer conversa:
-Então... Como é que isso vai, hum?
Argh, ele é tão chato.
-Bem, até me começares a chatear.-respondi rudemente.
-Hum... Curtes da cave?- perguntou depois de soltar uma pequena risada falsa após a minha resposta rude.
-Sim, esta cave é perfeita para guardar as minhas marionetes.- disse com um pouco de impaciência na voz.
-Fixe. Mas não vais ocupar o espaço todo com isso, certo, hum?
-Não sei, tenho de falar com o Pain, porquê?
-É que também estava a pensar guardar aqui alguma da minha argila e explosivos. Este parece-me um sítio perfeito para inventar novas bombas, tu sabes, criar a minha arte, hum.
Wow, o Deidara pensou exatamente no mesmo que eu... E estou de acordo com ele quando se toca ao facto de este local ser artístico... Bem é melhor não me habituar.
-A arte é algo que permanece ao longo dos tempos intacta e de beleza incomparável... Não as tuas explosões... Mas se queres a cave não posso fazer nada contra isso.- murmurei baixinho.
-O quê?! A arte não é nada disso! A arte é uma coisa momentânea. Mostra-se e desaparece. É um momento q tens para ver e quando acaba fica completa a obra. Arte é uma explosão,hum!- declarou Deidara.
Lá vem ele outra vez com a sua arte explosiva. Não consegui ficar calado ao ouvi-lo insultar assim o nome da arte:
-E o que sabes tu de arte? Sua criança idiota.
-Criança?! Como te atreves a chamar-me criança seu marionetodependente!
-Mario...quê? Já começas a inventar insultos e tudo seu otário explodivo.
-A arte é uma explosão,hum!
-Explosão uma merda! A arte é algo que perdura no tempo!
-Eu vou-te mostrar a minha arte, hum!
-E eu a minha!
Ao dizer isto tirei o manto da akatsuki e preparei as minhas armas, enquanto Deidara preparava a argila.
-Ei! Vocês os 2 parem de...- começou Kisame quando Deidara o interrompeu com o seu "Katsu!" Que rebentou com a parede.
Quase era atingido, mas consegui deviar-me a tempo. Quando a poeira da explosão levantou foi possível ver que não havia parede ao lado de Deidara, mas apenas um enorme buraco na terra do subsolo.
-O que raio se passou aqui?!- gritou Pain, que acabara de chegar à cave.
-O Deidara explodiu.- gozou Kisame.
-DEIDARA! Panshou tein!- Pain atraiu Deidara para si e agarrou-o pelo pescoço levantando-o do chão- Que parte de não explodir e fingir que não existimos é que não percebeste?!
-Deve ter sido a parte de não explodir.- gozou ainda mais Kisame que ria incansavelmente.
-Cala-te Kisame!- exclamou Pain.
Kisame parou imediatamente de rir ao ver o olhar de raiva no rinnegan de Pain.
-Foi sem querer....arr...força do hábito...-disse Deidar com uma tosse dolorosa.
-Deves achar que vou acreditar nisso.- ladrou Pain.- Vais ter de conhecer a dor. Shibaku tensei.
Deidar foi empurrado contra a parede. Comecei a sentir um pouco de...culpa. O quê? Culpa? Foi aquele idiota que explodiu a parede! Mas fui eu quem o provocou... Kisame já estava a rir-se outra vez de Deidara. A raiva possuiu-me:
-Pára.- disse. A minha voz saiu mais descontrolada do que esperava.- Ele já sofreu o suficiente.
-Haha a pequena marionete está com pena do menino explosivos!- Kisame ria-se agora mais é uma enorme vontade de lhe bater invadiu-me, mas Pain parou-me:
-Kisame já te mandei uma vez calar. Se não quiseres conhecer também a dor não te metas.
Kisame parou novamente de se rir.
-Deidara, vais reparar todos os estragos que causaste e se amanhã a esta hora não tiveres terminado vais saber o que é a verdadeira dor- declarou Pain.
-Ok...kay.- respondeu Deidara com uma voz fraca.
-Chegámos e trouxemos comida!- a voz de Konan ecoou pela cave.
-Vamos, Deidara tu ficas.- afirmou Pain.
Todos subimos, excepto Deidara claro, e fomos até à cozinha. Sentámo-nos nas cadeiras que eu havia criado, ao pé da mesa também feita por mim, e começamos comer duns pacotes de ramen que Konan e Itachi tinham trazido.
-A sério? Ramen?- reclamou Hidan.
-Não temos sítio onde armazenar a comida nem fogões para cozinhar. Tivemos de trazer comida que não precise de conservação o que não é fácil de achar.- afirmou Konan.
-Se não queres não comas.- acrescentou Itachi.
Hidan fez a sua cara de amuado e calou-se. Estava tudo muito silencioso. Provavelmente porque Tobi tinha a boca ocupada com comida, Kisame estava com medo de Pain e Hidan estava a rezar amuado, já para não falar que o Deidara não estava à mesa. O silêncio foi quebrado quando Hidan acabou de rezar, até porque já tinha perdido a cara de amuado:
-Então... Onde está o Deidara?
-Explodiu açorardes da cave e agora está a repará-la.- respondeu Zetsu (preto).
-Haha! Típico.- disse Hidan.
-Amanhã preciso de 2 pares disponíveis para uma missão- Pain falou quebrando o momento constrangedor.
-Eu e o Kisame estamos disponíveis-respondeu Itachi.
-Eu e o Zetsu também- afirmou Tobi.
-Ótimo, então está decidido. Amanhã de madrugada vão até ao interior da vila da areia. Dar-vos-ei a morada do esconderijo do orochimaru e quero que tragam de lá toda a mobília que conseuguirem. Conto contigo para isso Tobi.
-Então o plano é assaltarmos o esconderijo do orochimaru?- inquiriu Kisame.
-Sim, basicamente- respondeu Konan.
-Mais valia termos ficado logo lá...-murmurou Hidan.
-Não vamos voltar a isso Hidan, os esconderijos do orochimaru são os primeiros sítios onde nos vão procurar, até porque eles sabem que orochimaru fez parte da akatsuki. Podem pensar q vamos fazer uma aliança ou assim.- argumentou Kakuzu.
-Sim, claro.-resmungou Hidan.
-Pain,-chamei- estive a ver a cave e parece-me um sítio adequado para guardar as minhas marionetes e trabalhá-las, mas para tal preciso da tua autorização o que dizes?
-A cave é para todos, não poderás reclamá-la como tua.-respondeu- Porém, suponho que seja grande o suficiente para montares lá as tuas coisas, desde que não impressas ninguém de lá entrar ou de a usar como quiser.
-Certo, obrigado.- agradeci.
Fiquei um pouco aborreciso, apesar de já esperar esta resposta, mas perderia ter a cave toda para mim, sem ter de me preocupar com pessoas a importunar-me e a mexer nas minhas coisas.
Acabei a refeição, deitei fora o pacote de ramen vazio e fui para o quarto. Quando entrei estranhei a sujidade. Depois de limpar tanta coisa esperava ter um quarto limpo para descansar, se bem que tinha noção de que o quarto estava tão sujo como o resto da casa estava e ninguém o havia limpado. Fui buscar esfregonas, vassouras e pás, peguei em 4 marionetes e comecei a limpeza do quarto. O Deidara deveria estar a ajudar-me, mas não ia esperar por ele e deixar o quarto sujo. Ele já estava muito ocupado com a porcaria que ele fez. Se bem que ele só fez isso porque eu o desafiei... Porque é que estou a pensar nisto outra vez?
Passado algumas horas acabei a arrumação. Quando desci para ir por o lixo, o andar debaixo estava vazio e silencioso, apenas se ouvia barulhos vindos da cave. Deidara devia estar atarefado. Quando cheguei à rua, o ar fresco da noite percorreu-me o corpo. Pousei o saco com lixo e sentei-me à porta de casa a admirar o céu estrelado. Imagens da guerra ninja invadiram a minha mente.... Os meus pais a partir e eu à espera... Sempre à espera... E à espera... Mas eles nunca voltaram. A minha avó a ensinar-me a manipular marionetes, eu a matar o kazekage, deixar a vila, juntar-me à akatsuki, o Itachi, o Deidara...
Acordei. Estava deitado na areia à porta da casa. Deixei-me dormir? Levantei-me e regressei para dentro de casa. Já não se ouvia barulho nenhum, nem vindo da cave, Deidara já deveria ter regressado ao quarto. No entanto, a luz vinda da cave ainda estava acesa. Desci à cave, só mesmo para apagar a luz, mas quando entrei vi Deidara deitado a dormir perto do buraco que já estava meio tapado. Bem ele até foi rápido a repará-lo. Aproximei-me dele e fiquei a olhar de cima. Será que deveria acordá-lo? Dei-lhe uns pequenos pontapés até ele se começar a mexer.
-Sasori Danna? És tu,hum?- perguntou Deidara com voz de sono enquanto olhava para mim com enormes olheiras.
-Sim, agora acorda idiota ainda tens trabalho para fazer.
-O que é que estás aqui a fazer, hum?
-Estava de passagem.
-De passagem pela cave, hum?- Deidara começou a levantar-se.
-vais continuar a fazer-me perguntas ou agradecer-me por te acordar? Se não terminares isto...
-Eu sei, eu sei, hum- pegou nas ferramentas e dei continuidade ao seu trabalho.
-Porque é que não lhe contaste sobre a discussão?- perguntei. Não queria fazer esta pergunta mas a culpa estava a consumir-me e nem sei porque, afinal é só o estúpido do Deidara.
-Não contei...? Contar o quê e a quem, hum?
-Contar ao Pain... Sobre a nossa discussão... Talvez te livrasses de um pouco de trabalho...
-Ah... Sei lá... Fui eu que explodi não tiveste culpa...- Consegui ver na cara de Deidara um pouco de embaraço- mas porque é que te interessas com isso?
-Ah... Por nada... Só para saber...- respondi num tom envergonhado. Só espero que ele não tenha reparado- Bem, tenho de ir, amanhã trabalho.
-Yah, adeus, hum.
Ao ir-me embora conseguia sentir os olhos de Deidara sobre mim. O que é quede passa? Porque é que lhe perguntei aquilo? Porque é que me preocupei com aquilo?! É apenas o Deidara! O que é que se passa comigo para chegar ao ponto de me preocupar com aquele otário?
Regressei ao quarto e deitei-me na cama.