Quem não gostou nada dessa história, foi a professora Marjorie. Que não perdeu tempo, nem poupou palavras. Quando teve oportunidade, agarrou Janine pelo braço e colocou ela na parede.
-Escuta aqui garota, o quê que você está pensando? Vamos diga! Se afasta dela! Ela não é uma perdida como você. Ela passou por muita coisa. Não sei de que inferno você saiu, mas se afasta. Não permitirei que machuque ela de novo. Se afasta, estou te avisando.
-Me solta tia...ou quem vai se machucar é você.
-Petulante!
-Ela tem muito mais do que a senhorita pode imaginar. E relaxa, ela não pode ser tratada como uma boneca de vidro ou de pano. A escolha é dela.
Num movimento rápido Janine se desvencilhou das mãos da professora, e seguiu seu caminho. Marjorie agora ainda mais preocupada, não queria mesmo Chloe perto dela. Marjorie sabia do poder que Janine exercia sobre as meninas do orfanato. Embora não fosse uma menina rebelde e autoritária ela tinha os seus meios para persuadir. Chloe precisaria aprender a se defender sozinha e isso preocupava Marjorie. Elas precisavam conversar, todas juntas precisavam resolver essa situação de uma vez. A professora estava tão intrigada com o interesse de Janine por Chloe, que decidiu saber um pouco mais sobre a menina. Ela procura a diretora do orfanato e é recebida por sua secretaria, uma moça baixa de olhos castanhos e cabelos pretos, seu nome é Rosemary, ela vive no orfanato desde menina e hoje é uma mulher muito querida por todos.
Rosemary avisa a professora que a diretora não está no orfanato, mas que poderá retornar no início da noite. À noite, enquanto Marjorie aguarda na sala de espera, relembra a frase de Janine: "Chloe precisa aprender a se defender sozinha.", e novamente se sente preocupada. Nesse momento lembra as poucas vezes em que esteve na presença da diretora, sempre em reuniões com o conselho de professores, mas nunca sozinha e sente um frio na barriga.
Madeleine, uma mulher de meia idade, elegante com lindos olhos azuis, cabelos loiros na altura dos ombros, cuida do orfanato a quinze anos, anteriormente trabalhava como professora em um colégio para moças. Foi convidada a trabalhar no orfanato por uma amiga também professora que estava mudando de cidade na ocasião e lhe indicou para assumir seu lugar. Ficou um ano como professora, foi coordenadora e atualmente é a diretora.
Madeleine recebe a professora Marjorie, com um interesse particular, pois são raras as visitas de professores.
-Boa noite senhora Madeleine, agradeço por me receber.
-Boa noite Marjorie em que posso ajudar?
-O assunto é um pouco delicado, analisei bastante e acredito ser necessária essa atitude, é a respeito da interna Janine, estou muito preocupada com seu comportamento, para ser mais precisa com os acontecimentos envolvimento ela e a interna Chloe. Por esse motivo gostaria de saber mais sobre as duas meninas, para ver se posso ajuda-las a terem uma melhor convivência. Madeleine observa a professora e pergunta o que ela que saber a respeito das meninas. Nesse momento ela fica apreensiva, pois sabe quando Chloe chegou ao orfanato, mas não sabe nada sobre seu passado, e a respeito de Janine não sabe nada. Marjorie explica que os professores não têm acesso a ficha dos alunos, mas que nesse caso sente ser necessário analisar as fichas das duas internas para entender melhor toda a situação. A diretora fica observando a professora por um longo tempo com um ar de mistério, e por fim ela responde que vai ver o que pode fazer a esse respeito e pede que Marjorie volte em três dias para conversarem.
Esses três dias pareceram uma eternidade para Majorie. Apesar que as meninas se comportaram bem e não aprontaram nada nesse período. Chloe queria poder estar com seus pais, estar naquele lugar a fazia refletir a vida, nos dias que havia brigado com sua mãe por não ser uma "boa garota". Antes ela não queria brigar com sua mãe, mas agora essa era a única coisa que ela queria.
Aquele lugar estava muito calmo...
Faltava ainda um dia para o término do prazo pedido pela diretora, e as pulgas atrás da orelha da professora ficavam cada vez mais gordas: "Por que três dias? Era só abrir uma gaveta?" Pensou ela. Então viu a faxineira, e começou a ter ideias...
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REVIRANDO PÁGINAS
RomantiekEm seu passado estão algumas das respostas que tanto procura. Mas é só no presente que vai conseguir encontra-las . Esse romance vai mostrar que nem tudo é tão mágico como a infância. É preciso virar as páginas com cuidado.