5 - Echo

3.1K 237 35
                                    

Já se passaram cinco dias. Me liberaram para voltar para casa, mas Tam continuava na S.H.I.E.L.D, então não mudou muita coisa. Eu passava praticamente todo meu tempo lá. Saía raras vezes. Apenas para buscar algo em casa ou visitar algumas amigas. Estava tentando resolver as coisas no colégio também. Terei de fazer uma prova de toda matéria que deram enquanto estive em coma, para provar que estou apta a continuar do ponto que pararam. Conheci meu irmão em uma das idas à escola. Na verdade já o tinha conhecido, mas não dei importância como faço com todos que não conheço. Ele é bem maluco. É mal de família, acho.
Meu pai ainda não havia voltado de Londres, mas me ligou assim que soube que eu tinha acordado. Ele ficou mais tempo pois a mãe da minha tal irmã resolveu dar a guarda para ele. Fácil assim. Aposto que era uma vaca. Meu pai contou da garota todo admirado. Confesso que senti ciúmes, mas não durou muito. Pelo que ele contou, ela era como eu... maluca. Mesmo um pouco deprimida ri quando ele me disse aquilo. Ele notou que eu não estava bem e percebeu que eu já sabia do casamento de Loki. Ele se propôs a mata-lo se eu quisesse. Eu disse que não, que queria ver ele sofrer por mim antes. Ele adorou minha resposta e me disse que ia me dar um presente por isso. Velho doido.
Fui para casa descansar a cabeça um pouco. Estava quase vazia. Os poucos que estavam em casa, deixam estar todos espalhados pelos cômodos. Fui direto para a biblioteca. Vasculhei tudo até achar um livro que eu tinha certeza que já havia visto lá. Larguei o livro sobre a mesa e sentei. Comecei a folhea-lho. Era um livro da mitologia nórdica. É, acho que sou masoquista. Li algumas coisas por cima tirando algumas dúvidas. Então cheguei a página em que falavam de Loki. Havia até uma ilustração. Nada parecida, mas não consegui me conter e passei a mão sobre ela. Fechei os olhos com força, me xingando mentalmente. Tirei a mão e comecei a ler. A dor no peito aumentava cada vez mais. E piorou quando chegou na parte em que citavam Sigyn, a deusa da fidelidade. De acordo com a mitologia eles se casavam mesmo. Era o destino, eu não podia fazer nada. Eu fui apenas algo passageiro até ele a encontrar. Fechei o livro com força e deitei a cabeça sobre ele, apertando os olhos para segurar o choro.
-Dri?-ouvi Wanda me chamar e levantei a cabeça.-Não fique triste. Se ele te trocou pela droga de um trono ele nunca te mereceu.-ela disse sentando ao meu lado.
-Pensei que você iria defendê - lo.-falei.
-Eu adoro Loki. Adoro mesmo. Ele até que era um bom amigo. Mas o que ele fez... me dá nojo. Quero que ele se exploda no momento.
-Somos duas então.-falei sorrindo fraco.
-Escuta, você não pode ficar sofrendo por ele. Você é tão nova. Tem muito o que viver. E é linda, não irá faltar homem caindo ao seus pés.
-Eu sou uma Stark. Os homens só irão cair aos meus pés por causa do dinheiro e da influência que meu pai tem.
-Vai ter alguém que não irá dar a mínima para seu sobrenome ou para o que você tem a herdar. Pode acreditar, são raros esses tipos, mas existem.
-Me dê um exemplo.-desafiei.
-Nem adiantaria. Todos que conheço já são comprometidos então...-ela deu de ombros.
-Essa é a questão. Todos os bons homens já tem dona.-brinquei.-Uuh, falando nisso. E você e o Visão?
-Estamos indo.-Wanda disse simplesmente.
-Estão indo?-questionei com a sobrancelha arqueada.
-É, devagar quase parando mas estamos indo.-ela disse.-Ele não é muito experiente nesse negócio de namoro.
-Vamos ser sinceras, ele não é nada experiente em namoro. Você é a primeira namorada dele.
-É, eu sou. Isso é meio assustador. Nunca fui a primeira namorada de ninguém.
-Nem eu Wandinha.-falei sorrindo.-Graças a deus. Ou estaríamos ferrados eu e o namorado.
-Igual eu e Visão.
-Igual você e Visão.-concordei.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Estava novamente na base da S.H.I.E.L.D. No quarto de Tam. Ela estava dopada depois do terceiro surto no dia. Bia tinha acabado de sair e eu comecei a ficar entediada. E quando fico entediada, penso demais. E não queria pensar em... urgh. Estendi minha palma a minha frente a encarando. Me concentrei no ar e de repente um pequeno tornado surgiu na minha palma. Sorri com isso. Era incrível o quão fácil eu conseguia controlar os poderes, sendo que nunca tive um treinamento.
-Sabe, eu estive pensando...-levei um susto ao ouvir a voz de Tam.
Rapidamente minha concentração foi para o brejo e o tornado desapareceu. Okay, não os controlo tão fácil assim. Encarei Tam.
-Esteve pensando?-incitei ela a continuar a frase.
-Que tal vendermos a nossa antiga casa? O irmão da Bia não poderá ficar lá para sempre. Nós não precisamos mais daquela casa.-ela disse.
-Absolutamente não. Foi a casa em que crescemos Tam. Todas nossas memórias estão lá.
-E todas as mentiras também. Já percebeu o tanto que nossa mãe nos enganou? Não me surpreenderia descobrir outros segredos.
-Ela fez para nosso bem.
-Esconder de você aquela profecia sua com Maigy não foi muito sensato. Ela devia tê-la alertado.
-É, daí eu cresceria com a certeza de que me uniria a ela e então acabaria realmente me unindo.
-Pode ser e pode não ser.-Tam falou e fez uma careta de dor.
-Que foi? Está ouvindo as vozes de novo?-ela apenas assentiu pressionando as têmporas.
Corri para a porta e chamei a enfermeira.
Logo Tam estava dopada novamente. E eu sentada em sua cama, segurando sua mão.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
-Não quero ir ao cinema. Não estou com cabeça para isso.-falei para Lena.
-Exatamente por isso. Você não está com cabeça por que está deprimida por conta de Loki. Precisa se distrair um pouco. George e eu resolvemos ir assistir algo para comemorar a liberdade dele. Daí lembrei de você.-ela disse sorrindo.
-Não quero Mi. Por favor.-resmunguei.
-Certeza? É invocação do mal 2.
-Invocação do mal 2?-perguntei sorrindo.
-É isso aí.-ela disse já sorrindo vitoriosa.
-Aff Milena. Te odeio.-falei me dando por vencida.
-Também te amo ruivinha. Passo na sua casa as oito.- ela falou e me deu as costas.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
-Pensei que George fosse diferente sem a influência de Maigy na cabeça dele.-comentei com Lena.
Estávamos observando George de longe. Ele estava na fila para comprar nossos ingressos.
-Diferente como?-ela perguntou.
-Não sei. Só... diferente. Mas ele é o mesmo, só que menos sei lá... robótico. Ele tinha algo estranho naquela época.
-Meu irmão é um homem bom. Tão bom que chega a ser burro. Sério, ele se apaixona muito fácil, daí as mulheres chutam ele e ele fica deprimido por séculos. Como agora. Ele não superou a vaca ainda.
-Coitado.-falei e ela revirou os olhos.
-Coitado nada. Ninguém manda ser burro. E além disso o meu quase namorado apontou uma arma pra minha cara e nem por isso fico choramingando.-reclamou.
-E já está seguindo em frente que eu sei. Ale me contou que você e o irmão de Henry estão se paquerando.
-Meu deus! Mas você já viu aquele homem? É um deus, menina. Uuh e além disso. Eu o convidei pra vir. Ele deve estar chegando a qualquer momento.
-Tá de sacanagem. Devia ter avisado que eu ficaria de vela.-resmunguei.
-Você não é a única.-ouvi uma voz conhecida ao meu lado e olhei sorrindo.
-Oi Henry.-falei.
-E aí maninha.-ele me abraçou.-Esse vestido não tá muito curto não?-ele disse quando nos separamos. Revirei os olhos para ele.
Olhei para o tal irmão e... céus! Milena não exagerou. O tal Jason era um deus de tão lindo. Humpf pena que não vi primeiro. O comprimentei e fiquei conversando coisas bobas com Henry. Até ouvir uma voz que já não ouvia havia muito, muito tempo. Mas não era possível. Devia ser imaginação. Devo estar ficando louca. Olhei para trás para ter certeza. Primeiramente vi uma garota ruiva de costas. Tinha um rapaz a frente dela. Não conseguia ver o rosto dele. Ela estava bem na frente. Fui um pouco para o lado. E paralisei. É ele! Oh meu deus! Como isso é possível?
Ele então olhou em minha direção e me fitou em choque, com um olhar de pavor. A garota com ele virou para ver quem ele encarava. Ela franziu a testa e se voltou a ele.
-Álisson! Quem é essa garota?-ela perguntou irritada.







I'm out on the edge and I'm screaming my name/ Estou no limite e estou gritando meu nome
Like a fool at the top of my lungs/ Como um bobo a plenos pulmões
Sometimes when I close my eyes I pretend I'm alright/ Algumas vezes, quando fecho meus olhos, eu finjo estar bem
But it's never enough/ Mas nunca é suficiente - Echo - Jason Walker.

Live Like Legends - Season 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora