12 - The Heart Wants What It Wants

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Tam, Clint e eu, viemos para a empresa Stark assim que pisamos em Nova Iorque. Na verdade, somente eu e Tam. Clint foi para a S.H.I.E.L.D. fazer sei lá eu o que. Ontem quando Tam leu o diário, ela ficou tão nervosa e começou a ter um dos surtos. Eu tentava acalma-la mas ela parecia não ouvir e gritava cada vez mais. O que acabou me deixando muito nervosa, que até esqueci do remédio para dopa-la que eu estava carregando comigo. Por sorte Clint sabia e quando desceu, ao ouvir os gritos, pegou-o e injetou nela. Eu estava certa em não contar a ela sobre Álisson, e eu devia ter guardado o que tinha no diário para mim. Quase causei um colapso em minha irmã. Quando ela acordou já estava melhor e não teve outro surto, mas ela parecia desmoronar por dentro. E eu sabia que estava da mesma forma que ela. Nossa mãe sempre foi nosso porto seguro, nossa inspiração, nossa rainha. Tínhamos orgulho de ser filhas de uma mulher tão maravilhosa. E descobrir que ela era tão desprezível ao ponto de matar uma criança, é matar mesmo, pois mesmo que ela tenha mandado outro fazer o trabalho sujo, ela era tão assassina quanto.
Vi o rosto de meu pai ficar a cada segundo mais pálido enquanto lia o diário. A tal Pepper Potts, ex-namorada e quem cuidava da empresa quando meu pai estava fora, estava sentada ao lado dele, no lado oposto ao meu e de Tam na mesa. Ela alternava o olhar preocupado entre nós e meu pai. Tam parecia claramente incomodada, tanto com a presença dela, quanto com a proximidade dela do meu pai. Era óbvio que a mulher notou e simplesmente ignorou. Tam estava apertando o encosto da cadeira com tanta força que pensei que se continuasse assim iria quebrar. Coloquei minha mão sobre a dela, que me encarou e olhou de esguelha para a mulher. Como se perguntasse se eu notei. Fiz uma careta e assenti. Ouvi meu pai suspirar e voltamos a atenção para ele. Ele estava com um olhar transtornado enquanto largava o diário, agora fechado, em cima da mesa.
-Bom, quem diria. A família Stark só aumenta.-meu pai brincou sem humor.
-Isso não é motivos para piadinhas Anthony.-Tam repreendeu.
-E além disso, ela está morta.-falei seca e ele me encarou.
-Dei uma olhada nas outras páginas além das que vocês indicaram. E não tinha nada falando em morte, apenas "me livrar" "se livrou" e blah blah. Ela pode estar viva.
-Se estivesse, a profecia poderia ter se cumprido. Ela e Maigy teriam se encontrado ao acaso.
-São muitas possibilidades.-ele disse com uma careta.
-O que tem aí Tony?-Pepper perguntou.
Ouvi Tam rosnar ao ouvir a mulher chamar meu pai de Tony. Segurei o riso e os dois também notaram. Pepper pareceu envergonhada e meu pai sorriu para Tam e mandou um beijo no ar para ela. Então ele começou a relatar o que leu para a loira e Tam os fitava prestando atenção em cada gesto e palavra que eles trocavam. Quanto ciúmes! Nunca tinha visto ela assim. Ri internamente e fixei o olhar no céu atrás deles. A parede era de vidro, tinha uma vista incrível. Enquanto olhava para o céu, me peguei pensando no que poderia estar acontecendo em Asgard, o que Loki estaria fazendo... Ai que vontade de me bater. Será que nunca vou me cansar de ser trouxa?
-Não!-ouvi Tam e olhei para ela.-Vou ficar aqui hoje. Quero conhecer um pouco da empresa do meu marido, afinal. E você vai ir para casa ou quer ficar também Drika?
-Vou ir na casa de Matt e Lexi, já que é aqui perto.
-Ah, tudo bem então.-ela falou se levantando.
-Se cuide filhota.-meu pai disse quando fiz a volta na mesa e dei um beijo no rosto dele.
-Foi um prazer conhecê-la Drika.-Pepper disse simpática.
-Hm é... Foi um prazer também senhorita Potts.
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-Sue é uma pessoa totalmente diferente quando se trata de nosso pai. Você deve ter percebido.-Lexi comentou, sentada no chão, na altura da mesinha onde estavam os biscoitos e o chá.
-Ah percebi. E foi assustador.-falei e mordi um pedaço do biscoito.
-Ela sempre foi a filha preferida. Isso era claro pra mim. Acho que é por que Sue foi o que prendeu Lauren a ele. Lauren é uma pessoa maravilhosa, não merecia ser casada com meu pai.
-Eu não sabia que Milena tinha te contado o que ele fez.
-Ela achou melhor eu saber e quando íamos contar a Sue, ela começou a ficar mal por causa da mutação. Nos preocupamos que isso agravaria a situação dela e não contamos. E tem muito mais coisa além disso. Eu catei cada podre de meu pai. Descobri coisas horríveis. E desconfio que a morte da minha mãe não foi como contam. Meu pai diz que ela morreu no meu parto mas perguntei a minha avó materna e ela pareceu ter medo de falar e simplesmente mudou de assunto sem responder nada. Suspeito demais para uma simples morte no parto.
-Acha mesmo que seu próprio pai fez isso?
-E você não acha?
-Claro que sim, mas sei lá, você fala com tanta certeza e indiferença. Acho que eu estaria surtando se fosse o meu.
-Pff seu pai é maravilhoso. O meu sempre demonstrou que não era flor que se cheire. Sou a única que percebeu isso. Acho que desde pequena. Lauren fecha os olhos por que não quer se separar. Ela vem de uma família muito conservadora. E Sue é cega mesmo, a verdade pode dançar tango na cara dela que ela não vai acreditar. Nada abala a visão de herói que ela construiu sobre nosso pai.
-Vai ser difícil para ela quando descobrir a verdade. Que o próprio pai a deixou lá correndo riscos e ainda deixou que injetassem uma droga nela que poderia tê-la matado.
-Eu achei que ela ia ficar bem. Pois Bia me contou que Tam ficou mal assim que injetaram a droga, não imaginei que depois de meses Sue iria apresentar alguma rejeição. Meu pai entrou em desespero, parece que ele sempre imaginou que ela seria forte o suficiente para aquilo e quando ela ficou mal...ele só faltava querer se matar.
-Nossa!-exclamei.
-Sei o que está pensando. É, ele tem um coração. Mas só tem espaço para Suellen.-ela falou tristemente, passando o dedo na borda da xícara.
-Não diga isso, você também é filha dele. Ele também te ama.
-Eu duvido muito. Acho que até Lauren que não é minha mãe de verdade me ama mais que ele.
-Tanto pessimismo não vai fazer bem as bebês. Vem cá.-a puxei e ela deitou a cabeça em minhas pernas. Acariciei seus cabelos enquanto falava.- Olha, pense assim. Sua vida tá uma droga, mas não tanto quanto a minha. Sempre uso essa motivação pra levantar de manhã. Se a minha vida tá uma desgraça, sempre haverá alguém com uma desgraça ainda maior por aí.
-Que motivação incrível. -ela zombou e levantou o rosto.- Mas o que aconteceu com você?
-Nada demais, só descobri que minha mãe era um monstro e matou minha irmã gêmea mais nova para a profecia com Maigy não se cumprir.
-É o que!?
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Depois de sair da casa de Lexi passei na escola para ver se as coisas já estavam resolvidas e se na segunda eu já poderia voltar às aulas normalmente. E sim, finalmente haviam terminado de verificar as provas que fiz para recuperar o tempo em coma e eu finalmente voltaria ao colégio para o último mês. Até que esse coma serviu pra algo... credo, sou maluca mesmo. Ah mas é verdade. Odeio ter de estudar no meio de um monte de gente mimada. As únicas pessoas decentes dali são Peter, Henry, Sue e Jessy. Jessy diz que tem mais pessoas legais, mas prefiro não me arriscar. Gosto do meu mundinho fechado. Cheguei em casa e não era tão tarde, mas mesmo assim desabei. Acho que tanto estresse me cansou. Assim que fechei os olhos apaguei completamente, pareciam ter passado segundos quando abri os olhos novamente com uma claridade infernal quase me cegando. Senti o calor do sol em minha pele e a grama sob meu corpo. Sentei e fiquei com a mão em frente ao rosto para tampar a visão do sol. Mas não era muito necessário, alguém parou de pé em minha frente ocultando grande parte da claridade que me cegava. Tirei as mãos do rosto e olhei para cima.
-Aaaah.-gemi em frustração e me joguei deitada novamente.-Tinha esperanças de que tivesse sido só um sonho mesmo.
-Isso me surpreende. Achei que não fosse burra.-Loki disse em tom de zombaria.
-Ah cale a boca. Eu não mandei você não invadir meu sonhos mais aliás?
-Como se eu fosse lhe obedecer. Francamente, nem você acredita.-ele revirou os olhos.
-Sou uma pessoa muito esperançosa.-falei e sentei- Que foi? Por que está me olhando assim?
-Pensei que você iria começar a gritar quando estivesse aqui de novo.
-Estou sem forças pra briga, psicologicamente falando.
-O que aconteceu?-ele perguntou, parecendo preocupado.
Sem paciência para repetir tudo de novo para outra pessoa, somente abri a mente e projetei tudo que descobri sobre minha mãe.
-Isso é surpresa. Pensei que Maigy era a única laranja podre daquela família.
-Laranja podre? Você percebe que também já foi uma laranja podre não é?
Ele não respondeu, apenas franziu a testa e ficou de costas para mim. Olhei para frente, estávamos na beira do lago. Tipo, bem perto. Segurei meu impulso de jogar Loki na água. Consegui ouvir o barulho da cachoeira ali perto. Levantei e me avaliei, estava novamente com aquele mesmo vestido azul da primeira vez. Tirei o pó da roupa e me aproximei um pouco mais de Loki. Pude ver a cachoeira não muito longe. Virei para olhá-lo e ele me fitava.
-Que lugar é esse?-perguntei.
-Algo criado por sua mente.
-Não foi você quem criou então?-perguntei surpresa.
-Não, não poderia. Sua mente é de seu domínio. Claro que posso entrar nela, mas não conseguiria criar algo eu mesmo nela. Nem alguém com muita prática nisso iria conseguir.
-Sério? Bom, ao menos isso.-falei dando de ombros.
-Este foi o cenário que mais me agradou. Tem muita coisa doida na sua cabeça sabe. Chega a ser assustador.
-Ah tadinho, traumatizou bebê?
-Eu não vou repetir que você é maluca. Já estou me sentindo um disco arranhado de tanto falar isso.-ri e subi o vestido na altura dos joelhos e entrei na água aos poucos.-Não está mais irritada comigo?
-Ah estou, você nem faz idéia do tanto que te odeio. Mas como disse antes, não estou com o psicológico muito bom hoje, então, uma pequena trégua por agora.
-Sério?-ele perguntou surpreso.
-Se quiser que eu cancele é só avisar, estou até começando a me sentir disposta a gritar agora.
-Não, tudo bem. Trégua, sem gritos e ódio.-ele disse rápido e ri.
-Vamos, entre na água então.
-Entrar na água?
-É Loki, entrar na água. Você é burro ou surdo?-ele fez uma careta indignada.-Só entra logo coisa.
Ele começou a tirar as roupas asgardianas estranhas dele enquanto eu brincava com a água fazendo círculos com as mãos.
-Essa droga tá gelada. Caramba.-ele reclamou enquanto entrava.
-Gigantes de gelo sentem frio?
-Nesta forma eu sinto, ao menos.
-Uh.
-Drika?
-Hum?
-Você lembra o que me disse antes de... "morrer" em meus braços?
-É, lembro, falei que te amo.-falei simplesmente.
-E ainda ama?
-De que isso importa? Você vai casar com outra mesmo.
-Eu só... nada, não importa.
-Está arrependido de sua escolha?-perguntei com uma ponta de esperança.
-Não, ainda quero o trono. Não vou trocá-lo por nada.
-Sabe, você não é nada bom com mulheres. Me trazer aqui só para ficar dizendo que quer o trono e que não vai trocá-lo por nada. Percebe que está me chamando de nada?
-Desculpe, não foi minha intenção.
-Uau, Loki o todo poderoso está pedindo desculpas. Isso é que é uma surpresa.
-Não zombe.-ele reclamou.
-Ah claro vossa majestade, não irei mais zombar.-ele bufou.
-Você ainda não me respondeu.
-O que, inferno?-perguntei irritada.
-Ainda me ama?
-Não, eu já disse que... te odeio.-gaguejei.
-E eu não acredito.
-Tô nem aí, acredite no que quiser.
-Drika, não minta.-ele disse sorrindo torto.
-Vai pro inferno Loki. E tire esse sorriso demoníaco do rosto.
-Que sorriso?-ele perguntou ainda sorrindo e com grande malícia nos olhos.
Bufei e nadei até a margem. Saí da água segurando o vestido no alto para conseguir andar. O vestido ficava grudando no corpo de tão encharcado. Senti o braço de Loki me puxar pela cintura. Ele me virou de frente para ele ainda me segurando firmemente. Seu olhar estava fixo em meus lábios. Ele ia me beijar e eu não conseguia ter reação, não conseguia me mover, não conseguia sequer pensar. Aquele homem me tinha nas mãos dele. Seria sempre assim que acabaria se ficássemos sozinhos no mesmo local. Eu me odiava por ser tão submissa a ele. Por não conseguir resistir a ele. Loki me tinha nas mãos dele e o pior... ele sabia disso.







You got me sippin' on something/ Você me fez experimentar algo
I can't compare to nothing/ Que não posso comparar a nada
I've ever known, I'm hoping/ Que já tive, e tenho esperança
That after this fever I'll survive/ Que depois dessa febre eu sobreviverei
I know I'm acting a bit crazy/ Sei que estou agindo feito louca
Strung out, a little bit hazy/ Estou presa, tudo meio nebuloso
Hand over heart, I'm praying/ Com a mão no coração, estou rezando
That I'm gonna make it out alive/ Para sobreviver a isso tudo-The Heart Wants What It Wants- Selena Gomez.

Live Like Legends - Season 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora