32 - Amnesia

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De braços dados com George caminhei até o altar. Tomamos nossos lugares de padrinhos e logo que todos estavam em seu devido lugar, a marcha nupcial começou. As portas se abriram e Jessy entrou com seu pai. Ele estava maravilhosa, digna de uma rainha como eu havia dito a ela. Olhei para T'Challa que tinha um olhar maravilhado e completamente apaixonado. Sorri com isso. Ao menos sabia que minha amiga seria feliz.
Meu olhar foi automaticamente para Loki, no lado oposto ao meu. Ele estava sob a mesma ilusão que usou no casamento de Tam e meu pai. Seu olhar estava cravado em mim. Sustentei seu olhar por alguns segundos até desviá-lo para Sigyn ao seu lado e logo voltando a olhar para Jessy que agora estava sendo entregue a T'Challa por seu pai.
A cerimônia se seguiu lentamente, mas não tanto quanto achei que seria. Logo estávamos todos fora da igreja rindo e jogando arroz nos recém casados. Logo indo para a festa que seria na enorme mansão dos pais de Jessy.
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-O que está fazendo?-Vic perguntou, parando na minha frente.
-Bebendo.
-Não devia.
-Cuide da sua vida Victoria.-mandei.
-Você está com uma cara de morta. O que aconteceu?
-Eu nasci, foi o que aconteceu.-falei amarga.
-Me dá isso.
Ela arrancou o copo da minha mão e o jogou com força no chão. As pessoas ao redor olharam estranhos para ela.
-Foi mal, muita convivência com Thor.-ela disse e eles viraram após a olharem como louca.
Ela se virou para mim com um sorriso. Eu ainda a olhava ainda de olhos arregalados.
-Que foi? Não aguento pinguços. Perto de mim você não vai beber.
-Alguém já te disso o quanto você é chata?
-A vida toda. Camila principalmente. Mas sou uma chata maravilhosa, por isso ela não consegue viver sem mim e nem você.
-Você é uma chata adorável.-falei e sorri.
-Viu? Eu não disse?-sorri para ela.-Mas então... vai me contar o porque dessa cara?
-Não é nada, só coisas que estão rodeando minha cabeça e me deixando maluca.
-Coisas do tipo... Loki?
-Até você?-choraminguei.
-Ah, então acertei. É que andei ouvindo umas conversas de suas amigas. Elas não são muito discretas.
-É, e você sem a Camila não consegue ficar sem ouvir a conversa alheia não é?
-Fazer o que? O tédio é predominante naquela casa. Nosso pai nem pra fazer festas pra mim poder estragar.
-Você não presta.
-Claro que não. Sou uma Stark, baby. E onde está seu suposto namorado?
-Não sei, deve estar com a Lena.-dei de ombros.
-Que surpresa. Vocês são um casal tão unido. É incrível você ainda estar caída por outro.
-Dá pra parar de falar isso?-pedi incomodada.
-Não, eu também virei Driki sabe? Estou bem pensando em fazer umas camisetas e uns cartazes e sair por aí lutar pela volta desse lindo amor.-Victoria disse sorrindo zombeteira.
-Cala a boca Victoria.
Ela sorriu mas logo seu sorriso sumiu enquanto olhava para atrás de mim. Me virei e vi uma Tamara furiosa vindo em minha direção, meu pai vinha atrás dela e chamando, mas sendo completamente ignorado.
-Por que não me contou? Como pôde fazer isso?
-Não contei o que? Do que está falando?
-De Álisson! Como você...-a interrompi.
-Eu estava te protegendo e o que mudaria se eu te contasse? Você está casada e até grávida agora. Está feliz, não precisava de uma notícia dessas para estragar tudo, ainda mais porque quando eu descobri você estava mal e se soubesse ficaria pior.
-Na mesma época eu descobri que minha mãe era um monstro, mas ainda assim que recuperei rapidamente. Você podia ter me contado.-ela disse irritada.
-O caso de nossa mãe era diferente. Ela está morta, não tem a quem julgar ou se irritar. Não adiantaria. Mas Álisson está vivo e por causa do que fez machucou muito você. Você iria surtar até encontrar ele e tirar tudo a limpo. Tenho certeza que é o que quer fazer agora.-falei e Tam colocou a mão sobre a pequena protuberância em sua barriga de quatro meses.
-Sim, eu quero encontrá-lo para poder eu mesma matá-lo e dessa vez de verdade.-ela falou agora calma mas com ódio evidente em sua voz.
-Se quiser ajuda estou a disposição.-Vic falou e Tam sorriu para ela, mas voltando o olhar para mim novamente.
-Você vai me ajudar a encontrar ele.
-Moleza mana. Assim que chegarmos em casa eu descubro pra você.-falei.
-Sério isso?-meu pai perguntou com uma careta.
-Que foi Anthony?
-Eu estava achando que seria pior quando você soubesse.
-Achou que eu sairia quebrando tudo e gritando com todo mundo?
-Mais ou menos isso.
-Ou seja, você estava louco pra ver uma treta.-Vic disse.
-Eu estava mesmo.-ele confirmou.
-Não acredito que contou para ela.-falei incrédula.
-Não contei.-ele se defendeu.
-Vi na mente dele.-Tam disse sorrindo orgulhosa.
-Ah, sabe, você está realmente lidando com isso melhor do que eu achava que seria.
-Acredite, estou irritada, estou completamente furiosa, mas vou guardar isso para Álisson. Quando o encontrá-lo, ele vai saber quem é Tamara Stark.-ela falou com um brilho de fúria no olhar.
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Embalei o pequeno e rechonchudo bebê enquanto falava com a voz boba. Ele sorria fofamente enquanto eu brincava com sua mãozinha gorda.
-Quem é o amor da dinda? Quem é? É o Brian, sim, você é o amorzinho da minha vida.-falei boba.
-Quanto doce, sinto pena de quando tiver seus filhos.
-Wade! Não sabia que tinha sido convidado. Oi Mary.-cumprimentei a loira.
-Oi Drika.
-E não fui convidado, mas quem disse que eu perderia essa festa?
-Você disse que tinha sido convidado!-Mary falou incrédula.
-Eu não disse. Apenas falei que iríamos na festa de um amigo e você correu para se arrumar.
-Aff Wade, não sei porque ainda te ouço.-ela revirou os olhos e veio para o meu lado.-É o bebê da Rita?
-Sim, ela foi dançar com o Steve e deixou ele um pouco comigo.
-Ele é lindo.-ela disse encantada e o bebê pegou o dedo dela o balançando.
-Não é mesmo?
-Que dinda babona.-Wade disse se aproximando.
-Eu sou mesmo. Olha que coisa mais amada.-sorri balançando bebê que riu.
-Esse vai arrasar. Ande comigo e vou te ensinar muita coisa garotão.-Wade disse para o bebê que riu novamente tentando se esticar para pegar a gravata borboleta dele.
-Avise a todos para manter o menino afastado de Wade.-Mary falou para mim.
-Mas que absurdo. Até você contra mim?
-Não estou contra você, só estou protegendo a pobre criança. Já basta um Wade no mundo.
-Tá bem então. Estou em greve. Adeus Mary.-ele nos deu as costas e Mary bufou.
-Ele está tão teatral hoje. Melhor eu ir atrás. Nos vemos por aí Drika.
-Tchau Mary.
Continuei brincando com Brian por mais algum tempo até que Rita e Steve entraram rindo. Olhei para os dois vindo em minha direção.
-Como está o meu anjinho?-ela perguntou e estendeu os braços.-Hey, olá amor. Vem com a mamãe, vamos para casa dormir.-Brian praticamente se jogou nos braços da mãe.
-Já vão embora?
-Já, estamos exaustos.-Steve respondeu.
-Vai lá aproveitar a festa um pouco garota. Até seu namorado está lá dançando e você trancada aqui dentro. Pare de ser anti social.-Rita reclamou.-Jessy logo joga o buque e se manda. Melhor você estar lá fora.
-Não quero pegar buque nenhum.
-Se você estivesse com Loki com certeza iria querer.
-Vocês estão armando um complô contra mim? Tem algo a dizer também Steve?-perguntei irritada.
-Eu não vou me meter nessa história. Só acho que...-choraminguei e ele parou.-Tudo bem, suas decisões.
-Obrigada! Viu? Até ele me entende e você que me conhece há anos não. Péssima amiga, amiga terrível.
-Exatamente por eu ser uma boa amiga que estou te aconselhando. Pare de iludir o pobre coitado e vai...
-Vocês até treinaram a mesma frase? Tá de sacanagem! Quer saber? Pra mim já deu por hoje. Tchau.-dei as costas a eles.
Sai pra fora da casa e fui sentar junto a Matt, Lexi e Lauren, que estavam com as gêmeas. Normalmente ninguém traria bebês de três meses para uma festa assim, mas não se dava para confiar em deixá-las com alguém com todo o risco que corríamos. As coisas estavam muito quietas ultimamente. Desde que fomos para Asgard na verdade. Sinal de que se Robert e seus mutantes atacassem a coisa não ia ser boa. Então estávamos sempre preparados e nunca sozinhos.
Conversei um pouco com os três e papariquei um pouco as pequenas gracinhas Melina e Joanna, até George vir me puxar para dançar.
-Você está tão estranha hoje.-George falou me olhando com o cenho franzido.
-Impressão sua. Estou normal.-falei.
-Não é impressão, você está estranha desde a ida até a igreja.
-Sério George, estou bem. Só com algumas coisas na cabeça. As cartas da faculdade chegaram e não sei qual escolher, isso está me dando uma dor de cabeça enorme.-menti dando um sorriso fraco.
-Só isso mesmo?-ele insistiu desconfiado.
-Claro.
-Drika, Drika! Foi mal interromper a dança de vocês George, mas preciso urgente da minha irmã.-ele me arrastou sem ao menos me dar tempo de pensar.
Quando dei por mim estávamos descendo escadas para o porão. A fitei confusa.
-O que aconteceu, Victoria? Porque está me trazendo aqui?
-Preciso que veja uma coisa. Vamos, mais rápido!-ela me puxou impaciente.
-Victoria... Henry?-perguntei ao vê-lo sair pela porta.
-Só quero que saiba que fui obrigado a isso.
-Do que...
-Entra aí.-Vic me empurrou para dentro e trancou a porta por fora.
-Victoria Stark, o que raios está fazendo? Me tire daqui já! Henry! Se não abrirem essa porta eu acabo com os dois quando sair daqui.-gritei batendo na porta.
-Não adianta gritar. Eles já estão lá em cima.
-O que?-virei vendo a sombra de Loki na escuridão. Bufei.-Ah inferno! Não acredito que Victoria te ajudou nessa armação.
-Em minha defesa, eu também fui enganado e trazido pra cá.
-Seu mentiroso. Você lê mentes! Não foi enganado coisa nenhuma.-acusei irritada.
-Bom, eles não sabem disso. Sua irmã realmente quer a gente junto.
-Pobre coitada, vai esperar morta. No caixão que vai estar assim que eu sair daqui.
-Não seja tão dura com ela. A garota tinha boas intenções.
-E você está adorando não é demônio?
-Odiando eu não estou. Só que não gostei é que eles poderiam ter escolhido um lugar mais limpo não é? Esse lugar fede a...
-Senhor, daí-me paciência.-resmunguei pra mim mesma e ele se calou.
Vi de onde vinha a pouca luz do cômodo e segui. Tinha uma pequena janela no alto, que dava para o pátio iluminado. Era muito pequena e nem eu passaria por ela e mesmo se eu conseguisse alcançá-la, ninguém me ouviria chamar por conta do volume altíssimo da música.
Com chamas nos dedos para iluminar o lugar, vaguei pelo porão, em busca de algum interruptor ou algo do tipo. Encontrei o interruptor mas não funcionou. Continuei vagando até que achei velas. Acendi algumas e procurei Loki com o olhar, estranhando sua súbita quietude.
Ele estava em um canto escorado na parede me observando. Desviei o olhar suspirando.
-Parabéns.-ele disse de repente.
-O que?-questionei, confusa.
-Você está conseguindo cumprir sua promessa para o idiota.
-Você sabe? Ah é claro que sabe, viu na mente dele.-revirei os olhos.
-Confesso que achei que essa promessa não duraria, mas você foi forte e esperta. Mas agora, depois de três meses sem sequer passar por mim em um corredor sozinha para acabar aqui, em uma emboscada da sua irmã mais nova.
-Mas não vai funcionar. Irei sair daqui com a promessa ainda intacta. E nem ouse se aproximar de mim.-ameacei.
-Estou quieto aqui.-ele levantou as mãos para o alto em rendição.
-Pois continue assim.
Sentei no canto mais afastado possível de Loki e fechei os olhos escutando as músicas, que tocavam, para tentar me acalmar. Quando saísse daqui quebraria Victoria e Henry ao meio. Aquelas pestes iam me pagar caro.
-Eu não era assim.-Loki disse e abri os olhos, o fitando.
-Assim como?
-Estou noivo de uma mulher e ainda assim querendo outra. Eu posso ter milhares de defeitos, posso ser um assassino, mas traidor eu nunca quis ser. Sempre tive nojo de quem fazia isso. Thor me irritava porque magoava muitas mulheres, sempre andando com uma e outra. Eu não sou assim... eu não era assim. Odeio fazer isso com Sigyn, mas não consigo me manter afastado de você e a toda oportunidade que tenho de ficar perto eu aproveito. Você não sabe o quão difícil está sendo ficar afastado de você. Cada dia...
-Chega! De que adianta ficar me dizendo essas coisas? Porque ficar torturando a mim e a si mesmo? Sei que não vai largar Sigyn. Você pode não conseguir se afastar de mim. mas sei que não vai se afastar da única chance de conseguir seu tão amado trono.
-Não, não vou. Só queria que soubesse.-ele disse.
-Não mudou nada me contar isso. Ainda te acho o mesmo desprezível de sempre.-falei amarga.
-Não achei que mudaria, sei com quem estou lidando.-ele disse com um sorriso de canto.-Quer dançar? Está tocando a mesma música que dançamos no casamento da sua irmã.
-Nem tem espaço para dançar aqui. Está tudo uma bagunça.
-Tem na sua cabeça.-ele falou e o fitei confusa.
-O que?
-Abra sua mente.
-Não.
-Vamos garota. Não vou invadir seus pensamentos. É só para você ver.-ele insistiu mandão.
-Ver o que?-perguntei receosa.
-Pare de ser desconfiada e abra a mente.
Bufei e relaxei. Deixando minha mente livre para seu acesso. Então o cenário mudou e eu já não escutava música nenhuma. Não estávamos mais no porão mas em uma estrada, com árvores ao redor. Tinha impressão de que já vi aquele lugar.
-Que lugar...-comecei mas ele me interrompeu.
-Vi em um filme que você gosta.-ele disse eu sorri lembrando.
-É uma série. Amo aquela cena.
-Eu imaginei. Então, quer dançar?
Ele estendeu a mão para mim. Olhei para ela por alguns segundos antes de ir até ele e a pegar, me aproximando mais de seu corpo colocando a outra mão em seu ombro. Ele colocou a mão em minhas costas e me puxou, colando nossos corpos. Sorri ao ouvi começar hunger.
-Você realmente decorou a cena.-brinquei.
-Culpa sua.-ele acusou com um meio sorriso.
Começamos a dançar lentamente. E a cada passo, a cada giro, eu me sentia mais leve, mais feliz. Ele decorou cada detalhe, cada passo da cena para mim, para me fazer feliz. Parei de dançar e ele me olhou confuso.
-Eu te odeio tanto por me fazer te amar assim.
Então o beijei. O beijei com amor, o beijei com saudade, o beijei com tudo de mim. Cansei de lutar, era impossível. Aqueles três meses o evitando foram os mais dolorosos de toda minha vida. O ver e não poder chegar perto dele, tocá-lo, sentir o seu cheiro e seus lábios nos meus, era um mártir. Ele iria voltar para Asgard em alguns dias e eu provavelmente nunca mais o veria, pois não colocaria os pés lá após seu casamento. Então eu aproveitaria cada momento que pudesse com ele. O mundo que se ferrasse.
-Eu te amo Loki, te amo com todo meu ser.-falei segundos após separar nossos lábios e perceber que a ilusão tinha se desfeito.
-Eu sei minha ruiva e você também sabe não é?-ele perguntou baixo, com os lábios roçando os meus.
-Sim Loki, eu sei.-falei ternamente.
E novamente me entreguei para ele. Ali naquele porão imundo mesmo, nos amamos com todo nosso corpo e alma, não nos importando com o mundo lá fora. Só o que existia era o ali e o agora. Apenas nós em nossa explosão de amor incontrolável.





Mi corazon se deshace/ Meu coração se desfaz
Mi pulso se desanima/ Meu pulso desacelera
Cargo un pesado equipaje/ Carrego um fardo pesado
Recuerdos que contaminan/ Lembranças que contaminam
Tu ausencia es una tormenta/ Sua ausência é uma tormenta
Que arrasa con mi alegría/ Que destrói minha alegria
Soy una lagrima seca/ Sou uma lágrima seca Soy una rama caída/ Sou um galho caído
Y lo más triste de todo/ E o mais triste de tudo
Es aceptar que mis labios tus besos mendigan/ É aceitar que meus lábios imploram por seus beijos-Amnesia-Anahí.

Live Like Legends - Season 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora