adotei um cano de PVC

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[Eae cambada
Eu tô mto feliz pq eu acho que a Senmãe me ama então UAU EU TÔ MTO HAPPYYYYY¡!!¡¡!¡¡¡!!¡!!
Voltando ao assunto
Em um dos pátios externos da minha casa tinha um toldo velho, mofado, furado, que todo mundo esquecia de mandar trocar. E esse toldo fica bem embaixo da mureta da minha sacada, onde eu fico sentada pra filosofar me sentindo o Batman.
Aliás, essa mureta já foi um ponto de observação de ex-militares. Não que militares ficassem observando o inimigo daqui (até pq a única coisa que tem do outro lado da rua é uma casa verde de maderia cujas donas não sabem oq significa cortar a grama). Mas tipo, meu vô era militar (era cabo, oq é tipo alguém que mandaria nos peões no xadrez, mas se fuderia como eles. Mas conta como militar, afinal ele era do exército e tal), e as vezes ele gostava de observar a vista (cof cof vizinhas cortem a grama cof cof). Então, sim, era um ponto de observação de ex-militares (ex porque ele já morreu, e militares porque plurais sempre causam mais impacto).
Mas voltando para a questão do toldo. Enfim, um dia eu tava sentada na beirada comendo um sanduíche (de queijo, alface e maionese. Sem presunto pq sou vegetariana) e uma fatia de queijo caiu e grudou no toldo. Eu deveria ter levantado e limpado, mas eu poderia cair e morrer (cof cof mentira cof cof eu só tava com preguiça mesmo cof cof). Daí ficou aquela fatia de queijo mussarela lá, no infinito esburacado e sujo do meu toldo. E lá ela ficou, por meses, e todo dia eu ia lá falar minhas idiotices pra ela (porque é super normal desabafar com um queijo). E aquele queijo era tão legal, tão amigo, tão mofado, tão nojento, tão perfeito, que eu resolvi dar um nome pra ele. E assim meu melhor amigo queijo passou a ser Charlie, o queijo em decomposição.

Estava sendo uma história linda, até 2 dias atrás, quando eu tava chegando com minha mãe de carro e a gente viu um cara escondido atrás do arbusto do vizinho (cof cof quem manda não saber cortar grama, daí os vizinhos legais que se fodem cof cof). Obviamente a gente deu meia volta e ligou pro meu pai, porque a gente mal consegue matar uma lagartixa, aonde a gente vai conseguir se defender de um meliante(adoro essa palavra, meliante)?
Enfim, depois de uns quinze minutos meu pai chegou, vasculhou tudo com a luz do carro e depois que se certificou de que o cara tinha evaporado como cinzas, ele desceu do carro com uma arma. E essa arma era um cano de PVC.
Ele tava bem ameaçador (minha Melhor amiga diz que ele parece um ursinho feliz, então imagine um ursinho feliz obeso bem irritado segurando um cano de PVC que tem tipo, meio metro de comprimento). A gente abriu o portão, eu entrei primeiro, e meu pai me confiou o cano de PVC. Acho que foi a maneira dele de dizer tipo "Se o cara tiver aí dentro, tu vai morrer, mas pelo menos eu posso dizer que eu te dei meios de sobreviver como o bom pai que sou".
Felizmente não tinha ninguém na casa, então eu fui pro meu quarto. E fiquei encarando o cano de PVC. Ele era tão amigável, tinha uma aura confiável, era tão sujo... me lembrava alguém, não sabia quem.
Então eu me toquei.
Charlie, o queijo em decomposição.
Eu disse que meu toldo tinha sido trocado, e que eu tinha perdido o Charlie? Não? Pois é, foi isso que aconteceu, tráfico, eu sei.
Então eu senti cheiro de queijo no ar.
Era o Charlie se comunicando, dizendo que eu deveria adotar aquele cano, para não me sentir sozinha!
Não é incrível???
Agora eu tenho um melhor amigo cano de PVC que eu nomeei carinhosamente de Roberto. Pq ele tem cara de Roberto.

É isso Urubus, isso foi só pra lembrar vocês de que a autora que vocês tanto amam é uma esquizofrênica doente.

Adeus]

Ass:. Tia Ambrósia

O Manual ABSOLUTO de Como Lidar (sobre idiotices e cavalos marinhos)Onde histórias criam vida. Descubra agora