Ghost Of Night - Parte 2

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POV Camila

- LAUREN! – gritei tentando entender o que estava acontecendo. Minha visão se tornou turva, meus joelhos tremeram abruptamente e meu coração saltava no peito – O que é isso? – praticamente sussurrei engolindo em seco.

- Camila! Me ajude – minha mãe gritou me trazendo de volta a realidade. Não dava ainda para acreditar no que via. Lauren completamente molhada e caída nos braços de minha mãe. Num impulso fui ate elas e tentei puxar o corpo de Lauren.

- O que aconteceu?

- Eu não sei, quando abri a porta ela caiu em meus braços. Ajude-me a leva-la para sala – apanhei Lauren pelo tronco e minha mãe agarrou em suas pernas, porém antes que pudéssemos erguê-la entrei em desespero quando vi minha mão esquerda suja de sangue.

- Mãe! – gritei sentindo toda minha garganta queimar.

- Me ajude a leva-la para a sala – eu já não me mexia direito, o mundo flutuava ao meu redor e eu me sentia como se estivesse assistindo a um filme. Eu não tinha forças e minha mãe sabia disso então ergueu Lauren sozinha a colocando sentada em uma das cadeiras. Quando me aproximei pude sentir as pálpebras de Lauren se mexerem.

- Camz? – sua voz rouca veio seguida do brilho, agora fraco, de seus olhos verdes. Mal tive tempo de dizer algo e seus olhos se fecharam novamente.

- Lauren? Olha pra mim, Lauren! – implorei colocando as mãos ao redor de seu rosto – Mama! Me ajude, faça alguma coisa!

- Estou bem, só estou.... – Lauren falou baixinho. Sua mão esquerda se colocou em meu braço direito com dificuldade, e em seus lábios brotou um leve sorriso – Eu te amo tanto.

Suas palavras foram o que precisava para fazer com que todo meu desespero se desfizesse em lágrimas.

- Lauren? O que está acontecendo – perguntei sem ao menos entender o que saia de minha boca.

- Eu não sei. Você está com raiva, tenho de ir embora. Eu-eu fui atrás dela procurei em todos os lugares. Eu juro que procurei – antes que ela pudesse se apoiar para se levantar a segurei firme.

- Você não tá falando coisa com coisa.

- Estou bem, só estou tonta e com muito frio – ela se explica. Seus lábios estavam tão brancos quanto sua pele.

- Vamos leva-la para a sala, lá é mais quente – minha mãe argumenta.

Juntas colocamos Lauren de pé e a carregamos. O cheiro de álcool que vinha dela era forte e ela tossia sem parar.

- Camila! Pegue roupas secas e traga uma coberta. Rápido! – minha mãe manda assim que colocamos Lauren no sofá.

Subi as escadas correndo. No meu quarto peguei um dos meus pijamas, uma toalha e uma coberta pesada. Quando voltei à sala, minha mãe já havia tirado parte da roupa molhada de Lauren. Tirei o resto da roupa e sequei seu corpo, Lauren termia e não parava de falar um minuto. Seu braço esquerdo havia um corte, aparentemente profundo, que não parava de sangrar.

- Acho melhor leva-la ao hospital – minha mãe diz com a voz seria e eu não a contestei – Vá pegar a Sofi! - hesitei por um segundo e então ela tomou Lauren de meus braços e gritou para que eu me apressasse.

Subi as escadas correndo e encontrei Sofi no corredor, olhos arregalados e assustados denunciava seu medo. Fui ate meu quarto peguei e meu celular. Voltando, arrastei Sofi pela mão, quando descemos a porta estava aberta e nenhum sinal de Lauren ou de minha mãe.

- Para onde vamos? – Sofi pergunta quando me vê indo em direção à porta.

Não a respondi, pois não conseguia formular as palavras muito menos pensar direito mal entendia como havia me lembrado de pegar o celular. A chuva havia se tranquilizado, eu e Sofi corremos até o BMW. Meu coração se afundou ao ver o Dodge preto de Lauren parado no mesmo lugar. O lugar onde ela sempre parava. O ar faltou. Eu pensei que iria desmaiar, apertei a mão de Sofi e ela olhou para mim com olhos ainda mais assustados. Respirei fundo e abri a porta do carro.

A Madrasta - CamrenWhere stories live. Discover now