-Minhyuk oppa!- ela quase gritou e fez uma reverência um tanto desajeitada.- Annyeong! Rapazes!- nessa fala ela já tinha feito uma quatro reverências.
-Annyeong!- disseram todos em conjunto com sorrisos nos rostos e começaram a abraçá-la.
-Então tu és a irmã mais velha da Ji?- Shownu perguntou.
-Não, sou a melhor amiga.- ela respondeu com um sorriso nos lábios e bagunçou levemente o meu cabelo.- Mas é como se ela realmente fosse a minha irmã mais nova.
-Já devias estar com saudades de me fazer isso!- comentei enquanto arrumava o cabelo.
-Sabes que sim!- ela disse puxando-me para outro abraço- É estranho estar lá em casa e não te ouvir reclamar com os móveis porque eles não se desviam!
-Ela faz isso?- Wonho perguntou a rir-se.
-Nem te atrevas a começar Wonho oppa!- gritei enquanto ria.
-Mas tu reclamas do que com os móveis?- Jooheon perguntou com um sorriso enorme nos lábios.
-É que por vezes...-ia começar a falar mas fui interrompida pela Yeon.
-Ela é muito desastrada então anda sempre a esbarrar em móveis e depois reclama com eles.
-Ainda é mais desastrada do que eu pensava!- Kyun disse brincando com a situação.
-Podemos ir sentar?- perguntei apontando para uma mesa bem no centro da pastelaria.
-Sim, vão se sentar para decidirem o que querem comer e beber! Eu vou só buscar o bloco de notas e já volto.- Yeon disse e depois afastou-se indo em direção ao balcão.
Eu decidi comer uma simples fatia de bolo de baunilha e um batido de morango para acompanhar. Os rapazes pediram o mesmo que eu para comer e beber a exceção do Shownu que pediu um café americano. A Yeon não demorou muito a juntar-se a nós depois de trazer os pedidos.
-Estamos seguros aqui?- Kihyun perguntou referindo-se a fãs.
-Sim, poucas pessoas vêm aqui. Portanto não haverá quem vos incomode.- ela sorriu docemente.
-Ji?- Hyungwon chamou-me e eu dirigi a minha atenção para o mesmo- Já que estamos aqui, talvez queiras passar em casa para falar aos teus pais, assim também podíamos conhecê-los.
-Não toques nesse assunto...- ouvi Yeon dizer com uma voz mais calma mas já era tarde de mais.
Os meus olhos já encaravam o chão e lágrimas escorriam violentamente pelo meu rosto, senti os olhares de todos pousarem em mim mas eu simplesmente não conseguia olhar para eles.
-Estás...-a minha amiga ia começar a falar comigo mas eu levantei-me rapidamente da cadeira e não a deixei acabar.
Apressei o passo até à casa de banho do estabelecimento e tranquei-me no cubículo sem vontade de ver qualquer vestígio de vida. Não queria que eles soubessem que não passo de uma miúda órfã que quase não dorme à noite por causa do mesmo pesadelo. Preferia que eles continuassem a pensar que sou uma rapariga como as outras. As lágrimas não paravam de sair dos meus olhos, a minha maquilhagem estava totalmente estragada e quando me olhei ao espelho pouco faltou para me assustar com o meu próprio reflexo.
Limpei o meu rosto e saí da casa de banho respirando fundo para controlar ao máximo o choro que ainda queria sair. Sentei-me novamente no meu lugar e ainda sem olhar para eles comecei a falar.
-Os meus pais eles...- tentei esquecer o nó que havia se formado na minha garganta e engoli em seco- Eles morreram quando eu tinha cinco anos. Tenho poucas lembranças deles e a única coisa que sei é que morreram quando tentaram assaltar a nossa casa.- respirei fundo enquanto ganhava coragem para prosseguir- Conheci a minha unnie no orfanato em que vivemos durante muitos anos a dividir o quarto. E saí de lá há um ano.
-Nós lamentamos muito...- Wonho disse.
-Mas porque não nos contaste isso na tua carta por exemplo?- Minhyuk perguntou curioso.
-Porque eu quero conseguir as coisas por mim.- limpei uma lágrima teimosa que desceu pela minha bochecha e levantei o olhar para todos ali presentes- Se eu dissesse isso logo na carta vocês ficariam com pena como estão agora e eu nunca estaria convosco sem que fosse por uma mera esmola que dariam a uma criança órfã...
-Ji...- Kihyun suspirou- Essas coisas podem acontecer a qualquer um...
-Mas aconteceu a mim e...- não consegui acabar de falar porque senti as lágrimas começarem a descer pelo meu rosto mais uma vez- E...- solucei e limpei as lágrimas com as costas das mãos- Nunca consegui lidar com isso...
-Não chores mais Ji!...- Hyungwon pediu- Desculpa ter tocado no assunto...
-Tudo bem, tu não sabias...
-Sol... Não chores assim, por favor...- a Yeon pediu referindo-se aos meus soluços constantes e lágrimas excessivas.
Levantei-me mais uma vez da mesa para me tentar acalmar mas fui surpreendida por um par de braços fortes que me envolveram do nada. Reconheci o perfume das roupas de Jooheon, agarrei-o com toda a força que tinha no momento, coisa que não era muita e encaixei a minha cabeça na curva do seu pescoço. Deixei que as lágrimas rolassem pela minha face como se fossem parte de uma corrente de um rio. Eu estava grata por aquele abraço, era algo importante para mim, eu precisava daquele abraço. Aos poucos o meu choro foi acalmando e o abraço tornando-se cada vez mais fraco até estarmos apenas de mãos dadas. Foram apenas minutos que estivemos em contacto, mas para mim era como se fosse um pequeno tempo infinito.
O rapaz limpou as minhas lágrimas e esticou as minhas bochechas tentando fazer com que eu sorrisse. Fiz-lhe a vontade e forcei um sorriso vendo depois um pequeno mas triste sorriso aparecer nos lábios dele também.
Olhei para todos presentes e fiquei impressionada ao olhar para o Kyun e ver que o mesmo chorava, não tão compulsivamente quanto eu, mas ainda assim... Fui até ao rapaz e abracei-o enquanto sussurrava no seu ouvido "Vai ficar tudo bem..." Ele apenas se levantou da sua cadeira e segurou a minha cara com ambas as mãos enquanto sussurrou quatro simples palavras.
-Não te vamos deixar...- e beijou a minha bochecha.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Roommates
FanfictionEla ganhou um concurso e teve a possibilidade de passar uma semana com os seus ídolos sem puder sair de perto deles. Sem saberem quem é o seu bias todos se aproximam e fazem planos para descobrirem, alegrando assim toda a semana. Entre o medo do pas...