New Orleans, 7 de abril de 2011 às 9:25

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New Orleans, 7 de abril de 2011 às 9:25

Fomos até o museu de madrugada para tentar falar com Sr. Louis. Eram mais de 3 horas da manhã quando conseguimos localiza-lo. Dissemos que precisavamos muito falar com ele. Ele abriu a porta e nos recebeu. Um senhor negro, de cabelos bem branquinhos, aparentando ter seus 70 anos de idade nos recebeu com uma expressão tranquila e serena.

Mostramos a carta para ele. Não pareceu surpreso ou assustado. Parecia que já sabia do que se tratava, e começou a nos contar:

- Antes de contar minha história preciso saber se estão dispostas a ouvir e acreditar nela.

- Sim, claro que estamos, respondeu Lívia.

E ele começou a falar:

- Meu nome verdadeiro não é Louis. Me chamo Nicolas Cazelar. Nasci em 1812. Sou filho de uma mulher que vocês devem conhecer pelo seu nome mais popular: Julie. Sim, a mulher que aparece no French Quarter, e que morreu de frio no telhado de sua casa.

- Quando minha mãe morreu eu tinha apenas três anos. Meu pai decidiu partir para a Europa e me abandonou em um abrigo. Fiquei lá por muitos e muitos anos. Quando saí de lá, queria obter mais respostas sobre minha família.

- Comecei a praticar o vudu. Queria me comunicar com os mortos. Queria falar com minha mãe. Quando eu completei 30 anos, coloquei meu plano em prática.

- Fui até a casa onde ela morreu e busquei por respostas. Preparei todo o ritual e minha mãe apareceu para mim. Disse que eu devia fazer um pequeno ritual para ela. Eu deveria pegar um boneco de palha, vesti-lo de preto e queimar toda a sua cabeça. Fiz isso com todo o material que eu tinha, e algo estranho aconteceu.

- Minha mãe começou a chorar. Disse que eu havia a libertado. Ela queria esperar meu pai em casa. Disse que ficaria naquela casa até meu pai voltar. Eu falei que papai desapareceu há anos e não voltaria, mas ela continuou repetindo isso. Ela disse uma outra frase que me acompanharia pelo resto da vida:

- Você será testemunha quando seu pai voltar. Você só morrerá quando ele estiver em meus braços.

- Saí de lá assustado. Desde esse dia, o fantasma da minha mãe assombra aquela casa. Nunca contei isso a ninguém.

Ficamos pasmas com o relato do pobre homem. Ser condenado a viver pela eternidade esperando seu pai, que já deve ter morrido há anos!

Estava quase amanhecendo quando ele terminou a história. Ele pediu que voltássemos amanhã para que pudessemos ajuda-lo.

Estamos muito ansiosas por esse dia.

Publicado por: Maria A. C.

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