Capítulo 1

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Laura
  Acordo cedo, são umas cinco horas da manhã quando meu despertador toca e eu me levanto. Não quero falar com o meu pai e se eu tenho que ir para a fazenda, vou ir sozinha e sem ver a cara da vaca na minha frente.
  - Sabia que você ia acordar cedo, menina tinhosa.- Diz Bah quando me serve o café da manhã.
  - Não quero perder tempo vendo a cara de cavalo. - Falo.
  - Seu pai vai pensar que você foi para alguma festa. - Diz.
  - Meu pai sabe que eu não fujo de uma desafio,  e se ele pensar isso talvez seja por que não me conhece. - Falo. - Estou louca para mostrar pra todos que sou uma adulta.
  - Tenho certeza que ele te conhece bem. - Diz. - E espero que não vá fazer seu pobre tio sofrer.
  - Primeiro, não vou fazer meu tio sofrer, pelo menos não muito. Segundo se ele me conhecesse bem, não estaria pensando que tudo o que falo é porque não o quero com uma namorada e sim porque me importo com ele. - Lembro. - Mas tudo bem, você sabe se o avião já está pronto para mim? - A fazenda do meu tio fica em Austin no Texas, eu amo ir para lá. Meu pai tem uma fazenda lá também e quem sabe eu não passo um tempo por lá? 
  Passar um tempo com a bunda para cima tomando chá gelado, nunca me pareceu tão bom.
  - Sim, eles estão te esperando na pista. Também aluguei um carro para você no aeroporto. - Lembra. - Eu não quero que você fique a mercê de carona.
  - Obrigado Bah, você é a melhor. - Termino de tomar meu café da manhã e saio sem me despedir do meu pai, que ainda estava dormindo.
  No meu caminho para o aeroporto penso em como a minha vida está mudando e perdendo o controle, agora é a hora de tirar meu time de campo e só observar. Vou deixar a cara de cavalo siliconada pensando que estou longe e sem qualquer forma de saber o que ela está tramando. Esperar ela baixar a guarda e quando ela fizer isso, vou a fazer pagar.
  Assim que eu entro no avião espero que os carregadores guardarem as minhas malas e logo o avião levanta vôo. São as três horas e cinquenta minutos mais rápidas da minha vida.
  Assim que pousamos em Austin e as portas se abrem, mostrando um Audi A4. Só de ver o modelo do carro eu tenho certeza que foi o carro que a Bah alugou para mim.
  - Senhorita Laura Smith? - Pergunta o homem que está em pé na frente do carro com uma chave nas mãos.
  - Sim. - Falo.
  - Sua mãe pediu para entregar as chaves do carro que ela alugou. - Diz e me entrega as chaves.
  - Obrigado. - Falo pegando as chaves e não me dou ao trabalho de corrigir ele. - Preciso assinar alguma coisa?
  - Não está tudo Ok. - Diz e sai andando.
  Depois de pegar as chaves eu entro no carro e espero que o carreguem  com as minhas malas. Poucos minutos depois estou indo para a fazenda do meu tio.
   Minha família sempre teve muito dinheiro e meu tio é um dos maiores fazendeiros da região e também um dos mais justos. Foi assim que ele fez fortuna e que conseguiu ser o dono do Warerfront Chateau at costa bella.
  Assim que passo pelos portões da grande propriedade do meu tio a realidade vem a tona e eu tenho vontade de sair correndo. Adeus poluição e olá cheiro de grama e cocô de animais.
   Ando por mais um tempo e então paro com o carro na frente da grande casa, meu tio está em pé na porta me esperando com um sorriso no rosto. Desço do carro e meu salto acaba quebrando no meio das pedras.
  - Mas que filha da puta. - Falo. - Era um dos meus sapatos favoritos.
  Meu tio da risada e se aproxima, me dando um abraço e me dando apoio para sair das pedras e pisar na calçada de entrada.
  - Não devia ter vindo de salto. - Diz. - Aqui é mais pedras e grama do que calçada.
  - Eu queria vir bonita para ver vocês. - Falo. - Agora aonde estão os pequenos monstros? - Meu tio tem três filhos e todos são umas pestes. Por não ter irmãos eu me apeguei muito a eles.
  - Estão correndo atrás do Jake. - Fala. - Na verdade, Jake vai te ajudar a se adaptar com os seus afazeres aqui.
  - Eu não vim aqui para trabalhar. - Digo com raiva.
  - Não foi isso o que seu pai me disse por telefone. - Diz. - E ele estava puto com você.
  - Não tenho culpa se ele se casou com uma vaca interesseira. - Falo. - Sei que ela está tramando alguma coisa.
  - Tudo bem detetive, eu não gosto dela. - Diz meu tio me levando para dentro da casa. - Mas você passou dos limites quando sumiu por dias sem dar notícias e quando soubemos de você, foi por um vídeo no YouTube.
  - Eu nem sei quem filmou aquela coisa toda. - Falo.- Mas eu vou descobrir.
  - Ok detetive, vamos terminar de guardar suas coisas. - Fala. - Daqui a pouco temos o almoço e você vai conhecer o resto do pessoal.
  - Por que eu iria querer conhecer eles? - Pergunto.
  - Porque você vai trabalhar com eles e ajudar a sua tia. - Fala.
  - Você não vai me por para trabalhar com eles. - Falo. - Eu nunca fiz serviços assim na minha vida.
  - Nesse caso eu me sinto honrado em ensinar a você. - Fala.
  - Tio. - Peço.
  - Não adianta, seu pai está esperando uma filha em um ótimo comportamento. - Fala. - E é exatamente isso o que irei mandar.
  Subo a contra gosto para o quarto de hóspedes e então minha tia aparece na porta e me abraça.
  - Você menina, precisa tomar juízo. - Diz. - Mas está tão bonita.
  - A senhora está linda também. - Falo, minha tia é uma das mulheres mais doces e meigas que eu já conheci. - A senhora vai me ajudar a convencer o tio a não me por para trabalhar?
  - Eu tentei menina, mas não consegui. - Diz. - Porém a pessoa que vai te ajudar é a melhor, sem falar que é muito lindo.
  - Tia... - Falo.
  - É verdade, Jake é um dos homens mais bonitos que trabalham aqui. - Explica. - Ele é filho do dono da fazenda ao lado.
  - Se ele é o filho do dono, porque está trabalhando?
  - Jake é um homem determinado e muito honrado. - Fala. - Não queria que o pai facilitasse a vida dele na fazenda por isso aceitou o trabalho com seu tio.
  - Acho que vai ser uma boa coisa conhecer esse tal de Jake. - Falo sorrindo e esperando que o cara seja tão lindo quanto a minha tia descreveu.
  - Aposto que vai.

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