Capítulo 4

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Quando havia terminado às aulas, percebi que Matheus saiu acelerado, então eu fui segui-lo para tentar conversar, mas ele havia sumido entre as pessoas, não conseguia mais vê-lo, então desisti da ideia e fui encontrar com Pedro para irmos pra casa. No caminho fui contando sobre o Matheus e para minha surpresa, ele o conhecia.

-Como você conhece ele? - Eu perguntei

-A família dele é amiga da minha, nos conhecemos a um tempo já, não somos muito próximos um do outro, mas somos amigos, a família dele era de outra cidade, não faz muito tempo que estão aqui- Ele disse

-Entendi- Eu disse

Eu tinha chegado na minha casa e vi em cima da mesa um bilhete de meu pai, avisando que iria demorar muito pra chegar.
Recebi uma mensagem de Pedro me avisando para comer na casa dele, então foi isso que eu fui fazer, fui para casa de Pedro que por sinal era na frente de minha casa. Bati na porta e Pedro me atendeu e avisou que tinha visita na sua casa, isso tinha me deixado um pouco desconfortável, já que eu era muito tímida, mas não me importei.

-Essa visita vai ficar aqui por um tempo- Ele disse

-Tipo, morar?- eu perguntei

-Sim, porque a casa dele está em reforma e a mãe dele pediu a minha mãe para ele ficar aqui, já que ele está estudando na nossa escola- Ele respondeu

-Quem? - Eu perguntei de novo

-Aquele Matheus que você estava falando - Ele respondeu

Quando Pedro tinha acabado de responder, Matheus aparece na sala do nada, ele olhou para mim mas não fez nada, nem um oi, nada. Ele simplesmente saiu da sala e foi para o andar de cima. Por que ele estava assim? Eu não o conhecia direito, mas por que ele agia daquela forma? Eu não sabia.

-Ele está estranho- Pedro disse

-Como assim estranho ?- Eu perguntei curiosa

-Ele não era assim, ele conversava com todos, não parecia ser essa pessoa fechada, e nunca foi calado assim- Ele continuou - Mas ele está diferente, está estranho, depois da morte do pai dele, ele entrou em depressão e parece que aconteceu mais coisas,mas eu não faço a mínima ideia do que pode ter ocorrido - Ele terminou

Eu não fazia ideia de que aquele garoto bebado que eu havia encontrado na grama jogado já tivesse passado por algo daquele tipo.

Depois de voltar da casa de Pedro eu fiquei deitada em minha cama pensando em que mais coisas havia acontecido na vida daquele garoto, por que ele agiu de uma forma daquela vez e depois agiu diferente ? Perguntas vinham em minha cabeça, mas eu não sabia responder nenhuma delas. Acabei dormindo.

Acordei e olhei em meu relógio, eram 06:30 da manhã, aproveitei que tinha acordado levantei, me troquei, e fui direto para casa do Pedro acorda-lo, com água gelada em sinal de vingança pelo dia anterior
A mãe dele me atendeu.

-Oi Lívia, posso ir ver o Pedro ? - perguntei

-Claro, acorda ele- respondeu rindo. Ela já sabia que eu ia acorda-lo com água

Então foi o que eu fiz, joguei um copo cheio de água em Pedro que logo acordou desesperado e irritado.

-Eu não acredito que fez isso sua idiota!- Ele disse irritado

-Isso se chama vingança- Eu disse rindo. Então ele veio e me deu um abraço apertado

Eu acho que é isso que eu sempre amei na nossa amizade, sabíamos nos divertir de qualquer forma, era bem difícil ficarmos bravo um com o outro, hoje em dia por mais que eu esteja longe, ele nunca me abandonou, me conta sobre as coisas todos os dias, eu sinto muitas saudades de estar perto dele.

-Pronto, estamos quites- ele disse rindo de minha cara- vou tomar banho, já vou descer- continuou

-Okay- eu disse saindo do quarto

Não pude deixar de notar que a porta do quarto de hóspedes, ou melhor, do Matheus, estava aberta, e como eu era curiosa até demais, aproveitei e entrei discretamente. Eu precisava ser rápida. Deu para ver que a porta do banheiro estava fechada, então provavelmente ele estaria tomando banho pelo barulho do chuveiro.
Comecei a mexer em tudo, guarda roupa, em sua estante e então fui mexer em uma escrivaninha que havia perto de sua cama.
Na escrivaninha havia uma pequena caixinha, então eu ia mexer nela, mas alguém segurou o meu braço com força e quando olhei para trás, Matheus estava olhando para mim.

-Desculpa eu...- eu ia completar mas ele me interrompeu

-Eu não te dei permissão para mexer em minhas coisas- ele disse irritado

-Eu sei é que...- fui interrompida de novo

-Se sabe, não deveria ter mexido ou entrado em meu quarto. Nunca mais entre de novo sem a minha permissão, entendeu ?

-Claro, entendi, desculpe-me- eu disse um pouco sem graça

-Tá, tanto faz, agora saia- ele disse direcionando seu dedo para porta

E foi isso que eu fiz, sai de seu quarto e ele bateu à porta com força atrás de mim. Eu o tinha deixado muito irritado e me arrependi de ter entrado em seu quarto.

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