Capítulo 5

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*PRONTA PARA CASAR na íntegra no Wattpad somente até dia 10/01/17*    

Acordo e sinto cheiro de café. Rolo para o lado e forço meus olhos a abrirem.

Esse não é o quarto da casa dos meus pais.

Esse não é o sofá da casa do Beto.

Sento na cama.

Com certeza esse é o quarto do Beto.

Oh, Deus! Lembranças dançam na minha cabeça. Como vou fingir que a noite passada não existiu?

Arrasto meu corpo até o banheiro, tiro a camiseta que estou usando e fico parada embaixo da água do chuveiro.

Como vou explicar a noite passada para o Beto? Com certeza ele vai querer uma explicação.

Penso com calma, não consigo achar uma boa saída. Nada do que eu fale, ou faça, vai fazer com que a nossa quase amizade volte para a etapa antes dessa noite.

Penso em mil desculpas, em mil histórias loucas, em fingir que nada aconteceu, mas não sou assim, nunca fui e não vou conseguir ser agora.

Ser honesta parece minha melhor saída. Espero que seja suficiente, pois se quero ser dona do meu nariz e comandar a minha vida, tenho que aprender a conviver com minhas decisões e atitudes. Sou uma mulher adulta, forte e independente, ou pelo menos estou tentando ser.

Coloco a mesma camiseta e vou para a sala.

— Quem é você?

Esperava encontrar o Beto na nossa cozinha, encontro um cara completamente diferente. Ele está colocando o café que passou em uma térmica.

— Bom dia, gata! Dormiu bem? Fiz café.

Ele continua se movimentando como se a casa fosse dele.

— Quem é você? — repito.

— Agulha — diz, como se explicasse tudo. Ele percebe que não faço ideia do que é agulha e bufa. — O goleiro.

— Goleiro?

— Você perguntou se poderia jogar, falei que era para escolher o time. Sem camisa ou com camisa.

Sabia que ele parecia conhecido, mas não explica o que ele está fazendo aqui.

— Beto não é muito bom para essas situações — continua e serve duas canecas de café. — O covarde chamou reforço.

Passar por essa manhã sozinha seria constrangedor o suficiente, para piorar, tenho que passar pela situação tendo plateia para assistir.

Agulha estende a caneca de café para mim e faz gesto para sentarmos no sofá. Vejo um celular em cima da cadeira ao meu lado, posso ler as poucas palavras que tem no bilhete.

"Se ainda estiver interessada, pode usar".

— Vai usar?

— Como? — pergunto.

— O celular. Vai usar?

Viro para olhar para o Agulha, ele parece ansioso com minha resposta, volto a olhar para o celular.

— Ainda não sei.

— Adquiriu o direito de uso. Beto me contou. — Não respondo nada, fico observando o aparelho tão perto do meu alcance. — É sempre tão lerda assim quando acorda?

— Deve ser o álcool — justifico.

— Pode ser. Fiquei sabendo que sabe dançar ballet.

O que mais Beto contou para ele?

Pronta para Casar - DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora