Capítulo 3

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*PRONTA PARA CASAR na íntegra no Wattpad somente até dia 10/01/17*    

Quem disse que não chove no Nordeste?

Não é apenas uma chuva, está parecendo um dilúvio!

O avião não fez exatamente um pouso, foi mais uma queda livre. Fazia tempo que não ficava com tanto medo de morrer.

Olho para a tabela de preços dos táxis no guichê da cooperativa dos taxistas. Não faço ideia de que destino escolher. Não pensei em tudo quando coloquei umas roupas em uma mochila e comprei a passagem para o primeiro voo que havia disponível.

Beira-mar, Praia do Futuro, Centro, Beach Park, Canoa Quebrada, Cumbuco...

— Esse é meu destino.

Olho para a voz que está bem atrás do meu ombro direito. Não tinha percebido que estava lendo em voz alta.

— Sou Beto — ele fala e estende a mão. — Normalmente, os valores são mais elevados quando contratados aqui, dentro do aeroporto, mas se dividirmos o valor fica tranquilo.

— Por que eu dividiria um táxi com um estranho? — pergunto desconfiada.

— Porque ouvi dizer que está um caos lá fora. Parece que a Alberto Craveiro está parada, os carros não estão conseguindo chegar até aqui.

— Alberto Craveiro?

— A avenida que dá acesso ao aeroporto. Você nunca esteve em Fortaleza?

Sorrio com a lembrança. Minha última vez aqui, foi com o Ricardo, ficamos poucos dias e eu estava tão animada e feliz que não prestei muita atenção ao meu redor.

— E aí, vai para Cumbuco ou não?

Essa é uma ótima pergunta: vou para Cumbuco ou não?

— O que tem lá?

— Um mar bom pra caralho, a calmaria de um lugar pequeno e o mais importante — ele diz e faz uma pausa para criar um suspense. — Eu!

Ele é divertido, isso não posso negar.

— Não sei se você lá é suficiente para me fazer decidir.

— Não me diga que você é uma daquelas loucas que viajam sem rumo, sem ter lugar para ficar e apenas focam na diversão e bebedeiras — ele para de falar quando percebe minha expressão. — Merda! Eu nunca iria imaginar.

— Não sou essas loucas — tento negar. — Ou melhor, não era.

— Você tem pelo menos onde ficar?

— Na verdade não, mas...

— Tem dinheiro para o táxi?

Tenho algum dinheiro que juntei pela casa, apenas não sou ingênua o bastante para confessar que tenho dinheiro para um estranho que acabo de conhecer.

— Depende quanto isso vai custar — explico.

— Ficar em Fortaleza seria uma boa opção, se você pensa em trabalhar e fazer festa. Cumbuco é pequeno, tem muitos restaurantes e hotéis, mas nada comparado com Fortaleza. Porém em Cumbuco tenho um lugar me esperando, posso te abrigar por alguns dias, até você se organizar.

Penso na oferta. Ele não parece um psicopata ou tarado, mas o conheço faz menos de quinze minutos, não posso ter certeza.

— Você pode ficar no sofá da sala, mas vai ter que limpar o lugar como pagamento — ele continua. — Despesas com comida, bebida e produtos de higiene pessoal são por sua conta. Estou oferecendo apenas um lugar para você dormir. Considere uma casa, não um lar. Se alguma coisa sumir de casa vou jogar você para fora, sem aviso prévio.

Pronta para Casar - DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora