Sonho e realidade

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Vi os capangas dele se aproximarem de mim , e puxarem bruscamente Emma de meus braços . Me enfureci e relutei, porém foi suficiente para que eu levasse um soco. Levaram-me dali até chegarmos em um corredor . O homem do qual eu discuti momentos atrás, já não estava em meu campo de visão. Pouco depois , me prenderam em uma cela , procurei Emma em todos nos lugares e percebi que ela não estava ali , meu corpo estava extremamente cansado. Cai sentado e me encostei na parede atrás de mim, e deixei meu corpo descansar.

- Mamãe, mamãe ! A formiga me picou! - Minha mãe me deu um sorriso amável, e pegou meu dedo para ver o machucado.

- Querido, fica tranquilo esta bem? Não foi tão grave assim , venha, mamãe vai passar um remedinho ai. - Ela segurou minha mão e eu perguntei fazendo bico:

- A senhora vai dar um beijinho para sarar? - Ela me olhou com grande ternura e disse:

- Claro meu amor , mamãe vai dar um beijinho para sarar. - continuamos a andar e ela me levou para um quarto na antiga casa de fazenda que morávamos.

- Venha , sente-se aqui querido. - Ela foi até o armário do banheiro e pegou um vidrinho que parecia ser metiolate.

- Vai arder? - Perguntei-lhe fazendo uma careta.

- Não meu amor. - Ela começou a cantar uma música e a sua voz me fez prestar atenção exclusivamente nela.

- Quando somos um passarinho, temos que voar ...- Ela olhou sorridente para mim e esperou eu continuar:

- Voar , voar , voar ...- Ela sorriu e continuou.

- Quando somos um beija flor, temos que encontrar ... - e olhou ainda sorridente e continuou - A flor mais bela para o néctar retirar , para depois voar...- E esperou mais uma resposta minha.

- Voar , voar , voar.. - Quando dei por mim ela já finalizava tudo com um beijinho.

- Viu querido, não doeu nada.

- Verdade mamãe!

- Venha... - Quando eu estendi a mão para a dela ouvimos um estrondo alto.

- Fica aqui querido, Não saia se eu não disser. - Ela me colocou no banheiro e fechou a porta , ouvi abrindo a porta do quarto e mesmo a desobedecendo a seguir , quando eu cheguei a beira da escada , vários homens a segurava :

- O que vocês querem comigo?

- Que horas seu filho mais velho chega? - Um homem com a voz grave pergunta.

- Não te interessa! - Ela vociferou.

- Ah , interessa sim. - Ele lhe deu um tapa.

- Por favor , não faça nada ... - Nesse momento meu pai e meu irmão entram pela porta.

- Mas que merda... - Não deu tempo de ele completar a frase.

- Jeff , se esconda ! Jefrey, Se esconda! - O homem até então que não tinha notado minha presença correu atrás de mim , quando finalmente me alcançou eu o ouvir dizer:

- Era de alguém como você que precisávamos! - E sorriu friamente para mim...

Me sobressaltei. Passei a mão em minha testa e o suor por ela escorria. Encostei minha cabeça na parede fria que estava atrás de mim. Depois de tanto tempo e aqueles sonhos ainda me atormentavam . Ouvi passos até ouvir a porta se abrir, me tirarem novamente de lá e me guiaram por um corredor mal iluminado , chegamos em uma porta da qual era totalmente de aço , abriram-na e antes que eu pudesse ver algo, colocaram um pano preto em minha cabeça. Minha visão não conseguia focalizar mais nada. Ouvi alguém falando em baixo tom em uma língua diferente , me sentaram e eu ouvi a voz de alguém :

-Bom Senhor Jeff, acho que temos que resolver um assunto muito sério quando diz-se em questão do senhor... - Me assustei, a voz era de uma mulher. Nunca soube de alguma mulher participar sobre os assuntos daquele lugar. Logo ela prosseguiu:

- O senhor está muito encrencado... Acho que precisamos ser duros e faze-lo pagar por isso... - pude ouvir o barulho de seus passos ao redor de minha cadeira. - Bem, acho que precisamos fazer o que você deveria ter feito antes... - Por debaixo do pano eu soltei um grunhido alto.

- O que foi Sr. Jeff? Está com medo de algo? - me perguntou ironicamente. - Acho que devíamos explicar algumas coisinhas. - Ela me disse rispidamente. - Ela é uma peça muito valiosa para nós, e a única coisa que precisávamos era de um peão para nos entregar o Rei. -Grunhi tentando entender o que ela dizia- Acho que sabíamos disso , desde muito tempo atrás, quando observávamos você e sua família... - Ela deixou a frase no ar.

Organizei meus pensamentos , nada estava se encaixando, queria desesperadamente entender tudo o que estava havendo, antes eu era apenas um assassino que poupara a vida de alguém, agora eu era um peão de um jogo do qual eu nem sabia que participava? Senti meu corpo arrepiar , e alguém afrouxar minhas pernas , mas meus braços , continuavam no mesmo aperto. Ouvi barulhos de passos , e alguns murmurinhos , não pude identificar o que estava acontecendo. Eu só enxergava o nada a minha frente, fechei os olhos e suspirei.

- Vamos , levante-se! - Ouvi uma voz mais grave gritar comigo praticamente. - Anda , temos que leva-lo para um lugar. - Eu não sabia o que estava acontecendo , mas sabia que não era boa coisa. O ouvir a porta se fechando atrás de mim , sentir retirarem o pano.

- Agora venha, antes que façamos algo do qual você não vai gostar. L- O ouvi dizer e obedeci seu comando. Fui levado para outra espécie de sala , da qual tinha uma mesa, uma porta e um abajur a minha frente , sentaram-me novamente em uma cadeira, e vi o homem que antes estava na cela minha e de Emma.

- Bom Jefrey, temos que decidir sua vida aqui dentro. - Eu pude ouvir um tom sarcástico em sua voz.- Eu até tinha pensado em lhe matar, mas ainda precisamos de você por enquanto. - Ele levantou , pegou um envelope e abriu - O que tenho aqui , vai fazer você aceitar rapidamente o que eu vou propor. - Ele retirou de dentro do envelope várias fotos e me mostrou, minha visão não podia acreditar no que eu estava vendo, estremeci e soltei:

- Ai meu Deus...- Estava atônito.

- Acho que se você não fizer o que mandarmos, sofrerá as consequências.

- Seu Bastardo! - Eu gritei me levantando da cadeira , para sentir braços me forçarem a sentar novamente. E me obrigarem a encarar aquele idiota.

- O que foi Jefrey? Acreditava mesmo que sua vida seria somente aquela ?

- Como é que... - Eu lhe disse engolindo em seco. E riu maldosamente.

- Acho que entramos em um acordo Não entramos? - Ele me disse me mostrando a última foto.

Eu teria que fazer isso , se não minha família sofreria.

Caminhos sombriosOnde histórias criam vida. Descubra agora