- Sr. Green? – Tiro os olhos da tela do computador e pouso na minha secretária que acaba de entrar na minha sala.Ela era gostosa e isso não podia negar. Há um mês eu tentava não reparar na sua beleza , mas era praticamente impossível. Laura era o tipo de mulher que atraia a atenção dos homens: Pele alva, cabelos escuros e compridos, boca carnuda e um corpo com curvas femininas que ela parecia não notar. Percebi que ela me olhava de maneira estranha, devia ser pelo fato de eu a estar encarando.
- Diga Srta. Fischer. – Merda! Minha voz saiu mais rouca do que eu imaginava.
- Tem um senhor aí fora e ele disse ser...
- Posso saber o que tem de tão importante para não querer receber ninguém maninho? – Jonas, meu irmão mais novo entra na sala interrompendo a Laura, o que a deixa bem sem graça.
- Perdão senhor, era exatamente sobre isso que vim lhe falar, que tinha um rapaz lá fora que dizia ser seu irmão, liguei várias vezes, porém o telefone estava dando ocupado e por isso resolvi entrar.
Olho pra o telefone e percebo que deixei fora do gancho.
- Não tem problema, o telefone estava fora do gancho. Aliás, desculpe a falta de educação do meu irmão. Laura, esse é meu irmão Jonas e Jonas essa é minha nova secretária Laura Fischer.
Vejo meu irmão se aproximar dela e beijar sua mão.
- É um prazer conhece-la Laura, posso chama-la assim? Se soubesse que o meu irmão tinha uma secretária linda desse jeito teria vindo antes. – Ela cora ao seu comentário.
- O prazer é meu Sr. Green, pode me chamar pelo meu nome eu prefiro assim. – Oi? Perdi alguma coisa aqui e só percebi agora? Porque ela nunca me disse isso?
- Sem formalidades princesa, pode ser só Jonas pra você. – Ele pisca e ela ri. Sinto meu sangue ferver.
- Pode retirar-se Srta. Fischer. – Digo frio, ela olha pra mim sem entender o tom de voz que usei e se retira.
- Precisava ser ignorante assim Léo? – Meu irmão diz e tenho vontade de socar a cara dele.
- Não enche meu saco. O que quer aqui? – Pergunto diretamente. Jonas é meu irmão mais novo e minha cópia, mas adora uma farra e não está nem um pouco preocupado com a vida desde que papai banque seus luxos.
- Um emprego. Papai veio com aquele velho papo de que preciso criar responsabilidades e ba blá blá..e enfim aqui estou eu.
- Vou ver o que consigo. – Respondo impaciente.
- Ah qual é Léo! Olha o tamanho desse Império aqui, sabe muito bem que pode me arrumar um emprego.
Realmente eu posso, mas quando penso no trabalho que esse moleque vai me dar, eu desisto.
- Vou ver a necessidade de um dos setores e encaixo você.
- Demorou maninho. Se aqui nesse prédio só tiver gostosas como a sua secretária, eu estou no paraíso. – Ele pisca pra mim.
- Sem gracinhas com minha secretária Jonas. – O repreendo.
- Não vai me dizer que está fodendo a garotinha? – Ele pergunta irônico.
- Claro que não e já chega desse assunto, preciso trabalhar.
- Sim senhor Green. – Ele diz me reverenciando e sai.
Viro minha cadeira pra vista lá em baixo e me permito colocar meus pensamentos em ordem. O que está acontecendo comigo? Durante esse mês eu só transei com garotas morenas e de olhos claros e a cada vez eu imaginava Laura em minha cama no lugar de cada uma dessas mulheres. Nesse um mês que trabalhamos juntos percebi o quanto ela fica nervosa com a minha presença, sempre que falo ela se intimida e prefere ficar calada, quando lanço alguns olhares em sua direção ela fica nervosa e eu imagino que ela deve ser virgem, por isso o comportamento retraído para uma garota de vinte e quatro anos.
Escuto batidas na porta e respondo um 'entre', mas não me viro.
- Senhor Green, desculpe interrompê-lo. – Ouço sua voz aveludada e imediatamente fico em alerta.
- Pode falar Laura. – Boto ênfase no seu nome.
- Vim entregar um papel com a avaliação do meu trabalho, o RH que me entregou. – Então eu me viro e aí aproveito para admirá-la, ela usa uma saia preta de couro, que vai até a altura dos joelhos, camisa branca e sapatos pretos, seu cabelo solto e a maquiagem leve, as bochechas estão coradas.
- Traga até aqui. – Ela caminha em minha direção e aproveito para admirar suas pernas torneadas.
- Gostaria de aproveitar para me desculpar pelo ocorrido de instantes atrás, sei que o senhor não gosta de ser incomodado e é minha função garantir isso. – Ela fala séria.
- Não foi sua culpa Laura, meu irmão é petulante. Gostaria de dizer que estou muito impressionado com seu trabalho em apenas um mês, prezo muito isso. Quero dizer que não é porque somos chefe e funcionária que não podemos ser amigos, quando não se sentir satisfeita com algo tem todo direito de falar, como seu nome por exemplo.
Ela me fita envergonhada.
- Tentarei ser o mais transparente possível senhor Green. – Ela aperta os lábios.
- Pra começar pode me chamar de Leonardo, ou Léo como preferir. Aqui está o papel preenchido para que devolva ao RH. – Quando estendo o papel para que ela pegue nossas mãos se encostam e eu sinto uma sensação estranha, ela rapidamente se afasta.
- Obrigado Leonardo. – Ela sorri – Posso ir almoçar agora ou ainda precisa de mim para algo?
- Pode e inclusive irá almoçar comigo, faço questão. – Vejo seus olhos se arregalarem e seu corpo tensionar.
- Não precisa se incomodar Senh..Leonardo. – Vejo que ela está fugindo.
- Não gosto de ser confrontado Laura, vamos. – Pego o paletó no encosto da cadeira e faço um gesto para que ela vá na frente e prontamente sou atendido.
Nos encaminhamos até o elevador e percebo que ela está nervosa.
- Srta. Fasolo, estou indo almoçar com a Srta. Fischer, cuide de qualquer imprevisto que houver. – Me dirijo a recepcionista do andar, que lança um olhar curioso em direção a minha secretária, mas ignoro completamente.
O elevador apita anunciando que chegou ao nosso andar.
- Vamos Laura? – Faço um gesto para que ela entre primeiro e ela o faz, nossos olhares se cruzam pelo espelho e começo a perceber que ela sente o mesmo que eu. Esse almoço será interessante.
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O Executivo
RomancePara ele o que importava era apenas a conta bancária e o que o dinheiro poderia comprar. Para ela o essencial era invisível aos olhos. Leonardo Green é um executivo de sucesso, dono de uma grande corporação de tecnologia. Ele acredita que amor é...