Consegui ouvir minha mãe, que mesmo amarrada gritava por mim do lado de fora da cabana, então levaram-na para ser julgada e queimada na fogueira na praça.
Eu já não sabia mais o que fazer, o fogo consumia a cabana, olhei para minha mão e a marca estava brilhando e o fogo não me atingia, fiquei imóvel no centro da cabana, por mais que o telhado da casa caísse nada me tocava, pude perceber que a marca estava me protegendo.
Um bom tempo se passou, olhei ao redor e já não havia nada se não entulhos e cinzas, eu estava confusa e com medo, então ao longe consegui ver duas sombras que vinham em meio a fumaça que ainda subia da cabana, chegaram até a mim e chamaram pelo meu nome .
-Elisabeth! Venha aqui, nós vamos cuidar de você.
Fui em direção a elas, fiquei um pouco assustada, elas eram muito velhas, tinham o rosto deformado, uma era baixinha meio gorda e não parava de rir, a outra era magra, alta, mantinha um olhar serio e falava com firmeza, ambas estavam de preto, cheguei junto a elas que logo se apresentaram, a baixinha chamava-se Agna e a mais alta Lucia .
Caminhamos até uma grande estrada, não tinha nada lá, então Agna falou umas palavras estranhas e apareceu uma carruagem em nossa frente, eu tinha passado por tantas coisas naquele dia que já nem liguei ao ver uma carruagem aparecendo em minha frente como mágica, entramos e começamos a viagem, Agna perguntou a Lucia:
-Como vamos esconder essa criança? Não temos poder para isso! Sinto a magia correndo em suas veias a quilômetros.
E Lucia a repreendeu:
-Daremos um jeito irmã, ela tem que ser protegida, custe o que custar.
Viajamos por três Luas, eu estava cansada, me disseram que faltava pouco, entramos numa grande floresta, passamos por varias cachoeiras e logo após uma montanha consegui ver um belo castelo, fiquei impressionada, perguntei se minha mãe estaria lá e Lucia me respondeu:
-Sua mãe? Ela já deve estar morta a essa altura, sinto muito!
Comecei a chorar e Agna me abraçou dizendo que ficaria tudo bem.
Continua...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Filha das Trevas
FantasyAno de 1750, Elisabeth Angara foi julgada e condenada por cometer atos e rituais de bruxaria junto de sua família. Tinha apenas 12 anos quando sua mãe a entregou como sacrifício, depois daquele dia surgiu na palma da sua mão uma marca Preta . Com 1...