Capítulo 4

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Ao escutar aquela voz grossa que vinha atrás de mim, senti um susto e um arrepio. Quando me viro para ver quem tinha falado com tanta autoridade e iria atender a Sofia, a primeira coisa que consigo ver são seus olhos cheios de compaixão. Não sei o que aconteceu comigo, mas fiquei sem palavras, sem saber o que falar.

- Mas doutor Pedro seu plantão já acabou há mais de cinco horas, e ainda tem o compromisso que o seu primo já ligou umas trinta vezes para...

- Vitória querida, deixe que com ele eu resolvo. Leve elas para o consultório que estarei indo em seguida. Por favor, sigam a Vitória.

Eu só consigo afirmar com a cabeça, vou até Sofia que está sentada na cadeira na sala de espera. Pego-a nos braços, minha mãe vem atrás de mim e ainda sinto Sofia quentinha.

- Precisa de ajuda? Quer uma cadeira de rodas? - O doutor Pedro pergunta.

- Não obrigada! Prefiro pegá-la no colo.

- Certo, estarei indo em seguida. - E sai da recepção.

- Ester me acompanhe. Peço que entre no máximo dois adultos.

- Podem ir. - meu pai fala - Eu ficarei aqui esperando notícias.

- Certo querido, qualquer coisa aviso. - minha mãe fala.

Seguimos Vitória até o consultório, sentamos nas cadeiras. Não esperamos muito e o médico chega e senta.

- Boa noite! Peço desculpas pela Vitória... Mas enfim... - ele olha para a ficha de Sofia- Senhora Ester o que tem essa princesa?

- Senhorita Ester. - minha mãe fala e não acredito que ela esteja fazendo isso. Olho para ela incrédula e muito surpresa por sua atitude, volto atenção para ele e respondo a pergunta que me fez.

- Ela não amanheceu bem, teve febre o dia todo e agora de noite começou a vomitar. - digo com a Sofia nos meus braços dormindo e molinha.

- Tomou alguma medicação?

- Sim Doutor, paracetamol de seis em seis horas, mas antes do horário a febre voltava. A última vez que tomou o remédio foi às duas horas da tarde. - minha mãe responde.

- Começou quando?

- Ontem antes de dormir ela tossiu bastante e amanheceu com febre.

- Certo, coloque ela na maca que irei examiná-la.

Quando pego a Sofia e coloco na maca ela acorda, passo a mão nos seus cabelos e sorrio para ela. O doutor Pedro vai lavar as mãos, depois se aproxima e seu perfume é terrivelmente masculino, aquelas fragrâncias que deixam marcas, sabe? Pois bem, esse tipo de perfume que ele usa. E me sinto a pior mãe do mundo nesse momento por ficar pensando nisso, quando a minha filha precisa de mim... Porém tem coisas que você quer, mas não consegue controlar...

- Olá princesa Sofia, sou o tio Pedro, me conte onde doe?

- Tio, doe minha garganta... E para engolir também.

- Ok, deixa o tio colocar o termômetro e vou usar um palitinho, você vai tentar abrir a boca maior que puder e dizer um "A".

Ele faz todo o exame clinico em Sofia, ao terminar vai lavar as mãos, senta na nossa frente e começa a falar:

- Ela esta com a garganta inflamada, vou passar um exame de sangue só para fechar o diagnostico de infecção, mas já vai tomar antibiótico aqui mesmo e um remédio para enjoo. Como faz um tempo que tomou remédio... - Seu celular toca, ele olha e recusa a ligação, só que a pessoa é persistente.

- Atenda doutor. - Eu falo para ele

- Deve ser a sua esposa esperando o senhor. - fala minha mãe, como eu conheço dona Laura muito bem, sei onde ela quer chegar.

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