- Como pôde nos decepcionar? - ele dizia furioso. - Achei que fosse mais de que isso!
Tudo estava escuro, eu via apenas enormes olhos raivosos me observando. Um vazio preenchia minha mente.
- M-mas... Eu não quis! Me desculpe! - falei chorando e deitada no chão. - Me deixe provar que sou melhor! Só mais uma chance!
Meu estômago começa a revirar, estou com muito medo. Não sei onde estou mas conheço essa voz de algum lugar... Acho que vou vomitar de tanto enjoo.
- Você traiu o Olimpo! - o grito ecoou por todo o lugar, fazendo o chão tremer aos meus pés. - Devia saber que era apenas mais uma vilã disfarçada de boazinha.
- Não! Por favor, eu sou boa, só me deixe... - minha voz falhou, a garganta ficou seca e apertei meu pescoço. Parecia que não tinha bebido água a dias.
- Você nos traiu. Era de se esperar de uma filha de Cronos.
***
Agora; Não sei que lugar é esse; nem a hora
Mais um daqueles sonhos terríveis. E dor de cabeça para acompanhar, que alegria! Pelo menos minha garganta não está seca e a vontade de vomitar já passou.
Abri os olhos com a cabeça latejando. Estou sentada e meus braços estão esticados na minha frente. Assim que posso ver com clareza, percebo que estou esticada sobre uma mesa. Uma música muito estranha toca, como aquelas antigas francesas de baile.
- Argh... - é tudo o que consigo falar. Depois de cinco minutos parada e olhando minhas mãos, digo: - onde estou?
Me levanto e sinto uma coisa estranha. Calma aí...
Olho para baixo e estou de vestido. Ok, tudo bem, eu gosto de usar saia, mas esse vestido é o mesmo do sonho que tive à alguns dias: de cor vinho, mas não tão colado. Meu cabelo também está arrumado... Será que eu morri? Eu estou no céu?
Ah, não, eu queria pelo menos uma roupa confortável, como a de antes: blusa de manga, saia e bota.
Me viro de costas e vejo um tumulto.
Não é bem um tumulto, isso aqui parece uma daquelas festas de pessoas super importantes e ricas para arrecadar dinheiro. Homens de terno ou servindo bebidas, mulheres andando para lá e para cá conversando. Eu não conheço ninguém aqui. Muito menos onde estou e quanto tempo fiquei apagada.
Caminhei e quase caí. Deuses, eu estou de salto? Vou ter que me acostumar.
- Psiu! - ouço e me viro procurando alguém. - Aqui, na coluna.
Poxa, adiantou muito, tem várias colunas aqui, jovem.
Uma cabeça sai de trás da coluna e vejo Beatriz. Vou até ela e tento correr sem tropeçar e cair de cara no chão.
- Lydia! Graças aos deuses, você acordou! - ela me abraça e vejo que também está com vestido, só que verde claro. Até que ficou bom nela.
- Pelo menos sei que não morri. Mas o que está acontecendo aqui? Que lugar é esse? - perguntei rápido.
- Eu também não sei de nada. Só acordei dentro de um banheiro e estava assim - aponta para a roupa. - Quando saí, todos estavam do mesmo jeito... Os meninos já acordaram e estão espalhados pelo salão. Eu .staca te procurando, esse lugar e imenso, foi a última a acordar.
- Nossa, sempre sou eu a que dorme demais. Você tentou perguntar para alguém? - ela me olha preocupada. - O que foi?
- Por que não tenta você mesma?
Ela me empurra de leve e vou até o salão e tento falar com a primeira pessoa que vejo. É um homem alto e bonito - sério mesmo -. Tento lhe cutucar mas meus dedos passam direto pelo terno, como um fantasma.
Me apavoro e volto correndo até Beatriz.
- Ele ficou... - gaguejei. - ... E... Puf!
- Exato. Foi igual ao labrador que tentou nos atacar. Eu e os meninos tentamos achar uma saída, ou melhor, estamos tentando. Ficamos espalhados pelo salão inteiro, caso algo aconteça.
- Então vou fazer isso também. - falei e saí andando.
Meus olhos passavam pelas pessoas e os olhos castanhos de Peter se encontraram com os meus. Acenei com a mão e ri, nunca tinha o visto de terno antes. Ele retribuiu o aceno com um sorriso e voltou para dentro da multidão.
Já estava quase me perdendo. Tentei achar alguma coisa que pudesse fazer com que saísse. Eu desconfio do bolinho de baunilha em cima da mesa, ele está parado lá faz muito tempo.
Dou uma volta e ando de costas para ver se não perco alguma coisa, quando esbarro em alguém.
- Me desculpe - falei e vejo em quem esbarrei.
Uma garota de pele morena, não tão escura, os cabelos cacheados volumosos e fios rebeldes saindo. Um pouco mais baixa que eu. E seus olhos parecem mudar de cor conforme a luz. Seu vestido é de um vermelho bem escuro.
- É você! - ela diz assustada. - Por que está aqui?
- Eu fico me fazendo essa mesma pergunta desde que acordei... - falei e parei. Como ela está falando comigo? E como não passei direto por ela como os outros?
- Não devia estar aqui - ela olha em volta. - Melhor ir logo embora. Ah, não! Sus amigos están aquí?
- Eu te conheço, por acaso? - pergunto, essa garota é engraçada falando espanhol, mas me assusta.
- Não. Mas eu conheço você e seus amigos - ergo uma sobrancelha duvidando e ela suspira. - Nico DiAngelo, Will Solace, Beatriz Clark, Peter Collins e você, Lydia Kristall. - Arregalo os olhos. Macumba geral. - Vocês não deviam estar aqui. Eu tentei avisá-los, duas, na verdade três vezes!
As pontas do cabelo da garota começam a ficar roxas e me pergunto se é algo normal.
- Quem é você? - pergunto devagar olhando em seus olhos.
- Meu nome é Helena Kleurvolle. Sou filha de Íris, e vocês estão em uma grande enrascada.
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Oi Cupcakes! Tudo bom?
O que vocês acham que vai acontecer?Votem e comentem
Bjs azuis;
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O Feitiço do Tempo | Livro 3
FanfictionSeis meses de faculdades não poderiam ter sido melhores. Nada melhor do que uma visita ao acampamento! O que poderia acontecer de errado? Era isso que Lydia pensava. Ela deveria ter ficado em casa. Agora, mais pessoas estão em risco, e preso...