Todas as formas de se chegar ao inferno

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Onze anos atrás

Kyungsoo e Suho estavam na salinha de brinquedos onde as criancinhas brincavam e corriam por todos os lados. A professora havia os deixado brincar até que a hora de voltar para a sala de aula chegasse. Kyungsoo encontrava-se sentando em uma mesinha de plástico lendo um livro infantil enquanto Suho ao seu lado brincava com peças de lego. No entanto uma explosão de gargalhadas cortou a atenção de Kyungsoo de seu livro e o fez virar-se para algumas crianças ao fundo da brinquedoteca que riam e caçoavam de um garotinho recentemente transferido. Suho também virou-se para trás e não pode deixar de ficar irritado com aqueles garotos insuportáveis.

Baekhyun havia sido transferido de escola não fazia nem uma semana e ainda não havia conseguido nenhum amiguinho. Seu pai havia traído sua mãe e a mesma pediu o divórcio, seus pais separaram-se oficialmente no dia do seu aniversário. Sem a ajuda financeira de seu marido, a mãe de Baekhyun passou a ter de sustentar a casa sozinha e teve de transferir seu filho para outra escola, que apesar de ter grande renome, deu a seu filho uma bolsa, por suas boas notas e suas condições financeiras.

No entanto Baekhyun não se encontrava bem. Havia perdido todos os seus outros coleguinhas da escola anterior, seus pais estavam separados, seu pai não ia mais visita-lo e agora estava marcando casamento com a mulher com quem traíra sua mãe. Baekhyun podia ter apenas seis anos, no entanto era inteligente o suficiente para entender o que acontecia ao seu redor. No primeiro dia em sua nova escolinha, teve der ser amparado pela professora Nara, pois não queria entrar na sala e sentia medo de seus novos coleguinhas. Os outros dias se seguiram assim e os alunos lhe deram o apelido de Bebê Chorão.

Suho levantou-se irritado com aqueles garotinhos chatos e foi até eles os afastando do aluno novato.

-O que vocês querem? – bradou.

-E você é amigo dele agora, é? – Haneul, um garotinho mimado e irritante, falou divertido.

Kyungsoo ainda sentado olhou para Baekhyun que estava encolhido em um canto, soluçando. Por alguma razão tinha certeza de que Haneul e seus amiguinhos idiotas não eram o motivo que fazia aquele garoto soluçar tão alto. Eles estavam apenas amolando o novato e o deixando pior. Kyungsoo suspirou. Aquele garoto parecia estar trocando seu cérebro pelo coração. Baekhyun não conseguia lidar com coisas difíceis que logo desmoronava.

-Você está bem? Eles fizeram alguma coisa? – Suho perguntou, se aproximando do garoto e o vendo acenar positivamente para dizer que estava bem. –Quer que eu chame a professora? – desesperado, Baekhyun fez que não com a cabeça.

-E-Eu estou bem... – falou gaguejando e secando os olhos com as mãos. –É que... – tentou explicar, mas antes de começar, aquelas lágrimas de bebê chorão saíram do escuro.

Alguém estava girando a manivela da torneira de seus olhos e ele estava derramando onde todos podiam ver. Seu coração era grande demais para o seu corpo, e era onde seus sentimentos se escondiam. Ele estava sentindo-se completamente sozinho, havia perdido todos os seus amigos e agora os seus novos coleguinhas somente zombavam de si. Disse a si mesmo que o problema não era ele, eram os outros. Ele era um tipo que ninguém entendia. Mas aquelas lágrimas de bebê chorão continuavam voltando, caindo no chão, e ele apenas queria deixar com que aqueles garotos se afogassem.

-Ei, príncipe do playground! - Kyungsoo se levantou e foi até Suho e Baekhyun.

Parou de frente para Haneul e seus amiguinhos insuportáveis, eles eram mais altos do que ele, mas isso não o intimidava. Pelo menos, não completamente.

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