neuf

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❝Uma nação que prefere desgraça ao perigo está preparada para um mestre, e merece um.❞
HAMILTON, ALEXANDER
•••

Era manhã, o sol batia pela janela, e eu acordei encarando um par de olhos azuis como o oceano atlântico. Não havia sido um sonho afinal. Eu realmente estava ao lado de Louis Tomlinson de Lafayette.

"Lou..." Eu murmurei, minha voz rouca, não sabia se de ter acabado de acordar ou de ter desgastado ela na noite anterior.

"Sim, mon amour?" Seu sotaque ainda me derretia por dentro, e a luz que vinha da janela só o tornava mais belo, iluminando seus olhos e sua pele bronzeada. Um verdadeiro deus. Ele já se encontrava vestido, mas seus cabelos já estavam elegantemente bagunçados.

Eu queria falar para ele o quão lindo ele estava. Compor um poema clássico em sua homenagem. Mas algumas coisas ainda me incomodavam e precisavam ser postas na mesa. "Por que você me deixou naquele morro? Por que você não ficou comigo ali?"

Louis parecia surpreso. Certamente essas não são as primeiras coisas que alguém quer ouvir após dormir com alguém. No entanto, eu sabia que se me deixasse levar pelo marquês e seus belos lábios, com certeza não me lembraria mais disso por um bom tempo, e certas coisas não podem ser esquecidas.

Ele parecia um pouco culpado. "Tinha soldados perto e-"

"Mas poderíamos ir para sua cabana." Argumentei. Sabia que se Louis realmente me quisesse naquela hora, naquele local, ele me teria, sem titubear.

"Harry." Os olhos azuis de Louis escureceram um pouco. Ele ficou sério, franzindo a testa. "Eu não queria você se envolvendo com pessoas como eu. Só trazemos problemas."

Cheguei muito perto de Louis, sentindo seu hálito refrescante de hortaliças já tão cedo na manhã. Seus olhos me queimavam. Aproximei-me até nossos narizes se tocarem, e murmurei: "Mas eu não estaria me envolvendo com pessoas como você. Eu estaria me envolvendo com você."

Por um momento parecia que só havia nós dois no mundo. Louis estava tão lindo, abençoado pelo sol, e eu só queria que ele deixasse de se preocupar tanto comigo e minha segurança. Eu sabia no que estava me metendo.

Por meros segundos, parecia que ele tinha se esquecido também. Talvez ele estivesse me vendo como um igual, um homem responsável por mim mesmo e minhas ações. No entanto, tal impressão logo foi embora.

"Se você diz... Saiba que será difícil a partir de agora. Não nos veem com bons olhos." Ele respondeu, não se afastando, mas não chegando mais perto.

Lancei-lhe um sorriso encorajador, apesar de saber que seus olhos só captassem os meus de tão perto. Esperava que isso lhe transmitisse a segurança que eu tinha. "Eu sei, Lou. Sei cuidar de mim mesmo." Cheguei mais perto, Louis não se moveu, e toquei seus lábios com os meus.

Foi um beijo doce, um beijo de começo de manhã, para assegurar que teríamos um bom dia, que tudo daria certo, era só ter confiança um no outro.

Após nos afastarmos, Louis se levantou da cama rapidamente, ajeitando o uniforme. "E não embarque muito rápido em águas desconhecidas e selvagens." Ele continuou a aconselhar, com olhos cautelosos.

Aquilo me confundiu. Não fazia sentido dizer isso após eu ter entrado de cabeça no mais desconhecido oceano da minha vida: os olhos de Louis Tomlinson. "Como assim?"

Louis não se deu ao trabalho de responder a questão, indo em direção à porta. "Vai se vestir, mon amour. Deixei suas roupas separaras mais cedo na cabeceira. Irei descer. Washington está nos chamando."

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