trois

395 67 171
                                    

❝Aquele que abre mão da essencial liberdade para obter pequena e temporária segurança, merece nem liberdade, nem segurança.❞
FRANKLIN, BEJAMIN

•••

AGOSTO, 1776, BATALHA DE BROOKLYN

Estávamos carregando canhões para atirar nas forças britânicos, todos focados no trabalho. Estava sendo um momento difícil na guerra, mesmo que anteriormente nós tivéssemos ganhado o Porto de Boston dos britânicos, eles estavam trazendo todas as tropas possíveis para ganhar o Porto de Manhattan. Infelizmente, estavam tendo progresso.

"Essa guerra não está sendo fácil..." Alguém cochichou para o outro, enquanto dava fogo a um canhão. Nós protegíamos os fortes, atirando contra a grande nau a nossa frente, mas os canhões deles eram os melhores. Quase impossível de acertar seus navios, mas quase certo que seus navios iam nos acertar.

"Os ingleses não param de nos atacar, não temos como lutar contra eles." O amigo do companheiro respondeu, igualmente irritado e cansado.

Também encontrava-me cansado e um tanto irritadiço, mas tinha que lutar por essa nação. O que mais me frustrava era ouvir aquele papo de camaradas americanos em meio à guerra. Eram aqueles os homens com os quais iria defender minha América?

"Eles embarcaram com 32 mil tropas! Não temos isso!" Um terceiro adicionou, enquanto carregava o canhão ao lado. Eu, ao contrário, focava na minha tarefa de carregar meu canhão com Niall. Nossa pólvora, entretanto, estava se tornando escassa.

"Não acredito que Washington está nos liderando nessa bagunça." O primeiro voltou a falar. Já estava a ponto de me intrometer antes, mas quando citaram o nome do meu general quase não me contive e ia passar a abrir a boca no meio da batalha, quando o terceiro falou:

"Aí ele vem! Cala sua boca!"

Sorri, satisfeito, enquanto o General de cachos brancos e pomposo chapéu, galopava em seu cavalo, observando a tudo e a todos e ordenando quando atirar nos britânicos.

•••

"Sabe, Niall..." Falei, pensando alto em nossa pequena cabana. A noite deveria estar calada e silenciosa, mas o som dos canhões ainda eram ouvidos. O cessar fogo só ocorreria à 00:00.

"Sim, Harry?" Niall disse enquanto polia seu mosquete. Aquela arma era o filho perdido do irlandês, nunca tinha visto algum homem amar tanto um objeto. Ele praticamente venerava o mosquete (o qual chamava de William Wallace por algum motivo obscuro) e mal me deixava tocar nele.

"Eu estava pensando..." Continuei, jogando-me na cama mal feita no chão. Era só um bando de palha envolta por um pano, mas melhor que o chão lamacento ou de pedra.

"O que?" Ele perguntou, não tirando os olhos de seu mosquete.

"Você ainda tem seus 30 contatos da milícia?" Perguntei, agindo despreocupado, mas não tirava meus olhos de meu amigo irlandês.

Após alguns meses lutando juntos, tínhamos criado uma grande amizade. Liam foi posto como tenente no fronte da Carolina do Norte, devido ao seu alto escalão e ser nativo de lá, mas eu e Niall permanecemos juntos, lutando pela cidade de Nova Iorque. Ele tinha virado meio que um irmão mais velho para mim.

"Claro. Por quê?"

Agora vinha a parte difícil, com a qual sabia que talvez ele não fosse aceitar de primeira. Claro que não aceitaria, quem aceitaria para falar a verdade? Era um plano louco, ambicioso, que veio dos confins do meu cérebro para garantir alguma vitória para minha nação. Eu sabia que era perigoso. Eu sabia que poderia morrer. Mas também saberia que iria dar continuidade àquilo com ou sem a ajuda de Niall.

revolution ⚣ ls historical au ♖Onde histórias criam vida. Descubra agora