Capítulo 1:

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obs: antes de começar a escrever/ este livro não é meu e sim de Arthur Conan Doyle

O cliente ilustre

"Agora já não pode fazer mal", disse Sherlock Holmes à guisa de

comentário, quando, pela décima vez em outros tantos anos, eu lhe pedi

licença para divulgar a seguinte narrativa. Foi assim que, afinal, obtive

permissão para publicar aquilo que, sob certos aspectos, foi o momento

supremo da carreira de meu amigo.

Tanto Holmes como eu tínhamos um fraco pelo banho turco. Era na

aprazível languidez da sala quente, tirando umas baforadas, que eu sempre o

encontrava menos reticente e mais humano do que em qualquer outra parte.

No andar superior do estabelecimento da Northumberland Avenue, há um

recanto isolado onde ficam duas camas, uma ao lado da outra, sobre as quais

estávamos deitados no dia 3 de setembro de 1902, data que marca o início da

presente narrativa. Eu tinha lhe perguntado se havia alguma novidade, e em

resposta ele tirara o braço fino, comprido e nervoso de sob o lençol que o

cobria e extraíra um envelope do bolso interno do casaco, pendurado ao seu

lado.

— Talvez seja um

impertinente qualquer, um tolo

que pretende se fazer de

importante, mas pode ser

também um caso de vida ou

morte — disse ele, passandome

o bilhete.

— Sei apenas o que está

contido nestas linhas.

Vinha do Cariton Club e

trazia a data da noite anterior.

Eis o que li:

"Sir James Damery

apresenta seus cumprimentos ao Sr. Sherlock Holmes, a quem fará uma visita

amanhã, às 4.30. Pede licença para dizer que o assunto sobre o qual deseja

consultar o Sr. Holmes é muito delicado e também muito importante. Confia,

pois, em que o Sr. Holmes faça o possível por lhe conceder esta entrevista e

que a confirme telefonando para o Carlton Club".

— Não preciso dizer que a confirmei, Watson — disse Holmes, quando lhe

devolvi o papel. — Sabe alguma coisa a respeito desse Damery?

— Sei apenas que é muito conhecido na sociedade.

— Pois então vou lhe dar algumas informações. Ele tem fama de saber tratar

de assuntos delicados, que não devem ser publicados pela imprensa. Lembrese

das negociações dele com Sir George Lewis sobre o caso Hammerford Will.

É um homem que conhece o mundo e que tem queda para a diplomacia. Devo,

portanto, esperar que não se trate de uma pista falsa e que ele de fato precise

de nossa assistência.

Os Últimos Casos De Sherlock HolmesOnde histórias criam vida. Descubra agora