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Está o lascivo e doce passarinho
com o biquinho as penas ordenando;
o verso sem medida, alegre e brando,
espedindo no rústico raminho;o cruel caçador (que do caminho
se vem calado e manso desviando)
na pronta vista a seta endireitando,
lhe dá no Estígio lago eterno ninho.Dest' arte o coração, que livre andava,
(posto que já de longe destinado)
onde menos temia, foi ferido.Porque o Frecheiro cego me esperava,
para que me tomasse descuidado,
em vossos claros olhos escondido.
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Sonetos de Luís de Camões
RandomAutor : Luís Vaz de Camões Texto Base : Camões, Luís de. Os Lusíadas de Luís de Camões. Direção Literária Dr . Álvaro Júlio da Costa Pimpão Fonte : Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro /USP Texto-Base digitalizado por : FCCN - Fundação para...