Acordei com o som da guitarra do Andy.
Andy: Bom dia!
Eu: Dia? Dormi imensas horas suponho...
Andy: Parece que sim, é normal, estavas cansada... a viagem foi longa.
Levantei-me num salto.
Andy: Porquê tanta pressa? - disse-me enquanto eu enfiava um vestido pela cabeça a baixo.
Eu: Não sei... Acho que preciso de me inspirar, precisamos de fazer alguma coisa não podemos andar de um lado para o outro à espera que o dinheiro acabe.
Andy: Ali, ontem à noite enquanto dormias saí para ir dar uma volta e disseram-me que vai haver um concerto, num café aqui perto hoje às 20h... não queres ir?
Eu: Um concerto? Claro que quero ir! Como não?
Música ao vivo sempre foi como uma terapia, sempre me fez sentir bem... recarrega-me energias. E é disso de que eu preciso, energia, música.
Eu: Foi a melhor proposta que me fizeste nos últimos tempos! Bem, depois de me teres perguntado se queria fugir contigo.
Corri até ele, pousei a guitarra no chão e beijei-o, beijei-o e abracei-o e tentei fazer o máximo para que ele sentisse que estava ali com ele. Que gostava dele, tenho sido tão dura com o Andy, ele não merece.
Ele beijou-me de volta ainda com mais vontade.
Eu: Não queres transportar esse entusiasmo todo para a cama?
Andy: Parece que não sou o único a fazer boas propostas!
Desta fez não só nos fundimos envolvidos em paixão mas algo mais, foi diferente... foi intenso.
Ele fazia-me sentir coisas que nunca ninguém me fez sentir em todos os níveis.
Após 2h decidimos que queríamos fazer algo produtivo.
Andy: Ainda não saímos os dois juntos desde que chegamos, queres ir dar um passeio?
Ri-me.
Eu: Vamos sair hoje à noite.
Andy: Isso não impede a nossa saída de agora.
Eu: Tens razão! Aproveitamos e almoçamos alguma coisa na rua.
Voltei a vestir o vestido que tinha posto á 2h atrás. Um vestido de malha vermelho curto, calcei umas botas e fiz uma trança no cabelo, quando cheguei ao quarto ele já estava pronto, olhei-o com uma cara de espanto.
Andy: O que é? Já te disse que tenho muitos dotes!
Peguei na carteira e saímos.
Andámos pelas ruas de braço dado e olhávamos para cada canto da cidade como se tivéssemos a apreciar uma fotografia num postal.
Andy: Gostas daquele sítio? - disse apontando com o dedo para o meu lado direito.
Era um restaurante com uma esplanada de madeira e toalhas azuis na mesa, alguns canteiros de flores espalhados à volta. Relembrou-me o jardim de Raven, as flores eram da mesma cor.
Eu: Parece-me bem!
Sentamo-nos, comemos e passamos um bom tempo juntos.
Era a primeira vez que tinha uma relação a sério, e durante aquele tempo em que nos portamos mesmo como um casal, não foi minimamente estranho, ele conseguia tornar tudo tão confortável.
Acabamos por ir parar a um jardim, ele tirou a guitarra e eu o meu bloco de desenho e o meu caderno, enquanto ele tocava ao meu lado eu desenhava-o.
Ele cantava originais, queria fazer disso a vida dele, música, e tinha tanto talento. Custa-me ver tantos artistas sem reconhecimento nenhum, mas eu tinha um feeling à cerca dele... sempre lhe disse e ele nunca acreditou, o destino encarregar-se-á de lhe provar que estou certa.
Após esta minha onda de pensamentos soltos, ele voltou a tocar os acordes cujo eu tinha escrito uma música a acompanhar, nunca lhe mostrei então comecei a cantar.
Andy: Ali, o que é que tu acabaste de fazer?
Eu: Como assim?
Andy: Estavas a cantar ao som dos meus acordes.
Eu: Ah... sim, foi apenas algo que escrevi quando os tocaste no outro dia.
Andy: Está fantástico! Deixa-me ver.
Tirou-me o caderno das pernas.
Andy: Lost it all? Parece-me que acabámos de criar a nossa primeira música juntos.
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In the End
RandomE depois há aquela altura em que te pedem para resumires a tua vida numa coisa chamada descrição, mas certas histórias não se resumem...