O Que Você Vê?

Gustavo

No dia seguinte fui a escola junto com melissa encontramos Felipe que se desculpou, disse que não sabia o que estava fazendo ele só não sabia o que sentia.
Conversamos até que eu vi Gustavo do outro lado da escola

Eu: gente, eu já volto tá - sai andando antes que Melissa protestasse minha saída

Eu: oi Gustavo - disse sem saber o que ele poderia falar
Gustavo: oi Helena - ele sorriu, aquele sorriso é tão lindo - eu encontrei um valete de copas na minha caixa de correio olha

Ele me entregou um carta que estava com o canto inferior direito direito queimado, me lembrei imediatamente do incêndio, o que será que aconteceu com a carta? Ele realmente joga comigo ?

Gustavo: e eu tenho uma coisa que vai te ajudar, eu acho - ele tirou da mochila uma velha caixinha de música estava com uma pequena rachadura como se tivessem tentado consertar ela - eu sei que é estranho mas pode ajudar

Ele me entregou a caixinha estava claramente nervoso, talvez se perguntando sobre a própria sanidade. Talvez ele pense que eu o considero insano.

Eu: onde você .....- ele me contou
Gustavo: eu encontrei no meu porão- ele fez uma careta Quando lembrou do lugar- aquele porão me assusta....
Eu: eu sei como é ter medos - rimos os dois
Gustavo: olha Helena, você pode confiar em mim, eu sei que eu apareço um insano - ele fez uma pausa como se lembrasse de alguma coisa - eu sou meio maluco sempre apareço nas piores horas, e sei que você tem medo de mim, não precisa eu sei o que você está passando porque eu vivo com isso desde sempre

Ele pegou em minha mão livre e a segurou, eu me sentia segura ao mesmo tempo que eu queria correr eu queria ficar com aquele menino dos olhos cor de mel que me passava uma segurança, eu não acredito, eu não posso estar gostando dele, olha a minha situação agora, seria o mesmo que assinar meu próprio atestado de óbito, mas aqueles olhos aquele sorriso....

Tocou o sinal eu graças porque eu realmente precisava de um tempo pra pensar sobre isso senão eu vou surtar, digamos que não sou extremamente a melhor pessoa do mundo decidindo se gosta ou não de alguém, eu não sei nem qual cor eu gosto.
Na sala os professores me olhavam com pena sabiam de tudo oque acontecia, é impressionante como professores adoram fofocar sobre os alunos.
No intervalo eu peguei meu livro e sai sem melissa precisava pensar, até porquê eu mal conheço o Gustavo, eu falei com ele umas dúzia de vezes somente, eu to muito pilhada, eu fui até atrás da quadra é o melhor lugar que tem nassa escola somente eu e melissa sabemos dele, outras pessoas devem saber mas ninguém frequenta esse lugar.
Eu me sentei próxima a uma parede Fechei o moletom do Adrian que tinha pegado pq estava atrasada ele é enorme, fiquei do jeito mais confortável possível e comecei a ler, um livro sobre deuses egípcios, eles me fascinavam os deuses do olimpo na minha opinião são patéticos.
Eu estava lá estava tudo tão bem, minha música no volume máximo ninguém pra atrapalhar minha paz meu livro um vento gelado e eu acabei dormindo, não me culpe poderia acontecer com qualquer um.

Então lá estava eu novamente em uma floresta, tinha uma criança segurando uma caixinha de música eu até ela, a criança cantarolava "perdida na floresta, só com o palhaço... estamos sozinhas aqui, não dá pra se esconder.... o que não se vê não se pega .... perdida na floresta..."
Essa música Me deu um calafrio, eu queria sair dali mais minhas pernas estavam travadas, eu ia gritar mas me lembrei do outro sonho "coisas ruins acontecem quando você fala". Então fiquei quieta eu vi o palhaço ele parecia não me ver, ele foi na direção da menininha que cantarola eu fechei os olhos não poderia ver aquilo o grito dele me agoniava eu podia sentir o medo a dor que ela sentia, quando abri os olhos tinha sangue em todo lugar a caixinha de música estava no meu pé o palhaço parecia não me ver. Ele passou reto na frente apenas limpando um dos dedos na boca como se tivesse acabado de terminar uma refeição eu senti um tremendo mal estar tudo ficou cada vez mais embaçado até que não consegui ver mais nada.

Acordei Gustavo estava sentado do meu lado lendo um livro que eu não consegui ver a capa

Gustavo: é horrível né - ele fechou o livro, mas continuou olhando pra baixo- você vê o que aconteceu no passado e sabe que não pode fazer nada porque são somente sonho -a voz dele falhava como se ele quisesse chorar.
Eu: o que aconteceu?- ele me olhou eu podia sentir que sim, ele não era mal, era só um menino com medo do que vai acontecer assim como eu
Gustavo: esse palhaço - uma lágrima saiu de seu olho ele imediatamente a secou como se não quisesse que fosse vista - eu sei tanta coisa que ele fez, eu só queria me livrar dele, não quis te envolver eu juro - ele chorava - eu só queria me livrar dele Helena, você pode me ajudar, só que não está saindo do jeito que eu tinha planejado, ele quer brincar com você também - ele olhou pra mim com um olhar de súplica como alguém que precisava desesperadamente de perdão - me desculpa
Eu: nossa - eu peguei no cabelo dele, estava sentindo tanta pena, tanto carinho naquele momento que era simplesmente impossível o odiar, - olha, eu não sei direito o que está acontecendo mas, eu sei que seja lá o que você tenha feito não foi por mal.

Ele olhou pra mim seus olhos estavam vermelhos por causa das lágrimas, ele me abraçou eu tive certeza que gostava dele, mas não é hora pra isso, não é hora pra me encantar por um menino eu tenho um jogo pra ser ganho ..

Eu: Quando bate o sinal?
Gustavo: o dá saída daqui meia hora - ele olhou no seu celular.
Eu: preciso pegar minhas coisas na sala e....
Gustavo: eu vi que você estava dormindo, disse pra sua professora que você não estava se sentindo bem então sua amiga me entregou seu material - ele riu - ela sabia que você nao estava passando mal e disse pra mim "ahaha mata aula direitinho com ela, só não faz besteira viu..." sua amiga é bem legal
Eu: o que ela quis dizer com só não faz besteira? - questionei

Ele colocou uma de suas mãos em minha orelha, e me olhou nos olhos, eu senti um frio na barriga eu não comseguia manter um pensamento fixo, eu só pensava se ele ia ou não me beijar
Gustavo: fazer isso.
Ele se inclinou pra frente, me envolveu com seu beijo, sim eu queria aquilo, ele me puxou pra junto dele eu senti sua força ele não tinha um beijo violento mas um beijo cheio de carinho e pegada, ele me puxava pra cada vez mais perto dele até eu me vi sentado em seu colo de frente pra ele, o beijo dele foi o melhor beijo da minha vida .. mds olha o que eu tô falando. Ele sorriu, e continuou me segurando

Gustavo: nossa - ele estava vermelho, provavelmente envergonhado por que eu estava morrendo de vergonha
Eu: nossa - eu senti meu rosto queimar sabia que estava ficando vermelha

Eu ainda estava sentada em seu colo de frente pra ele, não sei porque mas eu queria mais, eu queria mais dele eu queria ele.

Gustavo: Lena, eu sei que a gente mal se conhece - ele tirou a mão de trás da minha cabeça e desceu pra minha cintura- eu te amo Lena, namora comigo, vamos passar por tudo isso juntos
Eu: sim - voltei a mexer no cabelo dele- eu gosto tanto de você, gosto de estar com você falar com você

Ele me deu selinho, e sorria como se aquilo fosse um dos momentos mais incríveis da sua vida, como se tudo que ele quisesse fosse estar ali comigo.