O Que Você Vê?

a lei do outro mundo

Quando eu falei Gustavo deu um pulo, olhou pra mim por alguns minutos talvez não estivessem acreditando no que via

Eu: me desculpe - eu procurei por seus olhos e vi que eles -estava inchados como se ele estivesse chorando por horas a fio
Gustavo: está tudo bem -ele segurou na minha mão - você me assustou
Eu: eu fui fraca e egoísta.....-ele não me deixou terminar a frase
Gustavo: não, você só não estava bem - ele mordeu lábio inferior -só não soube lidar com tudo isso

Eu não tinha o que dizer, nem forças pra falar, eu queria um abraço eu queria não estar ali,

Gustavo: olha, eu não vou te julgar por isso -ele se sentou do meu lado - eu te Amo, eu sei que não é fácil, só não faz isso de novo tá

Eu sorri, eu estava me sentindo bem, eu sabia que Gustavo me amava mas agora eu sinto esse amor, é o que eu quero pra mim, se for pra lutar vamos lutar juntos......

Gustavo: eu vou chamar a enfermagem -depositou um beijo em minha testa e saiu

Adrian entrou logo em seguida,acho que Gustavo falou com ele eu estava exausta não sábia quanto tempo fiquei apagada, eu queria chorar só que estava me sentindo mal de mais pra isso

Adrian: ei pirralha, você me assustou - ele parecia mais exausto do Gustavo, parecia mais abalado - nunca mais faça isso, Você é tudo oque eu tenho maninha

Eu estava me sentindo um lixo por ter esquecido que eu era a única família de Adrian, que eu ia deixar ele sozinho..... eu olhei pros lados e vi uma bolsa de sangue e uma de um tipo de soro, tinha um aparelho ligado no meu dedo monitorando meu coração.

Eu: me desculpa - meu rosto estava queimando eu senti ele ficar quente, eu sentia em nó na minha garganta, eu desabei - eu só não aguentava mais, me desculpa
Adrian: hey, não chora você vai desidratar -ele sorriu - te amo, você só deveria ter falado comigo, promete pra mim que você vai contar tudo pra mim daqui pra frente - ele esticou o dedo mindinho que eu cruzei com o meu era uma promessa eu iria falar com Adrian sobre tudo

A enfermeira entrou com um sorrisinho forçado no rosto - oi querida, que susto você deu em todos
Eu só a encarei, como se eu não soubesse disso, ela acha oque que eu não sabia das consequências do que fiz ? Pelo amor né, ele tirou minha temperatura e voltou a falar - logo você vai ter alta
Ela tirou todo aquele monte de coisa de mim menos a bolsa de sangue que estava no fim

Eu já podia me mecher um pouco mais livremente, então eu encontrei um bilhete

"Você não pode me ajudar nesse estado, recomponha, e ajuda as pessoas do outro lado.
Tudo o que você precisar está no oculto"

Então entrou um outro médico no quarto, bem mais alto e corpulento do que Adrian, ele daria um ótimo jogador de futebol americano, ele falou alguma coisa para Adrian que saiu do quarto o médico se aproximou sorriu e disse

Médico: isso é um segredo - ele tirou uma seringa de seu boleto e espetou em meu braço não tive tempo pra reagir vi minha vista sumir novamente e não vi mais nada.

Eu acordei em um lugar estranho era sombrio tinha um ar de morte, totalmente abandonado aprecia não ter uma alma viva ali a séculos mas aquela era a beleza do lugar, tinha grossas trepadeiras algumas casas estavam descascando a tintura que antes deveriam ser cores vivas, o abandono tornava o lugar assustadoramente encantador.
Eu vi o palhaço ele veio em minha direção e me jogou uma pequena fotografia em meus pés, parecia aquele mesmo vilarejo só que antes de algum desastre não sei, o palhaço estava sem maquiagem o que evidenciava suas cicatrizes seus olhos pareciam mortos e tristes

Palhaço: você sabe meu nome ?
Eu: não
Palhaço: Felipe - ele sorriu Ironicamente - você me transformou nisso
Eu: você não é Felipe, desse lado eu sou assim - ele me olhou secamente- não me diga que você esqueceu daqui, se esqueceu da canção não é
Eu: do que você está falando
Felipe: olhe para essa foto

Eu olhei me veio um flashback, me vi correndo ali com medo,

Felipe: aqui eu tenho a minha própria lei, eu mato quem é mal, 10 pessoas eram más pena que algumas eram crianças
Eu: a caixinha de musica era da menininha não é
Felipe: tenha que recuperar minhas coisas
Eu: o que aconteceu aqui?
Felipe: vocês, você deixou de vivo aqui, aqui está dentro de você, e você é um caos -ele ria - tudo que acontece aqui interfere lá fora, e tudo que acontece lá fora interfere aqui
Eu: como assim ?
Felipe: feche os olhos e me diga o que você vê?
Eu: nada
Felipe: eu sabia, você se esfriou não pode salvar quem vive aqui
Eu: eu não posso fazer nada
Felipe: tudo isso está dentro de você, esse mundo é o que faz o mundo real se manter de pé, mantenho o controle assim, eu mato aqui eles morrem lá
Eu: você não sente pena das pessoas?
Felipe: elas são más, pessoas frias não merecem viver
Eu: espera se você é mesmo Felipe porque você é tão mais velho
Felipe: o tempo aqui é diferente, é tudo no futuro, eu já vivi minha vida - o olhar apagado dele se encheu de ódio - mas isso não te interessa, cuide que pra quem você ama não seja mal, senão vou ter que matar cada um,
Eu: você não pode !
Felipe: eu posso o que eu quiser, não gosta do que eu fiz aqui ? Ficou incrível, eu sou quase um Deus decido quem morre e quem vive
Eu: você é doente
Felipe: não sou eu que vejo coisas - ele tirou uma arma e apontou pra mim- você tem um segundo pra acordar e sair daqui - ele gritou e atirou no msm instante - UM

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Quero falar com vocês,
Preciso que vocês decidam o futuro de Helena junto comigo,
Isso tudo é real ou uma ilusão?