Capítulo 9

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"Entre linhas {Bellamore}"

Ainda me lembro, era quase de manhã ~

— O QUE ?

Igor praticamente grito ao ouvir minha voz, avisando da nova notícia.

— VOCÊ NÃO AVISA PRA NINGUÉM?

— Ela não queria que ninguém soubesse.

Em meio a tantos gritos inconformados, choros e um sorriso vitorioso e Ally, por saber que não teria com quem competir.
Pedro cuidadosamente deixa sua voz soar em meio a tantos gritos.

— Quando ela volta?

— Daqui 4 ou 3 anos e meio.

— COMO VOCÊ DEIXA ELA IR PORRA ?

Matheus gritava no meu pé de ouvido, o que me fez mete a mão com força na perna no mesmo

— NÃO GRITA, SEM PALAVRÃO!

— tecnicamente você tá gritando  amor.

Barbara falava em um tom de voz calmo, o que me fez relaxar.
Eu amo essa guria.

— 4 anos....

Pedro aprecia não se conformar com os quatros anos, mas o culpado disso é ele.

— Pra quem disse que a culpa era dela ter nascido, tá muito inconformado. Quatro anos pra você pensar, nas palavras dura que você falo.

É com isso, todos foram embora, deixando eu e minha mãe, e a saudade da minha pequena menina, que em todos os momentos esteve comigo, e em todos os momentos eu estive com ela.


•Barbs on•

Eu sempre amei viajem de avião, mas nunca havia feito uma tão longa. Não lembro quanto tempo eu dormi, ou quantas comidas eu comi, só sabia que o frio que sentia em minha barriga, havia começado ou seja o avião está pousando.
Aquela cidade tão bela onde viverão minha maior influência musical,
The Beatles!
Não tinha palavras pra descrever aquela sensação.
Medo, por estar sozinha em um lugar aonde não conhecia ninguém ou seja, medo do desconhecido.
A sensação de pavor, faculdade nova, pessoas novas.

—Universidade  por favor -afirmo entrando no taxi-

Falo em um típico sotaque brasileiro, tentando falar inglês. O mesmo pareceu entender que não era de lá, e toco o carro, direto pra faculdade que não era tão longe de lá.

— Prontinho, é só entrar ali, e terá as instruções certinha.

O motorista do táxi falo em um perfeito inglês britânico que me fez ter uma inveja grande, entendendo que é não conhecia nada de lá, e sorrio muito agradecida, e saio do mesmo, carregando minha mala, e a bolsa, entrando naquela enorme entrada e sorrio ao ver um sorriso simpático de uma senhora.

— Você deve ser a Barbara do Brasil certo ?

A senhora falava com um sorriso tão lindo no rosto, é uma simpatia que me fez abrir um dos Meus melhores sorrisos.

— Vejo que é você!

Ela falava e sorria enquanto me entregava alguns papéis, e Chaves, é uma bolsa com livros.

— os demais estão no seu quarto, algumas regras das universidades e as chaves do seu quarto, 216. As aulas começam sempre, as 13:50. Pela manhã é apenas estudo de campo ou pesquisas.

Ela fala e eu sorrio, agradecendo mentalmente pro ela ser tão dócil.

— Muito muito obrigada, não sei como agradecer.

Falo com um frio na barriga, e mordo meus lábios por mania.

— Tire notas altas, ficarei muito feliz se isso acontecer.

— Você tem minha palavra.

— Vai, já são 11:45.

Ela fala e aponta pro bloco "B-feminino" então existia o masculino, um enorme prédio, com um ar velho, mas uma luxuosidade que me deixou de queixo caído.
Porém ninguém disse ao dono que existe elevador, 308 degraus até meu quarto. Subir e descer o mesmo mas ou menos 6 vezes no dia.

Agora eu fico gostosa.

Após subir tudo isso, não tinha mas um palmo de língua de fora, praticamente arrastava-a pra dentro do quarto.

É assim que vejo o mesmo, me sinto em casa, e um quaró aconchegante, uma cama banheiro, guarda roupa e um lugar de estudo, paredes brancas e lindas que logo estará cheia de fotos e pôsteres meus.

E aos poucos comecei a encher o quarto de coisas minhas.
Lembranças minhas.

Enquanto me arrumava o tempo passava, mas parecia  voar, aos poucos timidamente, começo a andar pelos enormes corredores,
13:30 da tarde, não sabia como funcionava não achava que estava atrasada,

Mas estava!

Tudo ali começa meio cedo, e assim que cruzo o último corredor, Meus matérias que estava nas mãos cai, susto, angústia, medo.
Aqueles cachos meios desgrenhados, a jaqueta social preta, calça apertada, sapato vermelho, que o Beto odiava, não acreditava no que via, e nem ele.
O barulho dos livros, caindo no chão fez com que algumas pessoas olhassem pra mim, enquanto eu catava os mesmos no chão.
É o tal garoto que eu jurei conhecer olho pra mim e quando eu olhei em seus olhos, ouve um momento de silêncio, e uma tranquilidade desastrosa veio até mim.
Não era o Pedro!
Mas a semelhança me fez pensar que  o destino consegue ser mas imprevisível.

Talvez seja a resposta pros meus   pensamentos. Pros meus medos seja:

Nunca esqueceria Pedro Sárria.

Entre Linhas {Bellamore}Onde histórias criam vida. Descubra agora