Após a morte da minha mãe eu tive que decidir, ou eu aprendia as coisas sobre o Morro e o assumia ou eu fazia o vestibular e virava patricinha, foi aí que eu tive a grande idéia, eu poderia deixar alguém tomando conta do Morro, fazer uma faculdade de qualquer coisa e comandar algumas operações de assaltos, conversei com o Júlio e ele falou que ia assumir o Morro que eu poderia ficar na parte de negociações, eu poderia ficar na parte de planejamentos, o Ph ia ajudar ele a Mari resolveu fazer faculdade e viver no asfalto, e o Pj? Ah esse aí tá estranho de mais ele não fala comigo, cheguei a conclusão de que nem tudo que minha mãe falou estava certo.
Eu passei um ano no morro aprendendo um monte de coisas, estou fazendo faculdade de administração, aos sábados faço umas aulas de negociação, o Júlio e a Mari estão namorando, eles vivem saindo e são muito lindos juntos, o Ph reencontrou uma mina que ele ficou no tempo que ele trabalhava com meu vô FB, ele diz que não mas todos sabem que eles estão de rolo. Eu tô morando no asfalto perto do Morro, faz tempo que ninguém invade, com a morte da minha mãe desenvolvemos um sistema pra não chamar a atenção das pessoas fora do morro, a quadra que antes era toda aberta e tocava proibidão no último volume, hoje é fechada e com isolamento acústico, não tocamos mais apologia, e todo domingo tem pagodinho, e hoje não poderia ser diferente.
Assim que eu terminei de me arrumar eu peguei meu Fiat Punto e fui pro Morro, cheguei na quadra e taca tudo decorado, estava diferente, ouvi por alto que alguém ia fazer uma surpresa pra alguém, fiquei perto do bar espetando o Julio, a Mari, o Ph, a Poliana e o Pj, eles chegaram e todos estavam estranhos, eu estava me sentindo mal perto deles, a Mari e o Júlio saíram de perto de mim, a Poliana e o Ph estavam no maior Love e o Pj nem olhava pra mim, dei a desculpa de que ia no banheiro e resolvi ir pra casa, entrei no meu carro e fui descendo o Morro, e pensando em tudo que a minha mãe me disse em seu leito de morte, ela estava certa eu deveria sair do Morro e viver como alguém normal, fazer uma faculdade, casar, ter uma família e ser feliz, mas eu achei que um dia o Pj iria voltar a ser o MEU Pj e que ele ia vir novamente tentar falar comigo, mas depois da morte da minha mãe ele parou de falar comigo nem eu correr atrás adiantou, ele mudou de mais e resolveu me esquecer fé vez, mas vamos combinar que eu procurei por isso né? Agora é vida que segue, cheguei na porta de casa coloquei o carro na garagem e entrei, eu ouvi um barulho e corri no andar de cima buscar minha arma que por pura burrice não estava comigo, corri até o porão, entrei peguei a arma e ouvi outro barulho e logo em seguida uma gargalhada, fechei a porta do porão e continuei prestando atenção, ouvi a porta e fui até a janela um gol Preto saiu cantando pneu, eu fui até a porta, assim que coloquei a mão na Massafera ou ouvi um estrondo, logo depois um clarão e algo me jogou pra trás.
O que aconteceu? Tentaram me matar? Quem poderia fazer isso?
Horas se passaram, eu via que do lado de fora do porão a casa pegava fogo, eu via as chamas e comecei a ouvir as pessoas na rua gritando, a fumaça começou a entrar no porão eu comecei a tossir muito, ouvi o barulho da sirene mas não consegui distinguir se era Polícia ou bombeiro, minhas dores aumentaram, eu me arrastei até próximo a janela e abri coloquei o rosto pra fora pra respirar, ouvi um grito e logo depois uma explosão, a última coisa que vi foi dois homens entrando eles falaram comigo mas não consegui responder, foi aí que eu apaguei.
***Depois que a Lohayne morreu eu decidi dar um tempo pra Kay pensar, ela está a bem sensível e eu não queria que ela pensasse que eu estava me aproveitando da situação.
O tempo passou e tudo mudou, a Mari e a Poliana estão a um mês falando que tá na hora de investir na Kay e que até correr atrás ela estava mas eu nem percebi, então resolvi fazer uma surpresa pra ela, hoje tem churrasco na quadra e vai ser lá que eu vou pedir ela em namoro.
Já estava tudo pronto na quadra, encontrei o pessoal na porta e entramos, fomos de encontro com a Kay no bar, eu estava pensando em como iria pedi-lá em namoro depois de ter ignorado ela por um ano, eu estava tão concentrado no meu copo de whisky com gelo de Coco e energético que nem percebi quando fiquei sozinho ali no bar, lembro de ouvir a Kay dizer que ia no banheiro então fiquei lá esperando ela voltar mas ela não voltou, quando deu meia noite eu fui atrás da minha irmã talvez ela soubesse onde a Kay está.
Mary: eu deixei ela no bar com você
Pj: ela falou que ia no banheiro mas já faz tempo, agora não encontro ela em canto nenhum
Xxx: patrão? - um garoto de mais ou menos 10 anos - pediram pra entregar pro senhor - ele me deu um papel e saiu correndo
Júlio: o que é isso?
Pj: um bilhete
Mary: o que diz ai?
Pj: "já me livrei de quem estava no nosso caminho em breve estarei de volta e seremos felizes, não se preocupe não deixarei ninguém se meter entre nós, eu te amo "
Júlio: quem mandou isso?
Pj: não sei mas desconfio de quem seja
Ph: para tudo, toque de recolher quem não é do Morro camba e quem é camba pra casa e só sai quando for liberado - ele falou em cima do palco a banda que tocava começou a juntar as coisas e o DJ também
Pj: o que aconteceu?
Ph: botaram fogo na casa da Kayllane, ouve duas explosões ela estava no sótão, não se queimou mas tá bem machucada, ela teve duas fraturas e quase morreu asfixiada com a fumaça, agora ela tá no hospital querendo matar um, pedi pro médico seda-la e mante-lá no hospital por enquanto. Precisamos descobrir quem fez isso.
Julio: já sabemos quem foi
Pj: melhor, desconfiamos de quem sejaFomos até o local onde era a casa da Kay e não restou nada, só destroços, a culpa disso tudo é minha, eu não deveria ter deixado ela vir em bora não deveria ter a ignorado por tanto tempo, nós saímos de lá e fomos ao hospital saber como estavam as coisas com ela, chegando lá eu a vi deitada na cama dormindo braço e perna engessado, várias marcas roxas e arranhões por todo o corpo, ve-la daquela forma me deixou muito triste, e com muita raiva, eu queria matar quem fez isso e vou matar ou não me chamo Pedro Henrique Marcola Júnior.
Fiquei no hospital até a sedação passar, quando a Kay acordou eu sorri de orelha a orelha, ela não gostou muito mas sorriu também.
Kay: posso ir pra casa?
Pj: sua casa tá toda destruída queimou tudo não sobrou nada lá, se você quiser ficar lá em casa eu falo com o médico e te levo, se não você pode ficar aqui até se recuperar e eu mando reconstruir sua casa você escolhe Kay: o que deu em você? Virou bipolar?
Pj: não porque?
Kay: Você fica um ano me ignorando, sem dizem nem oi, sem olhar olhar pra mim e agora tá aqui todo amoroso querendo que eu vá pra sua casa ou querendo arrumar a minha, quando eu estava do seu lado você não percebeu isso, quando eu bati na filha da Bárbara pra você ter paz você nem agradeceu, quando eu corri atrás de você é falei tudo que eu sentia você sorriu de lado e saiu andando, hoje no pagode você nem falou oi pra mim, eu estava do seu lado puxando assunto e você não respondeu e agora quer que eu vá morar com você?
Pj: o que aconteceu? Aconteceu que você perdeu a sua mãe, estava sensível e confusa, eu não queria me aproveitar da sua fragilidade, não queria que você me visse como o cara que te consolou, não queria que você se sentisse usada, eu queria.que você entendesse o quanto eu amo você, o quanto você mudou minha vida, queria que você se sentisse amada, se sentisse protegida, eu achei que você estava brincando comigo quando falou tudo aquilo mas quando o Júlio veio me falar que não era brincadeira eu comecei a criar algo pra me desculpar e algo pra você sentir que é especial e única pra mim, eu fiz tudo direitinho exceto pela parte que eu não percebi quando você resolveu ir embora eu estava te procurando pra te pedir em namoro na frente de todos do pagode quando meu pai falou o que tinha acontecido, você acha que eu me sinto bem com isso? A culpa é minha de você estar aqui, se eu não fosse tão burro nada disso aconteceria, mas eu sou né e agora eu vi que quase te perdi de vez, e se você não me quiser eu posso conviver com isso com tanto que esteja feliz e protegida
Kay: mas e o pedido? - eu sorri de orelha a orelha
Pj: Kayllane Sanches Montenegro quer namorar comigo?
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A Cariokiinha
Teen FictionDe uma menininha carioca que odeia o mundo ela virou A Cariokiinha, uma garota de 16 anos que vive todas as loucuras da cidade maravilhosa, ela passa a conhecer o Rio de Janeiro na palma de sua mão, que conhece as favelas, as biqueiras, vira atirado...