Capítulo 8 - "Amor?"

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[Melody]

O telemóvel vibra e eu grito mentalmente Finalmente por ter demorado aquilo que pareceu uma eternidade, isto até que reparo que apenas passaram dois longos minutos.

"Eu bem sabia que algo se tinha passado, obrigada por finalmente confiares em mim! Agora, diz-me, se gostaste do beijo, porque é que me estás a mandar mensagem a mim e não a ele?"

Porque isso nem me passou pela cabeça. Porque ele não precisa de saber. Porque o conheço à menos de uma semana. Porque não sei lidar com aquilo que sinto. Porque tudo isto é demais para mim. Porque ele chegou e virou a minha vida do avesso sem mas nem porquês. Porque eu pensava que estava bem como estava, mas agora já não faço ideia.

Tantos porquês e nada me ajuda em nada, o problema é que não faço ideia do que ei de fazer...

"Nem tenho o número dele..." limito-me a responder, até porque toda a confusão que vai na minha cabeça não cabe numa só mensagem.

Espero que mais uma eternidade volte a passar até que obtenho nova resposta.

"Sabes?! Eu acho que precisas mais de falar contigo mesma do que com qualquer outra pessoa. - Quero conhece-lo melhor? Ele mexe muito ou demasiado comigo? Consigo pensar nele e apenas nele sem sorrir? Ele está a mudar a minha vida ou algo em mim? Quero vê-lo? Quero falar com ele? Estarei a apaixonar-me? - faz estas perguntas a ti mesma e tenta encontrar respostas, depois eu continuo aqui para saber como correu!"

Re-li a mensagem inúmeras vezes e a mim só me surge uma única pergunta: É esta a noção dela de ajuda?. Não entendo mesmo como é que isto me vai ajudar, precisava mesmo era de falar com a minha melhor amiga...

[Rocky]

A campainha tocou e não precisei de ver quem era para mandar abrir a porta para deixar a pessoa subir.

Foi breve o tempo até ouvir um bater na porta.

-Vai tu abrir... -era a surpresa de ambos, portanto nada melhor do que ser a minha maninha a abrir a porta.

Apenas me limitei a observar e no momento exato em que os seus olhares se cruzaram e se aperceberam da presença um do outro, eu vi a cena perfeita de um filme romântico e talvez seja mesmo pena me faltar uma camâra nas mãos neste preciso momento...

Se eu tive um desejo na minha vida que se manteve sempre inalterável, foi o desejo de ver a minha família feliz, e dessa família faz parte a Rydel. Este momento um pouco mais realizado, só é pena saber que não vai durar para sempre...

Desde que os seus olhos se reconheceram ainda mais nada aconteceu, sorriem e de frente para mim vejo o Ellington e o quanto está admirado, confuso, mas, sem dúvida, feliz!

-Olá! -a doce voz da minha irmã preenche o silêncio.

-Tinha saudades... -o meu melhor amigo apenas diz e então um abraço segue-se e ouço o choro abafado da minha irmã.

Sinto-me ali a mais, neste momento, depois de tanto tempo, eles mereçem um pouco de privacidade.

Sigo até ao meu quarto e decido adientar já as coisas para amanhã, mas assim que penso na escola tudo pára.

Não, não são as aulas. Não, não são os professores. Não, não é o simples edifício irritante. É ela, é ela que faz com que tudo pare, são os lábios dela, o seu toque, aquele beijo, as suas mãos, tudo em si, toda a sua personalidade.

Conheço tão pouco nela e sinto falta de tudo, sem nunca o ter conhecido. Passaram três dias, foi apenas à três dias que pús os pés naquela maldita escola pela primeira vez para me encontrar com uma rapariga irritante e solitária que odeia pessoas, quais queres pessoas... Espero que já não me odeie a mim... É o que o meu subconsciente implora lá bem no fundo, ele sabe que por muito pouco tempo que tenha sido, aquela miúda deu-me a volta à cabeça!

Entre Cá e LáOnde histórias criam vida. Descubra agora