Chapitre 2

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Era como se o tempo houve-se parado.

Ali, naquela pequena sala, Charlotte estava com o homem do seu sonho.

O beijando.

Não era um beijo tão suave, mas também não tão desajeitado.

Aquele era o primeiro beijo de Charlotte.

Ela estava imóvel, com os olhos semicerrados, surpresa. Ainda sim, apenas tentando acompanhar o que seu parceiro fazia.

Vincent suavemente terminou o beijo com um longo selo, afastando seu rosto do de Charlotte lentamente, enquanto passava sua língua envolta de seu piercing no canto esquerdo inferior de sua boca.

Seu olhar pairava sobre a jovem garota a sua frente, que aos poucos se encontrava corada e sem jeito pelo ocorrido.

Aquilo o animava, transmitindo fortes sentimentos de dominação, posse, que transbordavam por dentro dele. Como um enorme calor que subia por todo seu corpo, o deixando cada vez mais eufórico por aquelas sensações deleitosas e insaciáveis.

Ele poderia perder o controle a qualquer momento apenas em senti-la.

O olhar de Charlotte era o que mais o dava certeza de todas aquelas sensações, daquele sentimento intenso. Era como se ela fosse única para aquilo, como se ela já estivesse destinada para isso, deixando a certeza que ela transpassava o que ele mais adorava.

Inocência.

Vincent poderia se embriagar com todas essas sensações que o levariam ao limite de sua sanidade, mas ao mesmo tempo ele sabia que se fizesse isso ali, estaria com problemas.

Como o filho dos Müller, deveria manter a posição e comportamento adequado, por hora.

Controlando tudo o que sentia, ele puxou um maço de cigarros de seu paletó, junto de um isqueiro folheado a prata, pegando um cigarro e colocando-o em sua boca.

Com o olhar ainda sobre Charlotte, ascendeu seu cigarro, guardando o maço e o isqueiro de volta em seu paletó, tragando uma grande quantidade de fumaça e soltando em direção a ela.

Borboletas pareciam se formar no estômago dolorido de Charlotte, dando certa sensação de enjoo com ansiedade. Tudo era muito novo para ela, como aquele ambiente, o homem de seu sonho, os homens de máscara preta, aquela sala, aqueles placares ao lado do grande espelho, simplesmente tudo.

Ela se sentia como se estivesse no território inimigo, mas ao mesmo tempo em que sentia medo, ela gostava daquilo, pois tinha alguém ali que lhe passava de certo modo segurança.

Vincent.

Em todos os seus dezesseis anos, ela nunca havia ido mundo afora. Nunca deixado ninguém beija-la também, mas por algumas lembranças conturbadas, o nojo a tomava por dentro em se lembrar do seu passado sofrido.

Apesar de tudo, ela não havia se sentido enojada ao ter aqueles lábios junto dos seus, muito pelo contrário, ela sentia um enorme calor a possuir por completo, e aquilo preenchia o enorme vazio em seu peito.

Aquela sensação calorosa era aconchegante, algo que ela esperou por muito tempo para sentir. Então seria aquele estranho rapaz, o seu Salvador? Seria a partir dali que sua vida iria melhorar?

O sonho de ser livre e recomeçar uma nova vida a dava esperança que sim. Ela ansiava por aquilo.

Sua mente perdia-se em suas emoções, enquanto seu suposto salvador ainda a olhava.

O doce aroma que emanava dele a prendia em um transe, que se intensificava ao longo que ele tragava seu cigarro e soltava a fumaça em sua direção.

Opium [PAUSADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora