A bexiga de Sarah está quase explodindo. Beber tanta cerveja sempre tem esse efeito colateral.
Não estava muito empolgada em ir ao bloco de rua de pré-carnaval, mas Luiza garantiu que Cléber estaria lá. Estava há tanto tempo querendo uma oportunidade para estar com ele fora do horário de trabalho que não poderia deixar essa chance passar. E agora está ali, solta das amarras da terrível timidez, por conta de umas doses de caipirinha e cerveja, no meio de toda aquela alegria dos foliões, no mesmo ambiente em que Cléber. Ele não tira os olhos dela desde que deixou o decote mais generoso ao desabotoar a blusa, se mostrando um homem bobo como muitos outros, o que não o deixa menos atraente aos olhos dela.
A vontade de fazer xixi aumenta! Precisar de banheiro nessas festas de rua é terrível. As poucas cabines de banheiro químico estão com filas grandes demais para sua bexiga esperar.
Sarah cutuca Luiza, que está aos beijos com um folião descamisado e musculoso, mas que lhe parece muito novo. Luiza sem parar de beijar o garoto tenta espantar Sarah como quem espanta uma mosca incoveniente. Sarah insiste. A bexiga está dando sinais de que não vai mais segurar a onda. Luiza volta-se para Sarah, enquanto o garoto beija seu pescoço.
- O que é?!
- Preciso fazer xixi!
- Então vai!
- Os banheiros químicos estão lotados. Vou na ruazinha ali debaixo. Deve ter um cantinho sem ninguém passando.
- Rá rá rá! Vai ser multada, hein!
- Não estou com tempo para brincadeiras, Lu! - Puxa Luiza pelo braço. - Eu vou na rua ali debaixo mesmo e não vou sozinha!
Luiza é arrastada pela amiga enquanto pede para o garoto sem camisa esperar um pouquinho.
A Rua paralela está deserta. Alguns carros estacionados vão garantir a privacidade enquanto Sarah se alivia. Deixa a bolsa com Luiza, tira a calcinha, que fica segurando, e se agacha atrás de um Siena.
- Se quando voltarmos para a festa aquele gostoso estiver atracado com outra... Ah, você vai se ver comigo, Sá! - Luiza bate o pé com impaciência no chão, enquanto mais à frente vê o líquido amarelo que escorre por baixo do carro até o bueiro.
A sombra de um homem começa a crescer ao lado de Luiza. Luiza vira-se, olhos esbugalhados, amaldiçoando a amiga por levá-la para aquela rua deserta.
Já muito perto, ele segura firme o braço dela. Luiza solta um grito, que não é ouvido pelas pessoas se divertindo no bloco.
Cléber dá um pulo para trás.
- Uau! Que isso, Lu! Sou eu. Nossa, seu grito me assustou!
- Você que me assustou! Que história é essa de vir de fininho e agarrar meu braço?
- Desculpa. Eu vi vocês vindo pra essa rua deserta e fiquei preocupado. Hoje em dia não há lugar seguro.
Sarah sai de detrás do carro reagindo tardiamente ao grito de Luiza.
- Que foi Lu? Aconteceu alguma...
Ela vê Cléber ao lado de Luiza e olha imediatamente para a própria mão segurando a calcinha. Seus olhos correm da calcinha para os olhos de Luiza. As duas caem na gargalhada. Cléber, com um sorriso bobo na cara observa as duas amigas e se pergunta se todas as mulheres são tão malucas.
Luiza dá um tapinha nas costas de Cléber, já se afastando na direção do bloco.
- Bom, pelo visto a Sarah não precisa mais da minha proteção aqui. Estou sobrando. Vou voltar e torcer para o meu gato ainda não estar com ninguém, senão a Sarah vai ser a única a aproveitar a noite hoje.
A mão de Cléber sobe pela coxa de Sarah, por debaixo da saia, até achar a nádega nua. A pele lisa o deixa ainda com mais tesão. Apoia o corpo dela contra o carro com sua pelvis, enquanto tenta abrir o fecho frontal do sutiã, sem sucesso. Percebendo a dificuldade do parceiro, sem parar de beijá-lo, ela abre o fecho com um movimento de mão. Os seios saltam de encontro ao corpo dele.
A jovem ruiva nunca despertou muito interesse em Cléber. Achava ela branca demais, com sardas demais, era baixinha e, apesar de não ser exatamente gorda, não era o tipo de garota magrinha ou sarada com quem costumava ficar. Mas agora começa a achar que perdeu muito tempo sem experimentar uma mulher assim, mais farta.
Levanta o corpo de Sarah para chupar os seios macios. Segura as pernas dela logo abaixo de seus braços, o perfume invadindo suas narinas. Com o rosto entre os seios dela, olha para cima e, talvez pela empolgação do momento, pensa que poderia se apaixonar por aquela linda ruivinha.
Sarah aperta o corpo de Cléber entre as pernas. Aperta também a cabeça dele contra seus seios. Sente a boca dele começando a chupar. O rapaz parece estar faminto. Amanhã acodará cheia de marcas roxas nos seios e irá amar isso.
Ela vinha tentando chamar a atenção dele há mais de um ano. Mas o rapaz parecia muito destraído para perceber. Ou sonso. Ele era sempre simpático, mas nunca deu muita atenção a ela. Estar ali, naquela rua deserta, aos amassos com ele estava sendo a melhor noite dela em muito tempo.
Cléber devolve Sarah ao chão. Começa a desafivelar o sinto, ansioso. Ela segura as mãos dele, parando seus impulsos. Olhando nos olhos dele, com um sorriso malicioso, abaixa-se e começa a abrir o sinto.
- Calma. Deixa que eu cuido disso.
Abaixa de uma só vez calça e cueca até a metade das coxas de Cléber, vislubra o pau rígido do parceiro. Ela não esperava que fosse tão generoso. Segura com as duas mãos e começa a masturbá-lo. Fecha os olhos e se prepara para usar a boca, sem perceber o barulho de ar sendo cortado atrás de si.
O corpo de Cléber voa por quase quatro metros. Cai no meio da rua como um boneco de pano, as calças arriadas, o pênis para fora, ainda ereto.
Sarah olha a cena aterrorizada. Em um momento ele estava em suas mãos e no outro jogado na rua, com metade da cabeça destroçada.
Olha para trás e vê uma figura assustadora, um clóvis, personagem típico do carnaval, com suas cores berrantes e máscara de tela com carranca pintada. Ele gira um mangual, uma bola de ferro com espinhos presa em um cabo por uma corrente, coberto do sangue de Cléber. A bola de ferro desce em sua direção. Ela escapa pelo lado, mas não consegue livrar seu pé do golpe. Grita de dor. Se arrasta ralando os joelhos no asfalto, tentando escapar de seu atacante, que gira o mangual sobre a cabeça novamente.
Consegue se levantar, apesar da dor, sem apoiar o pé estraçalhado no chão. Saltita em uma tentativa frustrada de corrida. Olha para trás, para ver onde está o assassino mascarado e tropeça no corpo de Cléber. No chão, levanta o tronco com as duas mãos e gira o corpo, sentando. Olha para o corpo de Cléber, a lateral do rosto afundada, a boca que beijou seus seios há poucos instantes semidestruída. Ela chora, olhando para seus seios nus com as marcas vermelhas dos prazerosos chupões de Cléber. Era para ser a melhor noite de sua vida.
Sarah levanta os olhos. O Clóvis gira o mangual e, correndo, acerta a cabeça dela. O Corpo da mulher bate com pressão no chão. Ela ainda respira por alguns instantes, enquanto sangue espirra de onde era o seu rosto. Começa a convulcionar, até parar definitivamente.
A bizarra figura mascarada fica observando a vida abandonar a mulher seminua estirada no chão, com toda a calma do mundo. Depois caminha pelas ruas subjacentes. Caso seja visto, ninguém vai se incomodar com um homem vestido de Clóvis. É carnaval.
***
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Clóvis
HorrorSeguindo a tradição do terror slasher, Clóvis acompanha um assassino que ataca no período do Carnaval. Juliana planeja viajar com seu filho e amigos para uma casa alugada afastada dos grandes centros. Seus caminhos vão se cruzar em uma história san...