Capitulo nove

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RUGGERO

Eu estava nervoso. Não era a primeira vez que encenaria uma cena de beijo. Mas era a primeira vez que sentia meu estômago agitado, eu não queria admitir a mim mesmo que aquela pequena de olhos esverdeados era o motivo dessa sensação, aos poucos eu descobria que realmente sentia algo por ela. Talvez eu esteja começando a me apaixonar.

A encaro de longe, meus olhares não são correspondidos pela mesma que lê pela décima vez o roteiro, ela já sabia as frases de cor, eu sei que o papel em sua frente era uma desculpa para não me encarar, dei um pequeno sorriso ladino, talvez ela se sentisse como eu, e torcia do fundo do meu coração que esse beijo mude algo em nossa relação, não quero forçar nada com ela, pois é tudo tão natural. Mas sei que ela ainda age como minha amiga por pura falta de atenção, eu invisto em sutis flertes sempre que estamos juntos. Me aproximo lentamente dela e suspiro alto.

"Vai ser realmente muito difícil me beijar e não se apaixonar, não é verdade, menina delivery?" - a mesma me abriu aquele sorriso que gostava tanto de ver em seu rosto.

"Você é muito Mauricinho mesmo" - ela diz e o sorriso cessa, me encara e sei que sua mente está pensando em uma provocação - "digo o mesmo pra você!" - da de ombros e gargalho alto, não esperava uma retribuição como aquela. Queria continuar com nosso joguinho, mas o diretor já havia se posicionado no centro do circulo.

"Fico feliz em vê-los todos juntos pontualmente" - uma onda de risada paira sobre nós, sempre faltava alguém - "sei que já estão saudosos, pois hoje se encerra um ciclo. E dentre algum tempo iniciaremos a segunda temporada. Agradeço imensamente o ótimo desempenho de todos, e espero que deem tudo de si neste último episódio!" - Aplaudimos e gritamos alegres.

Após a conclusão do diretor, vamos ao camarim. Foram horas incessantes treinando a coreografia, a dedicação do pessoal do estúdio com o cenário, estava tudo perfeito. Assim que saio do camarim vejo a Karol fazendo seu exercício de calma, que era basicamente, fechar os olhos e respirar funda várias vezes. Ela estava linda, como todos os dias.

"Então está nervosa" - digo perto o suficiente pra ela abrir os olhos e se assustar, dando dois passos pra trás.

"Você me assustou, Mauricinho" - ela sorri e baixa o olhar - "não sei se consigo" - diz baixo mexendo as mãos.

"Patinar? Você não vai esquecer a coreografia" - diz para testa-la, sabia que arrancaria alguma confissão.

"Cla-claro pra patinar, pra que eu estaria nervosa se não fosse por isso?" - sua bochecha automaticamente corou, achei super fofo. Sorri e concordei cruzando os braços.

"Com certeza, afinal não tem nada de mais nessa cena, não é?" - disse debochado me aproximando, ela negou rapidamente e sorri ladino - "só um beijinho num príncipe" - Ela abriu um sorriso debochado e colocou a mão na testa.

"Tá mais pra sapo, mais irei o transformarei" - ela sorriu e colocou sua mão em minha bochecha a apertando, tão suave.

"Vamos?" - disse esticando a mão a ela - "minha Tiana" - corou novamente e sorri satisfeito.

"Vamos" - me deu a mão e suspirou.

KAROL

Ele está brincando comigo só pode. Eu estava prestes a desmaiar, com certeza ele notou que estou apaixonada por ele, e devia estar rindo internamente de mim. Eu já havia feito cenas de beijo, por que as borboletas estão tão agitadas no meu estômago? Certeza que foi aquele maldito milk-shake que tomei dentro do carro, com certeza ele agitou tudo com o balanço.

Um amor quase Impossível (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora