Cada gíria sua, cada palavra abreviada dirigida a mim, cada mecha de cabelo que você controla involuntariamente atrás de suas orelhas, cada olhar entre cílios que te flagro sendo dirigidos a mim, formam aos poucos as borboletas, não de meu estômago, mas quando você dirige cada pequeno detalhe desses especialmente a mim, essas borboletas quebram toda corrente que prende meu corpo a esse plano.
Essas borboletas como vocês sabem não se limitam a seres de uma beleza colorida, essas borboletas meus caros é uma forma bonita de mascarar todo o terror que sinto em meu ventre ao olhar para você. Terror esse que amo compartilhar com você.
É um terror formando um pequeno momento de insensatez onde me permito sentir todos os sabores de insegurança em minha língua.
É isso.
Eu entendi.
Porque quando se passa pelos mais vívidos momentos de terror como eu passei ao encarar seus olhos, não entendemos nada.
Mas eu entendo agora.
Eu senti. E isso foi o que mudou tudo.
Eu finalmente senti algo, esse algo que transborda como as primeiras ondas de um tsunami.
Um tsunami que eu causei.
Que está fora de controle.
Mas....
Não sou eu que vou tentar para-lo.
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Tsunamis
PoesíaTextos sobre o inevitável. Sobre a vida, experiências, decepções. Tudo que está enjaulado.