Meus tsunamis.

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Você conseguiu.

Você teve esse poder.

Parabéns.

Me fez sentir algo.

Algo que por muito eu sempre disse e me orgulhava não sentir.


Correr.

Cair.

Rir.

Bloquear.


Engraçado que não foi ele.

Foram eles.

Eles me fizeram sentir.


E graças a deus fizeram.

Por que fizeram?

Eu estou aberta agora.

Antes tão presa.

Depois deles me espancarem e me jogarem.

Eu to aqui fora.

Pronta para não estar confiante.

Pronta para chorar.

E sentir tudo de novo.

Por que molhar é muito melhor.

Do que estar protegida da chuva.

Eu estou aqui fora.

Esperando.

Para sentir tudo isso de novo.

Eu grito para sofrer para um dia poder escrever.


Amar mesmo não sendo amado é lindo.

É belo.

É solto.

Ser amado e não amar é injusto.

É feio e mesquinho.

O que posso fazer se não me brilhou?

Amar mas não amar de verdade é vazio.

Quase amar.

Mas não amo.

Quase amo.

Eu sinto.

Sei que sinto.


E muito obrigada.

Eu agradeço pelas decepções.

Me desculpe pelas ilusões.

Você ainda não sei.

Mas aprendi e me abri.


To aqui fora.

Vendo a chuva cair.

E encerrando mais um ciclo.

Antes a água foi um estopim.

Aquela pequena porção d'água foi quando tudo começou.

Lágrimas me explodiram.

E foi com a chuva agora que tudo acabou.

Para poder se iniciar de novo.

E adivinha só estou chorando.

Como a grande covarde que eu era muitos textos antes.

Não vai ser agora que minha covardia vai embora.

Mas aprendi a não ser só covarde.

Aprendi que posso ser covarde para admitir, mas corajosa para sentir.


Foi tão injusto com você.

Mas e comigo?

Que nunca aprendia a ser amada.

E do nada você veio armada.

O meu problema é que eu queria que fosse outro guerreiro.

Ou até mesmo outra guerreira.

Não era você e agora você sabe.

Me desculpa por ser tão eu.


Encerrei vocês na minha vida.

Menos na minha escrita.

Mas se escrever é minha vida?

Onde estão vocês?

Meus pequenos personagens.

Digo que esse é o final.

Mas ainda quero escrever outros capítulos.

Não da nossa história.

Mas do que eu sentir do nada.

Me promete que ainda vou sentir algo repentino por você e vou vir aqui escrever?

Não me prometa pois eu sei que isso vai acontecer.


Já escrevi.

Você é minha droga que pede para eu me curar.

Mas só escuto a maquina parar.

O batimento sessar.

Estou morta já.


Você entende?

Que você é minha dose de dopamina.

Mas ao mesmo tempo de serotonina.

E ainda minha oxitocina.

E tudo no máximo.

Com a gente.

Sobre você não existe dosagem.

Ou bula.

Só existe o extremo.

Transborda do tubo de ensaio.

Me inunda.

Você sempre me causa, sempre ele.

Um tsunami de você.


Ai que saudade de te amar(es).

TsunamisOnde histórias criam vida. Descubra agora