Eu sou com certeza uma coitada.
Querendo chamar atenção.
Berrando por um bote salva-vidas.
Espero que eu não me afogue.
Em mim.
Nele.
Nos meus problemas matemáticos.
Não quero me afogar. Clamo por isso mas não quero.
Eu quero é poder mergulhar.
Ter essa opção.
Eu quero mergulhar em mim.
Nele.
Em você.
Só não posso me afogar.
Nem mergulhar.
Para um bicho marinho como eu.
Voar não é uma opção.
Correr, sem cogitação.
O que me resta é boiar.
Mas, você, eu, nós estamos la no fundo.
Eu eu aqui tão em cima.
Não vou conseguir nos alcançar.
A água não reflete mais quem sou.
Seus olhos são da selva. São verdes.
E da distancia que eu to não consigo mais me refletir neles.
Meu tempo já passou.
Não quero mais mergulhar.
Nem mais boiar.
Só me perder na selva.
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Tsunamis
PoetryTextos sobre o inevitável. Sobre a vida, experiências, decepções. Tudo que está enjaulado.