RABISCOS DE POESIAS

PALAVRAS HEREDITARIAS

Palavras hereditárias

plantou-se em minha frente
uma árvore paralítica e pensante,
era um velho maldito a cogitar,
E por uma fração de momento,
Não tenho acesso ao tempo
Mas vejo luzente seus pensamentos.

Tapo os ouvidos,
ele me faz ver,
Fecho os olhos,
ele me faz escutar.

Mas por que pensas isso seu velho decrépito?
por que destrói meus sonhos?
Como dizes que a vida não tem sentido?!
Como dizes que a vida não é bela?

Não! Não! Pare com isso
seu ancião do mal,
Não vai me corromper,
pare de ser eloquente!

Não me digas em pensamento
que a vida é apenas um lamento,
Não me digas que a vida é apenas um mapa que enrola um enrolo,
E que leva quem tem de levar
a um ouro de tolo.

Não me digas, não me digas que o choro dura mas que um sorriso,
Não repitas, se não perco o juízo.

Não me repitas que a dor é bem maior que o alívio,
Não me repitas que o tempo só me levarás a morte,
e que por mais que eu jogue, nunca terei sorte.

Não repitas que vão invadir minha casa, me furtar, e que vou perder o sono.
Por favor pare! pare!
Deixe de ser eloquente.

Ja me disseram, ja me destruíram e aqui em minha cabeça velha essa idéia também persisti,
Não seu inocente, não! papai noel não existe.

Não é fadas que pagas seu dente, não é fadas que te deixa dinheiro,
Esse lixo da humanidade sou
Quem ponho em baixo de teu travesseiro.

Mas que bom sinta-se feliz
Por que papai te ama,
mas que bom sinta-se feliz
Pois não há monstros em baixo da cama.

Mas seu demônio isso me destrói,
Pare! pare!
Não repita tamanha maldade,
Como podes me dizer que o que vejo não é realidade?!
Como podes me dizer que a vida é apenas uma atrocidade?!

Então não tenho super poderes,
Então é o vento que leva as folhas ao telhado! Não posso crer que me enxerga enquanto estou de olhos cerrados.

Mas por que? Mas por que?
Que em tudo que eu pesquiso
A de ser verdade o que acabas de dizer!

Mas porque, porque o mal em nossa sociedade assola?
Não posso suportar,
prefiro a Morte,
Se ja não posso sonhar
também não posso ser forte.

Mas agora eu quem sou o velho!
Agora sou eu quem dito a veracidade,
então se acalme, se acalme,
não me chutes seu pentelho,
Não vês que o que te disse é verdade e que estas olhando apenas a um espelho?!