— Mel... — acordo em um quarto de hospital, as máquinas apitando alto e parecia tudo bem. Vim parar em hospitais tantas vezes que aprendi algumas coisas.
Estou um pouco tonto ainda, porém me levanto mesmo assim. Meu corpo todo dói. Abro a porta devagar e vou até a atendente na recepção.
— O senhor não deveria sair do quarto. — diz ela dando a volta no balcão e me segurando.
— Estou bem... Sabe me dizer onde está uma garota com cabelo rosa? Se ela está aqui. — pergunto a ela.
— Sim ela está aqui... Vocês vieram juntos na ambulância. — a moça jovem fala com tristeza.
— Onde ela está? Posso vê-la?
— Ela está fora de risco agora, mas as visitas ainda não são permitidas, porém pode ver ela pela janela do quarto.
— Onde? — sinto um mal pressentimento.
— Irei levá-lo.
Ela me guia pelo corredor de onde vim até uns três quartos depois do meu.
— Mel? — como posso explicar: ela está cheia de tubos, enfaixada, parecendo que não vai mais acordar. Meus olhos enchem de lágrimas. — Eu posso entrar?
— Desculpe, nada de visitantes. — a enfermeira sente minha dor de ver a Mel daquele jeito. — O que ela é sua?
— Minha namorada…
Um som agonizante e contínuo soa do quarto dela, os pontinhos das máquinas param de saltar.
— Senhor, por favor tem que sair daqui. Doutor! — ela grita e me puxa para longe do quarto.
— O que está acontecendo ? — percebo minha voz de desespero.
— Parada cardíaca! — ela continua a gritar e me ignorar.
— Parada cardíaca?
— Senhor, por favor precisa sair daqui.
Fiz o que ela mandou e vou para a recepção. Vejo os pais da Mel chegarem e outra moça estava lá falando algo para eles. A senhora Moraes agarrou o marido desesperada.
— O que aconteceu? — pergunto me aproximando deles. Meu coração bate rápido.
— João, a Mel... — o pai dela fala sem olhar para mim nos olhos. — Ela, não resistiu à parada cardíaca…
— Não... não, não, — meus olhos se enchem de lágrimas novamente. — não pode ser…
— Rapaz! — a moça grita de longe , mas saio correndo para o quarto da Mel.
Os médicos ainda estão lá dentro. Bato no vidro e eles olham para mim. Uma médica saí de lá.
— Você é o namorado? — eu assinto quase sem ver ela direito. — E-eu sinto muito, ela…
— Minha filha! O que aconteceu? —Chega os pais da Mel.
— E-ela não resistiu aos ferimentos internos e veio a óbito. — a médica disse da melhor maneira possível.
Cambaleei um pouco para trás e sentei no chão desmoronando em lágrimas.
— Senhor... — a médica e os pais da Mel tentam me acalmar, mas não consigo ouvir mais nada do que eles dizem. É tudo culpa minha…
Ignorei eles levantando e andei pelo corredor em direção a saída. Esbarrava nas pessoa sem vê-las, mas uma movimentação atrás de mim se aproximava rápido. Avistei meus pais entrando no hospital, sem pensar duas vezes corri para abraçá-los.
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Macabre Dreams
Misteri / ThrillerSonhos e pesadelos vividos, uma figura sinistra em seus sonhos, ver seus pais virando demônios? Enquanto todos te dizem que é uma ilusão, um sonho, você teriam sanidade para enfrentar tudo isso? Confira então, este singelo conto de horror que conta...