A História de Jocelyn

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"Apesar de ter sido originalmente escrito como parte de Cidade de Vidro, o qual foi muito longo e explicativo, teve que ser reduzido e alterado. Embora seja divertido acreditar que esta é a forma como as coisas eram para Jocelyn, neste trecho tem que ser considerado verdadeiro um universo alternativo, por isso não se surpreenda se acontecimentos Shadowhunters futuros contra dizerem esta versão dos acontecimentos, ou se isso se contra diz em Cidade de Vidro." - Cassandra Clare.

Cena 5 - História de Jocelyn

[Nota] Esta é a história do início da vida de Jocelyn, por isso lembre-se: "você" nesta história é a Clary.

Eu conheci o seu pai na escola, na mesma época que você conheceu Simon. Todo mundo deveria ter um amigo como esse em suas vidas. Mas ele não era um amigo pra mim - Luke foi. Estávamos sempre juntos. De fato, no início, eu odiava Valentim, porque ele tinha levado Luke para longe de mim. Valentim era o aluno mais popular da escola. Ele era tudo o que você esperaria de um líder natural - bonito, brilhante, como o tipo de carisma que levou os alunos mais jovens a adorá-lo. Ele foi muito gentil, mas havia algo sobre ele que me assustava - ele brilhava, mas com uma espécie de luminosidade fria, como um diamante. E como um diamante, ele tinha uma ponta afiada. Quando ele tinha dezessete anos, teve seu pai morto em uma operação de ataque aos licantropos. Não foi um ataque padrão - o grupo não tinha feito nada para quebrar a lei, mas eu só descobri isso anos depois. O que eu sabia era que Valentim tinha voltado à escola totalmente mudado. Você podia ver que ele estava afiado o tempo todo, podia ver o perigo nele.

Então ele começou a recrutar. Ele atraiu outros alunos, como mariposas à luz - e, como mariposas, seu anseio por ele provaria a ruína de muitos deles no final. Ele trouxe Hodge, e Maryse e Robert Lightwood - os Penhallows, os Waylands. Ele se aproximou de mim, muitas vezes, mas eu estava à frente de tudo, observando, desconfiando. E então ele foi pro Luke... Eu sei que muitas vezes Luke se perguntou se Valentim o queria no grupo. Ele não era um guerreiro no momento, não era um lutador nato. Eu nunca disse, mas às vezes eu pensava que Valentine o via como um meio para um fim. Um meio para mim... Valentine era alguém que sempre soube o que queria. E ele me queria. Eu nunca soube o porquê. A primeira vez que eu o vi olhando pra mim através do pátio de treinamento, eu soube. O olhar na cara dele - não era melancólico, ou de anseio, era calculista e de certeza. O olhar de alguém que dirige seus olhos ao longo do menu e sabe exatamente o que quer no fim. Seu desejo frio me assustou. Mas quando ele chamou Luke para o Círculo, e Luke falou encantadoramente do seu brilho e de sua bondade, eu sabia o que tinha que fazer. Eu tive que me juntar ao Círculo, para ver o que meu amigo tinha visto sobre ele.

De certa forma, Valentim era exatamente como Luke havia descrito. O círculo se reunia a cada noite, muitas vezes em locais desertos ou na floresta, sob as árvores, e Valentim falava sobre seus temas de perversão: os demônios, os submundanos, e o que ele achava sobre as leis da Clave. Tanto quanto lhe dizia respeito, o Anjo nunca quis viver em paz com submundanos, e sim queria limpá-los da face do planeta, juntamente como os demônios. Os acordos eram uma farsa, que nunca tinham sido criado para viver em harmonia com os "metade homens".

Ele tinha um jeito de fazer você se sentir como se você fosse a única pessoa no mundo que importava para ele, o único cuja opinião ele realmente respeitava. Suas crenças eram absolutas e assim foi sua dedicação ao Círculo. Eu vim para vê-lo como mau, por causa do fanatismo, mas a época de sua condenação me fascinou. Ele parecia estar cheio de paixão. Eu podia ver o que Luke viu nele. Logo, eu estava meio que apaixonada por ele. Mas assim eram todas as meninas no círculo e, provavelmente, alguns dos rapazes também. Você não pertence a algo como isso - um culto da personalidade - sem ser um pouco apaixonada pelo seu líder. Valentim começou a me pedir pra ficar após as reuniões, só para falar com ele. Ele disse que valorizava minha mente e minha inteligência prática desapaixonada. Eu poderia dizer que as outras meninas ficaram com inveja. Tenho certeza de que o pensamento... bem, você pode imaginar o que elas pensavam. Mas nada estava acontecendo entre nós. Valentim realmente só queria falar sobre o futuro, sobre a Lei, sobre o Círculo e para onde isso estava indo. No fim das contas, eu fui a única que desisti e o beijei primeiro.

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